A vida pessoal de José Tiago Sabino Pereira, o Projota, sempre foi muito aberta aos fãs. Não por meio de futilidades e postagens sem nexo nas redes sociais. Longe disso. Mas o rapper faz questão de dar um tom autobiográfico em suas letras. O terceiro disco de estúdio, Tributo aos Sonhadores I, lançado no fim de abril, não foge à regra.
Letras autobiográficas
Celta Vermelho, que abre o novo álbum, por exemplo, relembra a história de seus pais, a infância e a sua primeira grande vitória: a compra de um carro.
“Esse disco saiu bem natural. Saiu dessa forma por eu estar produzindo o próprio disco, algo que não fazia desde as minhas mixtapes. Levei mais de um ano e meio para construir as faixas. Conversei com vários beatmakers, que mandaram as batidas para mim. E ficou dessa forma mais visceral”, comenta Projota.
De acordo com o artista, a vontade de ter o controle total da obra é antiga. “Não me contentava em delegar as coisas para as outras pessoas e ficar só na composição. Então acordei com o Eye of Tiger, o olho de tigre mesmo, e estou com ele até agora”, brinca, fazendo menção à música-tema de Rocky Balboa, célebre personagem de Sylvester Stallone nos cinemas.
Em Perto do Céu, o músico presta uma homenagem a Chorão e os companheiros de Charlie Brown Jr. “O Chorão é uma grande referência pra mim, como compositor e sonhador. Ele foi um dos maiores sonhadores que conheci. Tive o prazer de conhecer ele, mas não tivemos a chance de gravarmos juntos. Eu chorei muito quando escrevi essa letra”.
O rapper conta ainda que, no início, não pensava numa temática para o disco. Mas as faixas tinham uma relação interessante entre elas.
“De alguma maneira, todas as músicas falam de sonhos, realizações. Elas se conectam. Por isso que surgiu o Tributo aos Sonhadores. A ideia inicial era fazer uma mixtape com essas músicas”, explica.
Disco em dois volumes
Originalmente com 16 faixas, Tributo aos Sonhadores foi dividido em dois volumes, com oito canções cada. No entanto, a parte dois do projeto já sai no segundo semestre.
“Na real já queria soltar tudo junto, mas pediram e eu dividi. É o formato mais ideal no momento. Vai depender do andamento e retorno desse primeiro álbum. Ainda não está gravado, mas tenho quase tudo planejado. Estou fechando algumas participações, mas o prazo é esse mesmo”, adianta.
Com o trap em alta, vertente mais badalada do RAP na atualidade, Projota garante que se influenciou pela batida na hora de produzir o novo disco.
“No estúdio, eu me tranco e não escuto mais nada. Mas no carro ouço. Escuto muito trap e isso acaba influenciando. Tem bastante trap no meu disco, mas coloco minha mensagem. Não sou o único que faz isso. Posso até fazer um de curtir, mas não vou falar de joias ou drogas. Eu faço do meu jeito, é diferente”.