Após quatro anos longe do Brasil, a lendária banda de thrash metal Sodom está de volta ao país para shows em Curitiba (06/04 – Music Hall) e São Paulo (07/04 – Carioca Club). E como não poderia ser diferente, os alemães prometem fazer mais uma histórica e memorável performance aos fãs brasileiros.
Neste momento, Tom Angelripper (vocal/baixo), Bernemann (guitarra) e Markus “Makka” Freiwald (bateria) promovem em sua mais recente turnê do aclamado “In War And Pieces”, lançado pela SPV Records (2010), e no Brasil, via Shinigami Records.
Na entrevista abaixo (*), o líder Tom Angelripper comenta sobre a expectativa da banda em tocar novamente no País, revelou que a banda já está compondo um novo disco e pensa em lançar um box em comemoração aos 30 anos de carreira, além de outras curiosidades.
A última passagem do Sodom pelo Brasil foi em 2008. O que vocês lembram daquele show e qual é a expectativa para este novo reencontro com os fãs brasileiros?
Nós sempre tivemos um bom momento na América do Sul. O que podemos esperar? Pessoas loucas, verdadeiros fãs de metal e promotores amigáveis (risos). Nossos fãs sabem o que esperar das nossas apresentações! Preparem-se para o caos!
In War And Pieces é o último trabalho de estúdio da banda. Quando podemos esperar por um novo álbum do Sodom?
Já começamos o processo de composição. Espero entrar em estúdio em junho, depois de voltarmos dessa turnê. O disco In War And Pieces foi gravado pelo baterista Bobby, que nos deixou logo após as gravações.
Vocês já tem algum material pronto para o novo álbum?
Sim, nós já temos seis músicas finalizadas e muitas ideias para outras composições. E, acredite em mim, esse será um álbum matador e estamos muito felizes com o novo baterista, que fez um ótimo trabalho depois de juntar-se a banda.
Vocês pretendem manter a bem-sucedida parceria entre o Sodom e o produtor Waldemar Sorychta que trabalhou com a banda em In War And Pieces?
Sim, ele é um ótimo produtor. Existe uma incrível parceria entre a banda e ele. Sorychta sabe exatamente como gravar uma banda como o Sodom. Isso é muito importante para que possamos manter nosso espírito intacto. E, pelo andar da carruagem, nosso próximo álbum pode ser o mais pesado da nossa carreira.
Vocês sempre tiveram contratempos quando o assunto é excursionar pelos EUA. Vocês acreditam que após ter participado do 70,000 Tons of Metal, a banda possa fazer uma turnê própria pelo país?
Esperamos que sim. Sim, você está certa, existiram sempre problemas com promotores locais. Mas, queremos fazer isso, sabemos que existem muitos fãs nos Estados Unidos esperando por uma turnê. Mas, o que podemos fazer? Estamos sentados em casa esperando por ofertas. Sodom é uma banda internacional, que toca no mundo todo.
O Sodom completou 30 anos recentemente, vocês têm em mente algo em especial para celebrar essa data?
Queremos lançar um box especial com algumas especialidades para os colecionadores da cena. Existirá um oficial bootleg que é um tipo de tributo para o álbum Witchhunter, mas não posso te contar muito agora… é surpresa! (risos).
Vocês pensam em lançar uma continuação para Lords of Depravity Part II?
Não! Por enquanto, sem chance!
Como você resumiria esses 30 anos de banda, considerando que a banda passou por mudancas de line-up, gravadora, diversos festivais, etc.
Para quem está lendo esta entrevista e nunca viu LOD DVD 1+2, ai está a resposta. Aconteceram muitas coisas maravilhosas nesses 30 anos, aventuras inacreditáveis, incríveis turnês e diversos discos aclamados. Eu poderia escrever um livro sobre isso, mas os anos passam tão rápido, não posso acreditar nisso!
Qual foi a situação mais estranha ou engraçada que você já teve no palco?
Ah! Com certeza quando cai do palco durante um show do Onkel Tom, totalmente bêbado. Então me levaram para um hospital. Meu rosto estava extremamente machucado. Depois disso, eu voltei e entrei no palco de novo, fazendo o resto do set list. Aquilo foi inacreditável. Marcante demais!
Você sempre diz que usa sua música para comentar o que está acontecendo no mundo, sobre as coisas ruins que nos rodeiam. Você acredita que a música tenha o poder de intervir sobre quem a escuta ou de contribuir para a mudança do pensamento?
Não, a música e também as letras não podem mudar nada, mas podemos tentar acordar. Mas a música e as letras me dão a chance de gritar isso. Não existem atividades políticas ao redor da banda, mas podemos manifestar nossos sonhos de um mundo pacifico através de nossas atitudes.
Você tem alguns projetos paralelos ao Sodom como Die Knappen e Unkel Tom Angelripper. Conte-nos um pouco sobre eles.
Onkel Tom é uma banda que existe desde 1995, nós gravamos cinco álbuns até agora. Isso tudo é sobre beber, ter bons momentos estando junto com seus melhores amigos. É uma mistura entre punk, hardcore, metal, classic rock… Tudo com letras em alemão. Quem ainda não teve a oportunidade em ouvir, deveria tirar um tempo para conferir essa banda. Knappen é uma banda com músicas escritas sobre a tradicional mineração alemã, Tenho trabalhado na mineração por dez anos.
Deixe um recado aos fãs brasileiros.
Obrigado pelo apoio. O Sodom é extremamente orgulhosos em ter muitos fãs leais como vocês, brasileiros. A América do Sul detona e estamos ansiosos em voltar ao Brasil e rever todos os nossos melhores amigos. Galera, podem se preparar que estamos trazendo toda a insanidade que vocês tanto desejam! Muito obrigado por tudo! E por favor continuem sodomizados!!!
(*)Entrevista por Juliana Lorencini e Costábile Salzano Jr