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Entrevista | O Terno – “Temos rock dentro do estilo, mas nada conservador”

Você pode até falar que nunca ouviu uma canção da banda paulistana O Terno ou se escutou, não associou música e artista (bem provável). Mas, com certeza, já viu algum integrante do Titãs, Jota Quest, Capital Inicial ou Paralamas do Sucesso citando o trio como um dos mais promissores e interessantes do atual cenário. E o prestígio é merecido. O Terno é uma banda completa.

Desde as faixas repletas de referências dos anos 1960 na sonoridade até a identidade visual nas fotos de divulgação e nos videoclipes. Some tudo isso a um vocalista que lançou, em 2017, um dos melhores discos do ano, como artista solo, Tim Bernardes.

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É com toda essa moral que a banda chega ao Lollapalooza, como uma das atrações da segunda noite do festival, que acontece entre os dias 23 e 25 de março, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.

O baterista do Terno, Biel Basile, conversou com o Blog n’ Roll sobre o elogiado disco Melhor que Parece, de 2016, o possível repertório da apresentação, o novo álbum, que está no forno, além dos três shows que ele indica para o público.

“Continuamos com a turnê, mas agora estamos com metais. Pretendemos fazer mais alguns shows com esse repertório, pois não conseguimos chegar em todas as capitais que gostaríamos. Mas, junto com isso, estamos preparando um disco novo. São músicas maravilhosas do Tim, as mais bonitas que ele já fez. Estou muito ansioso pra gravar. Será um processo diferente do Melhor que Parece. Estamos discutindo os arranjos que faremos. Será um pouco mais delicado nos timbres mais inusitados, ressaltando o que a canção já traz. Sem reinventar a roda. Temos a ideia de ter sopro e cordas novamente”.

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Recentemente, a banda conseguiu alcançar um público novo, após a inclusão da faixa Ai ai Como Eu Me Iludo na trilha da atual temporada de Malhação, da Rede Globo.

“De fato, tem um alcance gigantesco no Brasil todo. É uma música que já tínhamos trabalhado um clipe, que ganhou o Prêmio Multishow. Depois que entrou na Malhação aumentou ainda mais a exposição”.

Mesmo sendo apontado por muitos artistas consagrados como um dos grandes nomes do rock na atualidade, O Terno busca fugir de rótulos e apenas produzir boas canções, garante Basile.

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“Crescemos ouvindo Beatles, Rolling Stones, The Kinks, Mutantes e Tropicália, que tem muito de rock and roll, não como estilo, mas a atitude libertária. Hoje em dia, vejo a galera associando o rock a mandamentos e como tem que ser uma banda de rock. Acho isso uma caretice. Nós gostamos de música, independente se tem guitarra com fuzz ou violão. Temos rock dentro do estilo, mas nada conservador de como tem que ser o estilo. Ver esses artistas olhando pra gente e comentando o som é muito gratificante. Ficamos muito felizes”.

No ano passado, depois que Tim Bernardes lançou o seu primeiro trabalho solo, Recomeçar, muito se falou sobre como ele faria para conciliar Terno e seu projeto individual. Mas nada disso alterou a rotina dos outros integrantes.

“O disco do Tim é maravilhoso. Mostrou pra muita gente o que já sabíamos, o talento dele como compositor, arranjador e cantor. Pode até ter uma dificuldade de agenda, mas continuamos fazendo nossas coisas com ele. São implicações práticas do dia a dia, nada que implique na sequência da banda. Conversamos inclusive antes dele gravar. Somos muito amigos”, finaliza Basile.

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Curiosidades

1. Estética. A parte visual da banda é toda pensada após a conclusão do trabalho sonoro. Quem afirmou isso foi o vocalista, Tim Bernardes, em entrevista para o Blog n’ Roll, no início de 2017. “Nós três temos influências estéticas semelhantes. Isso facilita. É só uma extensão disso. Pra gente não faria sentido não ter esse cuidado”.

2. Metais e influências. Na mesma entrevista, Tim Bernardes reconheceu que um clássico dos anos 1960 influenciou a banda em seu último disco. “Não soa bem como um trio de rock. É como o Pet Sounds (lançado em 1966 pelos Beach Boys), são instrumentos mais clássicos. Foram mais ideias do que efeitos”.

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3. Repertório. A apresentação no Lollapalooza. “Vai ser o show do Melhor que Parece com metais, mas sempre bolamos algo novo quando estamos ensaiando. Algumas ideias já passaram pela cabeça, como versões inusitadas de outros artistas, mas vamos testar antes. Não vamos dar spoiler para o público”, brinca Basile.

Três shows indicados por Biel Basile no Lollapalooza

1. Tyler the Creator
Um dos shows mais aguardados para o público apaixonado por hip hop está na lista de Biel Basile. “Estou muito ansioso pra ver. É um baita artista, um cara criativo em tudo, até na estética. Nunca vi um show dele”, comenta.

O californiano de 26 anos tem uma presença de palco fora do comum, mas também carrega um histórico de polêmicas. Já cantou que tem vontade de esfaquear Bruno Mars (Yonkers), foi acusado de machismo diversas vezes e sempre responde com mais ofensas.

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2. Mac DeMarco
Considerado mais um maluco dentre os muitos que foram escalados para esta edição do Lollapalooza, Mac DeMarco também está entre os favoritos do baterista da banda O Terno. “Ele é muito legal, o último disco dele (This Old Dog, de 2017) é o que eu mais gosto. Abrimos um show dele em Curitiba. O cara é completamente maluco. Jogou vinho dentro das calças, pulou no público. E, com certeza, fará maluquices no Lollapalooza”.

3. David Byrne
Fundador do Talking Heads e artista plural (escritor, músico, diretor de cinema e tantas outras funções), David Byrne é a terceira indicação de Basile. “É um cara que é fera, nem sei o que esperar do show dele. É um artista que extrapola o mundo da música. Um show dele deve ser algo muito interessante e bonito”, argumenta.

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E Byrne chegará ao Lolla com um disco fresquinho. American Utopia será lançado no dia 9 de março. É o primeiro registro desde Grown Backwards, de 2004. Ouça Everybody’s Coming to My House, um dos singles abaixo.

Ingressos
O Lollapalooza acontece entre os dias 23 e 25 de março, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Entre as inúmeras atrações estão nomes como Pearl Jam, Red Hot Chili Peppers, Imagine Dragons, Lana del Rey, Liam Gallagher, The National, The Neighbourhood, Royal Blood, The Killers, Wiz Khalifa e Chance the Rapper.

Os ingressos seguem à venda no site do Lollapalooza. O Lolla Pass, que dá direito aos quatro dias do festival, custa R$ 2 mil (inteira). Quem optar pelo ingresso diário, o valor é R$ 800,00 (inteira).

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