Entrevista | Rodrigo Lima (Dead Fish) – “Tocar para a garotada pop é um desafio bom. Não me intimida”

Entrevista | Rodrigo Lima (Dead Fish) – “Tocar para a garotada pop é um desafio bom. Não me intimida”

Em turnê celebrando 34 anos de história, o Dead Fish foi escolhido como headliner do maior festival da cena hardcore do país: o Arena Hardcore.

São sete bandas renomadas do cenário nacional se apresentando em três cidades. Após o sucesso da edição de Santos, realizada no último dia 13 de abril, a trilogia terá Piracicaba (1 de junho) e Guarulhos (17 de agosto) com o mesmo line-up. “Serão somente estas três edições com as mesmas bandas”, afirma Daniel Azevedo, organizador do evento.

Mas quem vê o Dead Fish como banda principal em meio a moshes e stage dives, nem imagina que a banda se apresentou no Lollapalooza para uma plateia que não os conhecia. Abrindo o palco principal do primeiro dia do evento, o público era formado por adolescentes que guardavam um local para o show de Olivia Rodrigo.

Em entrevista ao blognroll, logo após seu show no Arena Hardcore, Rodrigo Lima conta como foi essa experiência inusitada, além de relatar seu primeiro contato com o Lollapalooza e escolher o melhor álbum da história do Dead Fish.

Confira a entrevista completa com Rodrigo Lima abaixo.

Como foi para você tocar para uma plateia jovem fã de pop music?

Dead Fish no Lollapalooza 2025. Foto por Hyndara Freitas

Cara, eu gosto. Me sinto desafiado. Tocar para os Black Metal ou para a garotada do pop é um desafio bom. Não me intimida em momento nenhum. É até divertido, mesmo que eu seja vaiado ou que joguem alguma coisa em mim. Essas coisas podem acontecer e é tão divertido quanto.

Eu não tenho mais medo, mas a gente tem que ser respeitoso com as plateias que estão na nossa frente. Não que eu seja uma pessoa super respeitosa, às vezes sou mais provocador do que respeitoso. Mas, na minha visão, se eu estou provocando é porque eu estou me importando com eles. E eu gostei das crianças, achei eles fofos, divertidos e muito educados.

Alguns ficaram com cara de tédio, outros ficaram curiosos. Ali era um corpo de 52 anos e eles estavam lá para ver uma menina de 22 anos.

Eu adorei a estrutura do Lollapalooza, eu nunca tinha ido. Só achei tudo muito longe e molhado por causa da chuva, mas gostei muito do festival.

Depois de andar um pouco, eu vi uma banda de jazz que me teletransportou para a única parte boa do Texas. Parecia que eu estava assistindo Frank Zappa.

Lógico, o evento tem essa coisa de marcas, logos e consumo dessa geração que está há 30 anos vivendo esse liberalismo louco e intenso. Mas eu adorei, gostei muito mesmo.

A Seven está organizando a turnê de 34 anos do Dead Fish e eu queria fazer um jogo rápido para saber qual o melhor álbum da banda nessas mais de três décadas de história. Vou falar dois álbuns e você escolhe um para prosseguir.

Começando: Ponto Cego ou Labirintos da Memória?

Ponto Cego

Ponto Cego ou Contra Todos?

Ponto Cego

Ponto Cego ou Zero e Um?

Zero e Um

Zero e Um ou Sonho Médio?

São os meus dois preferidos. Por uma questão história, Zero e Um. Mas, por uma questão local, Sonho Médio.