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Entrevista | Johnny Hansen (Harry) – “O pessoal perdeu a cultura do álbum”

Não pergunte quem é Harry, mas o que é, pois trata-se de uma das bandas pioneiras na mistura de rock com música eletrônica no Brasil, que existe há quase 30 anos, e foi uma das primeiras do gênero a lançar um compacto no País, em 1987, o EP Caos – antes, somente as bandas Azul 29 e Agentss.

Formada em Santos, a banda não revela a origem do nome Harry. “Já fui mais criativo para responder a esta pergunta, e cada vez eu respondia de maneira diferente. Agora, nem me lembro mais porque escolhemos este nome”, brinca Johnny Hansen, vocalista e fundador do grupo.

Quase um mito na cena roqueira nacional, o Harry volta a se apresentar na Cidade nesta sexta-feira, a partir das 22 horas, no Café Central, com uma formação mais enxuta e sem os sintetizadores que a tornaram mais conhecida: César Di Giacomo (bateria), Marcelo Marreco (guitarra) e Lee Luthier (baixo), além de Johnny Hansen nos vocais e guitarra.

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“O show que faremos em Santos segue a linha pós-punk e power pop que marcou o início da carreira da gente, em 1985. A novidade é que, em 2015, quando a banda completa 30 anos, lançaremos o disco Fairy Tales Eletric, que é uma regravação eletrônica do Fairy Tales, o nosso disco mais conhecido (de 1988), com mais nove músicas inéditas. Faremos o pré-lançamento em Santos”, conta Johnny.

Desde 2009, o vocalista também mantém outro projeto autoral, chamado H.A.R.R.Y. and the Addict, com o tecladista Ricardo Santos.

POP COM DISTORÇÃO
Letras em inglês – compostas em sua maioria por Johnny e Richard K. Johnson (tecladista da formação original do Harry) –, vocais melódicos e guitarras sujas e distorcidas, Assim é a sonoridade da banda, que registrou sua marca no EP Caos (1987), nos álbuns Fairy Tales (1988) e Vessel’s Town (1991) e no EP Chemical Archives (1994, com quatro músicas inéditas), além de faixas em coletâneas (inclusive na Alemanha).

Em 2005, tudo isso foi reunido pela primeira vez em uma caixa de CDs intitulada Taxidermy – Boxing Harry. Johnny lembra que, há 30 anos, era bem difícil conhecer as bandas gringas de rock.

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“Tínhamos que conhecer alguém que morasse no exterior e mandasse os lançamentos para cá. Hoje, eu posso conhecer qualquer banda na internet. O lado ruim disso é que o pessoal perdeu a cultura do álbum. Por mais que eu goste de uma só música, costumo baixar o disco inteiro”, compara.

Johnny morou em São Paulo e Fortaleza e atualmente está radicado em São Tomé das Letras, onde toca em bandas covers e abre shows do Hippie Ventania.

Ele pode não revelar a origem do nome Harry, mas não tem problema em contar que adotou o nome Johnny Hansen por detestar o de batismo. “Tirei o Hansen de um filme do Paul Newman, Vale Tudo (1977)”. Saiba mais no site.

SERVIÇO – HOJE, ÀS 22 HORAS, NO CAFÉ CENTRAL, RUA FREI GASPAR, 43, CENTRO HISTÓRICO, SANTOS, TEL: 3219-2569. ENTRADA: R$ 30,00 (MULHER, COM DIREITO A R$ 10,00 DE CONSUMAÇÃO) E R$ 40,00 (HOMEM, R$ 15,00 DE CONSUMAÇÃO)

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