No fim da década passada, a banda paulistana Restart virou uma febre entre o público teen. Veio na esteira da onda do hardcore e emo, comandada por nomes como Strike, Nx Zero, Fresno, entre outras. Entre 2009 e 2011 foram quatro discos lançados (três de estúdio e um ao vivo) e inúmeros hits como Recomeçar, Levo Comigo, Pra Você Lembrar e Vou Cantar.

O fenômeno, no entanto, durou pouco tempo. Enquanto preparava faixas para um quarto disco de estúdio, em 2015, os integrantes anunciaram a separação. Nos últimos anos, cada um seguiu com os seus projetos solos. Neste sábado (26), a partir das 18h, no Boteco Valongo, dois dos quatro músicos relembram os sucessos e mostram as novidades dos trabalhos paralelos.

A Remember Tour foi a forma que Pe Lanza (vocal) e Thomas (bateria) encontraram para suprir a vontade do público em cantar junto os sucessos da banda.

“Eu e o Thominhas estávamos há tempos fazendo shows com os nossos projetos solos, lançamos EPs. Mas eram shows acústicos. Sentimos que o público estava se dividindo. Então voltamos a unir forças depois de quatro anos. A nossa ideia foi voltar a se unir com os fãs e municiá-los das novidades”, explica Pe Lanza.

Segundo o vocalista, Pe Lu e Koba seguiram caminhos diferentes dentro da música, o que acaba desvencilhando um pouco da proposta do Restart e afasta a possibilidade de um retorno definitivo, com músicas novas.

“É praticamente zero, principalmente pelo fato de o Pe Lu estar trabalhando com música eletrônica, o Koba no estúdio, eu e o Thomas com outro projeto. É muito remota essa possibilidade. Estamos preparando até algo novo para os fãs, uma banda nova, com outra proposta. Vai ser bem bacana”, comenta Pe Lanza sobre os planos com Thomas.

Questionado sobre o que achava das críticas de alguns jornalistas que culparam a banda pela queda de popularidade do rock no Brasil, Pe Lanza demonstrou muita calma para responder e confessa que enxerga isso como inveja.

“É cíclico, a música é cíclica. Fizemos um grande sucesso em 2010 e isso também gera pessoas que não gostam do seu trabalho e vão querer bater de frente. Não sei se levo esses comentários como inveja. Hoje, muitas pessoas vêm esse boom do funk e sertanejo, mas tem muita gente que escuta Restart e outras bandas da nossa época. Esse é o problema do rock, do pop rock no Brasil. Ao invés de ter se unido como samba e o sertanejo, ele acaba criando essas intriguinhas e as bandas encerram suas atividades antes do esperado”.

Serviço: Os ingressos custam R$ 25,00 (antecipado) e R$ 50,00 na porta. Para comprar, acesse o site Sympla. O Boteco Valongo fica na Rua São Bento, 43.