Quando se apresentou no Mirada, no ano passado, a banda Francisco, El Hombre mostrou sua força na região. Com casa lotada, no Sesc, agradou o público com canções dançantes e repletas de mensagens fortes. Era a reta final da divulgação do disco Soltasbruxa, lançado em 2016.
Agora, cerca de oito meses depois, a banda está de volta. Porém, com um álbum novo na bagagem, o elogiado Rasgacabeza, lançado recentemente. A apresentação será nesta sexta-feira (10), a partir das 22h, na Arena Club, em Santos. A santista Barracos é a responsável pela abertura da noite.
“Esse disco foi feito pensando em como a gente quer fazer a galera suar no show. Porque a gente se entrega totalmente em cima daquele palco. Realmente a gente desce de lá só no momento que acabar toda nossa energia. É muito gostoso compartilhar isso. O público que não esperava gritar, mas está gritando, pulando, compartilhando suor, fazendo o teto pingar, isso é delicioso”, comenta o vocalista e violonista, Mateo Piracés-Ugarte.
De acordo com Ugarte, todas as músicas do novo disco vêm antecedendo o que vai ser o show. Para o vocalista, o grupo é orgânico e por isso sempre busca uma mudança constante.
“A gente podia muito bem ter continuado o caminho que estava dando certo, mas a real é que não faremos isso. Vamos sempre mudar. Até porque se a gente não mudar, as coisas passam a ser entediantes. Temos que estar com faísca no olho”.
Mudança para São Paulo
O segundo álbum da Francisco, El Hombre diz muito sobre os últimos anos dos integrantes. “Esse disco fala muito sobre nossa mudança para São Paulo. Esse frenesi da ideia de que a cidade não dorme, mas na verdade quem não dorme é você. A gente colocou muito essa pegada no disco: pontos de cidade grande que a gente via se conectando pela América Latina”, explica Ugarte, que é mexicano naturalizado brasileiro.
Destaque no Lollapalooza Brasil do ano passado, a Francisco, El Hombre carrega influências bem distintas. Em suma, cada integrante escuta um tipo de som, o que consiste numa riqueza sonora.
“Pra esse disco em específico o que a gente queria fazer era um disco que viesse com todas as partes que a gente gosta, se dedicar para um trabalho mais conceitual. Pegar uma das coisas que representam a banda, pesquisar, estudar, fazer uma coisa direito. O Soltasbruxa abrange tudo que a gente gosta, enquanto o Rasgacabeza é um disco muito mais conceitual”.
Gravação incomum
Sem tempo pra parar em um estúdio e registrar as oito canções de Rasgacabeza, a banda fez uma produção ambulante.
“A gente não tinha como gravar isso num lugar só. Então a turnê do Soltasbruxa teve a gente gravando tanto no avião como em quarto de hotel, quarto de amigo, estúdio no Chile, estúdio no Centro-Oeste. Íamos criando as músicas e achando momentos ideais para trabalhar durante a turnê. Isso trouxe uma sonoridade própria do disco. Uma coisa que gostamos de identificar é essa sonoridade de retalhos. Tem inclusive bastante áudio de WhatsApp que entrou”.
Para o show em Santos, o vocalista garante que o repertório trará canções dos dois discos, mas com a energia de Rasgacabeza.
“A gente demorou um ano cozinhando esse disco e a energia está extremamente acumulada. Da última vez já foi forte, mas agora vai ser muito mais”.