O trio californiano Palaye Royale anunciou, recentemente, o quarto álbum de estúdio, Fever Dream, que será lançado em 28 de outubro, via Sumerian Records.
Junto ao anúncio, o grupo também revelou a faixa-título, que pode ser descrita como o início de uma nova era. Em resumo, o épico de cinco minutos de duração é uma adrenalina que alimenta o glam rock e a amálgama de arte punk, todos os refrões e linhas de guitarra incendiárias.
Para falar sobre esse momento da Palaye Royale, Remington Leith (vocais) e Sebastian Danzig (violão) conversaram com o Blog n’ Roll, via Zoom. Confira a entrevista abaixo.
Fever Dream foi descrito pela banda como um senso de esperança, uma luz no fim da escuridão. Queria que você falasse mais sobre isso.
Remington Leith (RL) – É com certeza o primeiro disco que fazemos que possui uma mensagem positiva como conceito. Todos passamos por maus momentos, especialmente quem tem uma banda, e queríamos mostrar às pessoas que encontramos uma saída, encontrado o amor um pelo outro, pela música, e por tocar. Então há uma luz no fim da escuridão.
Como foi o processo criativo desse álbum e o que difere ele dos outros?
Sebastian Danzig (SD) – O Fever Dream foi um álbum que pudemos tirar um tempo para fazer, pois estamos na estrada desde 2015. Quando a pandemia veio, em 2020, nós fizemos nosso último show na Polônia. Logo depois, o mundo todo se fechou, e tivemos que voltar para casa. O álbum The Bastards já estava pronto e planejado para ser lançado em maio, e foi.
Posteriormente, queríamos nos reunir no estúdio para gravar um novo álbum. Fomos para Malibu, na casa do Remington, e gravamos lá. Mas foi definitivamente um período difícil para nós como irmãos, pois estávamos sempre juntos e tivemos muitas diferenças em relação às músicas, sobre o que queríamos para a banda e muitas coisas pessoais.
Contudo nos tornamos grandes amigos, e fazer o álbum nos levou a ser muito mais respeitosos uns com os outros, e é algo que realmente acreditamos e temos orgulho e gratos de ter criado, e as memórias que temos de criá-lo. E agora sairemos em turnê, começar a ver os fãs, vê-los cantar as músicas e aproveitar o show.
A música Fever Dream foi composta no piano. Como é para vocês essa transição dos instrumentos na hora de compor?
SD – Foi interessante, nós temos a música Fever Dream, os versos, desde que fizemos Boom Boom Room, há oito anos, mas nunca fizemos um refrão. E quando fomos tocar novamente, acordes e letra começaram a sair e de repente tínhamos um refrão. Era como se a música tivesse escrita a si mesmo.
Foram cinco anos direto em turnê até parar de vez para compor esse álbum. O quão gratificante é poder voltar aos palcos agora?
SD – Sim, nós fizemos uma turnê com o Yungblud nos EUA, e depois Europa e Reino Unido. Os shows no Reino Unido e na Europa foram inacreditáveis, a plateia estava tão animada, público muito grande, muito divertido. E agora estamos animado para iniciar a turnê mundial.
RL – Eu sentia muita falta de estar no palco, é a minha casa.
Por falar em shows, o Brasil está na rota de vocês? Pretendem vir ao País?
SD – Está! América do Sul e México estão em nossos planos.
RL – Sairá muito em breve, então fique atento.
O que sabem sobre o Brasil?
RL – Foi onde nossa avó nasceu.
SD – Ela nasceu em São Paulo.
RL – E ela conheceu nosso avô em Toronto, em um lugar chamado Palaye Royale, e é por isso que este é o nome de nossa banda. Nós temos muito amor pelo Brasil.
Remington torceu o tornozelo em um dos shows da atual turnê. O Sebastian quebrou o pé após um salto. Estão todos bem agora?
SD – Estamos bem, apenas estamos ficando velhos.
RL – É, tentamos impressionar o público e acabamos nos quebrando.
Já pensaram em viajar com um ortopedista nas turnês do Palaye Royale?
RL – Não, se me colocarem em uma cadeira de rodas, estarei bem. Seja qual for a condição que estiver, o palco sempre será minha casa.
O Palaye Royale tem histórias interessantes com nomes como James Iha (Smashing Pumpkins) e Corey Taylor (Slipknot). Como surgiu essa ligação e qual a importância deles para vocês?
SD – James Iha veio para produzir nosso primeiro álbum, o que foi incrível. E fizemos uma turnê com o Stone Sour, e ficamos muito amigos do Corey Taylor, que é um cara muito doce. Você não espera que ele seja tão gentil, mas ele é genuinamente um grande ser humano.
Nós conhecemos muitas pessoas ao longo do caminho e ganhamos novos amigos. Recentemente ficamos muito próximos do pessoal do Måneskin, e são as melhores pessoas, nossos amores italianos.
Estava trocando mensagens com eles em 2018, eu já amava o que eles faziam antes de participarem do Eurovision. Queria que eles fizessem uma turnê com a gente. Na época éramos uma banda maior que eles, mas hoje eles são a maior banda do mundo. Mas com certeza queremos fazer algo com eles mais pra frente. São pessoas muito agradáveis.
RL – São as pessoas mais legais. Eu não poderia ter mais apreço por eles do que já tenho. Nós te amamos, Måneskin.
Para encerrar, gostaria que você citasse três álbuns que mudaram a sua vida e o motivo.
SB – (What’s the Story) Morning Glory?, do Oasis, OK Computer, do Radiohead, e eu amo Up The Bracket, do The Libertines, The Surbubs, do Arcade Fire, além de Sticky Fingers, do Rolling Stones.
A música é incrível, eu amo a música. A coisa mais legal é ver as pessoas criarem e mostrarem sua personalidade. O Loaded, do Velvet Underground, também é incrível. Sou muito grato de viver em uma época em que já foi produzida tanta música boa.