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Entrevista | Charly Coombes – “Foi um momento muito divertido apesar da banda ter se dividido”

O inglês Charly Coombes lançou Run, terceiro álbum da carreira solo, em março deste ano e, após ótimas críticas, irá apresentá-lo no show de lançamento nesta quinta-feira, a partir das 19h, no Breve (Rua Clélia, 470), em São Paulo. O ingresso custa R$ 15,00 e pode ser adquirido pela internet.

Embarcando em uma viagem de autoconhecimento, Run evidencia o lado obscuro das pessoas. Porém, nem sempre de uma forma negativa. Afinal, para se ter sombras precisa de luz. E, dessa forma, na escuridão de Run, é possível identificar fortes indícios de esperança. Charly fala sobre saúde, morte, dependência, obsessão e amor.

Coombes, que mora em São Paulo há dois anos, conversou com o Blog n’ Roll sobre o novo álbum, influências musicais e a sua participação na última turnê do Oasis. Vale ressaltar que Charly é irmão dos integrantes do Supergrass Gaz e Rob Combees.

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Você trabalha com música há muito tempo. No entanto, todos sabemos que tudo começa em algum ponto. Você acha que seus irmãos Gaz e Rob foram suas primeiras influências musicais?

Não, acredito que as coisas aconteceram tudo ao mesmo tempo. Eu estava escrevendo minhas primeiras músicas no mesmo período em que meus irmãos, sabe, eu tinha 12 anos. Nós começamos a aprender piano com a mesma idade. E nós crescemos juntos ouvindo os discos que minha mãe e pai tinham. Então, nós aprendemos várias coisas juntos.

Algum desses discos que seus pais tinham te marcou em especial?

Bem, lembro do Thriller do Michael Jackson, que eu tinha (risos). Fiz os meus pais comprarem um som para um carro para que ouvisse sempre. Mas tinha o Sgt. Peppers, Let it Be.

Em 2008, você foi capaz de dirigir e atuar no filme Glange Fever usando o pseudônimo de Chas Harrison. Você sente vontade de fazer algo assim novamente algum dia? Por que você usou esse pseudônimo? Tem algum sinal?

O nome veio do nada. O primeiro nome, simplesmente passei de Charlie para Chas e o Harrison veio do George Harrison (risos).

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Como você descreveria sua experiência ter tocado com o Oasis durante uma turnê? (Charly estava com os irmãos Gallagher na turnê que resultou na divisão da banda)

Bem, os shows foram incríveis. Foi a primeira vez que toquei em lugares tão grandes como o estádio de Wembley. Foi um prazer gigantesco ter tocado com eles. Foi um momento muito divertido apesar da banda ter se dividido logo após a turnê.

Sobre a New Breed, as músicas Broken Glass e Jungles and Tides (do EP Waves) alcançaram sucesso relativo no Brasil devido à sua aparição na trilha sonora do jogo Dream League Soccer. Você já jogou esse game?

Não, eu não cheguei a jogar. Contudo, quando ainda estava com a banda, o baixista e o guitarrista jogaram e contaram-me que era muito bom!

Bem, vamos falar um pouco sobre o seu mais recente álbum, Run, que foi lançado em fevereiro. Particularmente, sinto um “ar de São Paulo” entre as canções e algo meio 80’s. Você foi inspirado por algum artista ou banda especialmente para a concepção do mesmo? 

Quando estava gravando, tinha um som na cabeça que queria que todos também pudessem ouvir. Eu ouvia Ultravox, Tears For Fears, e esse som me lembrava dessa época, um sentimento de fazer isso, a nostalgia. Me baseei no que ouvia antigamente. As músicas que ouvia quando jovem na década de 1980 eram algo raivoso, cheio de atitude, mas com coisas maravilhosas integradas a isso.

Houve uma clara mudança de som entre seus três álbuns solo. O que fez você deixar o povo para ir a algo mais experimental? Você acredita que sua experiência em São Paulo foi um dos fatores responsáveis por isso?

O título da música é SPX, que seria São Paulo Experiment. Tem muito do que passei e vivi no Brasil e em São Paulo. Nasci em um lugar extremamente calmo, e São Paulo é um lugar bastante intenso, barulhento. É isso que passei para a música.

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Ainda falando do álbum Run, o tecladista Pedro Motta (Cachorro Grande) participou do processo de gravação e o acompanha nas apresentações. Como isso tem sido para você? Você já pensou sobre a possibilidade de sua participação em uma música do Cachorro Grande?
Foi e tem sido maravilhoso gravar com o Pedro Motta. Ele deu uma cara nova à música. Ele é super talentoso. Quem sabe num futuro possa acontecer.

Apoio na tradução e edição: Victor Persico (Som na Vitrola)

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