Na estrada com o seu terceiro disco, Dancê, Tulipa Ruiz não esconde a ansiedade para tocar em Santos. Amanhã, a partir das 21 horas, ela se apresenta na Comedoria do Sesc. Os ingressos estão esgotados. Desde o lançamento do álbum, em maio de 2015, ela já rodou a Europa, México e vários estados brasileiros.
No Facebook, ela tem postado imagens de sua infância na Cidade, além de mensagens para os fãs. Nascida em Santos, Tulipa Ruiz se mudou cedo para São Lourenço (MG), mas o vínculo com a região permanece.
“Fiquei só 20 dias em Santos, nasci no Hospital Guilherme Álvaro, depois me mudei. Mas minha mãe e toda a família do lado dela são daí. Passei muitas férias na Cidade”, comenta. “O show no Sesc terá uma turma grande da família me assistindo”, completa a cantora, que vem acompanhada do irmão, Gustavo, seu principal parceiro musical.
A atenção com os fãs é tão grande que a cantora, que emplacou canções em novelas (Verdades Secretas, Cheias de Charme, Rock Story), game (Fifa 11) e faturou Grammy Latino, Prêmio Multishow de Música Brasileira, APCA, entre outros, reservou uma parte do seu tempo para ouvir os pedidos nas redes sociais.
“O pessoal de Santos pediu para tocar Pedrinho (canção do primeiro disco, Efêmera), uma música que não tocamos há tempos, mas faremos isso no Sesc”, garante.
O repertório, segundo Tulipa Ruiz, será focado em cima do último álbum, Dancê, mas terá espaço para alguns sons dos dois primeiros discos.
O formato escolhido para o show em Santos é o redux. “Costumo dizer que trabalhamos com três tipos: o full, que tem os metais, o redux, sem os metais, e o nude, que é acústico e dois violões”.
A trajetória de Dancê, por sinal, está próxima do fim, garante a cantora. Antes, no entanto, quer fazer mais algumas apresentações.
“Rodei a Europa com ele, fizemos duas turnês grandes no México, muitos shows em São Paulo, e ainda tem lugar que não toquei, como Santos. As pessoas acham que o prazo de um disco é curto, mas se você pensar em todas as praças, a gente demora para chegar”.
O conceito de Dancê, segundo Tulipa, não é de um álbum feito para bombar nas pistas. “Não é necessariamente um disco dançante de pista. Tem músicas que podem acontecer lá, mas é uma dança livre. Você pode refletir com o corpo, sozinho, com os olhos fechados. A dança é um lugar bem livre para a gente”.
Sempre atenta ao público, a santista conta que observa muitos dançarinos na frente do palco. “Esse disco foi pensado justamente no estímulo dessas pessoas”.
Depois de completar a divulgação de Dancê, Tulipa promete lançar um projeto paralelo, antes do próximo disco. “Logo mais vou começar a falar mais sobre isso. Posso adiantar que é com uma turma nova”.
Com boa aceitação no mercado internacional, Tulipa conta que mídia e público, no exterior, demonstram muito interesse pela realidade do Brasil.
“Sou uma representante do País. É uma responsabilidade muito grande. Antes de me perguntarem da minha música, elas querem da música em geral do nosso País, das influências, de onde vim. Perguntam sobre todos os contextos, culturais, sociais e políticos. Principalmente, político. Foi um ano muito forte. Quando a gente sai do Brasil, percebemos o quanto fomos manipulados no último ano, principalmente, pela grande mídia”.
Filha do jornalista e crítico de música Luiz Chagas, Tulipa acredita que um fator que tem despertado a atenção do público é a quantidade e qualidade das cantautoras.
“O Brasil é conhecido pelas intérpretes. Temos grandes intérpretes. Hoje em dia, as mulheres que fazem música estão compondo. Isso é muito forte. Elas têm voz e escrevem o que estão cantando. Isso repercute pela qualidade do que estamos fazendo”.