O nome Kakkmaddafakka pode soar estranho e você pode nunca ter ouvido falar dessa banda de indie rock norueguesa. No entanto, a coluna Reverbera desta quinta-feira vai te dar uma chance de conhecer esse grupo, que inicia uma nova turnê no próximo dia 24, e passa pelo Brasil nos dias 30 de novembro e 1º de dezembro, com shows em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Formada em Bergen, no sudoeste da Noruega, em 2004, a Kakkmaddafakka é liderada pelos irmãos Axel e Pål Vindenes, além de contar com Stian Sævig, Sebastian Kittelsen, Kristoffer Wie van der Pas e Lars Helmik Raaheim-Oslen em sua composição. O grupo foi formado para tocar em um show único, ainda nos tempos de escola dos membros da banda, mas o sucesso foi tanto que a brincadeira se tornou coisa séria e o grupo segue na estrada até hoje.

Em entrevista por telefone ao Blog N’Roll, o vocalista Axel Vindenes explicou que, mesmo sem ter alcançado o topo das paradas ao redor do mundo, a banda ainda vê um longo e promissor futuro pela frente.

“Nós estamos em turnê há muito tempo, mas vemos que novas pessoas nos descobrem todos os dias. Isso é muito divertido para nós. Nós nos sentimos muito felizes e ainda somos muito jovens. Nós estamos vivendo um sonho. Eu tenho 31 anos e sou o mais velho da banda”, disse.

Filho de músicos clássicos, Axel sempre teve apoio dentro de casa seguir com a Kakkmaddafakka pelo mundo. Com cinco álbuns de estúdio e bastante bagagem, o vocalista conta que até hoje o nome da banda causa estranheza em algumas pessoas, mas poucos sabem que a ideia do nome veio de um jogo de vídeo game.

“O nome é apenas para soar como o palavrão (motherfucker, em inglês). Nós o criamos alguns meses antes do nosso primeiro show. Eu estava jogando Tony Hawk’s Pro Skater com o baixista (Stian Sævig). E aí, ele tinha que criar um nome para um animal de estimação do jogo. E foi o que fizemos, ele escreveu Kakkmaddafakka e eu disse: ‘Esse é um ótimo nome de animal de estimação’, mas na verdade nós tínhamos acabado de criar o melhor nome de banda possível”, explica.

As letras das composições da banda falam sobre relacionamentos, amores não correspondidos e amizade, sempre com bom humor e uma batida bastante agradável, que lembra bandas como The Kooks e Two Door Cinema Club. Axel diz que, apesar de escrever a maioria das canções, sempre conta com a ajuda dos outros integrantes do grupo.

“Eu (escrevo as letras), principalmente, mas meu irmão também. A composição depende da música. É sempre diferente, para ser honesto. Nós não temos nenhum ritual. Às vezes eu escrevo a música e falo para os outros o jeito que eu quero, às vezes nós nos juntamos e todos fazem a música e às vezes eu começo a escrever e os caras completam. Existem muitas maneiras”.

Turnê

A Globalistic World Tour passará por países da Europa e da América Latina, começando no próximo dia 24, em Copenhague, na Dinamarca, e sendo encerrada no dia 1º de dezembro, no Festival Rock The Mountain, no Rio de Janeiro. Um dia antes, a banda faz um show do Kingston Club, em São Paulo.

Fã de rap e admirador de MC Bin Laden (sim, ele mesmo), Axel afirma ser fascinado pelo Brasil. Além disso, ele conta que uma de suas maiores inspirações na música também aprendeu muito com o País.

“O mundo inteiro é muito inspirado pela música brasileira. Por exemplo, Cornelis Vreeswijk foi um compositor sueco muito inspirado no Brasil nos anos 70 e por causa disso a música brasileira me inspirou muito. Os músicos daí são incrivelmente bons”.

Quando esteve por aqui pela última vez, em 2014, o vocalista conta que a banda teve problemas com equipamentos e mal teve tempo para conhecer o país. Desta vez, ele espera que as coisas sejam melhores e promete uma grande apresentação.

“Para mim é muito especial ir para o outro lado do mundo para tocar minha música. Você verá o que temos de melhor no show. Nós vamos tocar um pouco de tudo. É um show em que estamos trabalhando há anos”, completa.