O Dia Mundial do Rock, celebrado hoje, apresenta uma programação extensa na Baixada Santista nas próximas horas. Tem encontro de gigantes do underground, volta de um velho conhecido e a presença de novos nomes do cenário local (veja abaixo). Amanhã, a partir das 20h, no Arena Club, a banda paulistana de heavy metal Angra, uma das mais celebradas internacionalmente, retorna a Santos depois de 15 anos. A apresentação é um dos pontos altos das festividades do Dia do Rock.
Atualmente em turnê de divulgação do disco ØMNI, que já passou por Europa (26 datas), Argentina, Peru, Chile e México, o Angra promete um repertório bem variado para os fãs.
“Nós vamos tocar umas cinco ou seis músicas do ØMNI e mais umas dez a 12 faixas do repertório antigo. O set está bem variado, legal, vibrante. Estamos com esse show cada vez mais ensaiado”, comenta o guitarrista Rafael Bittencourt, o único remanescente da formação original.
E tal como o público santista, o guitarrista está com saudades da Cidade. Disse que guarda boas lembranças e fez questão de relembrar bandas e até produtor que fazem parte da ligação da banda com Santos.
“Um dos produtores dos nossos primeiros shows na região foi o Pepinho, um cara muito ativo na cena roqueira de Santos. Nós conhecemos várias bandas daí desde o início, que acompanhamos desde os anos 1980 e 1990, como o Mitrium, Charlie Brown Jr, Last Joker, além do Santuário e o Vulcano. É com muito respeito que tocamos em Santos, um dos berços do metal no Brasil”.
O reencontro com a Cidade vem no momento certo. Bittencourt conta que o atual disco trouxe uma surpresa muito boa, que foi a estabilização da formação do Angra.
“Quando o Kiko (foi para o Megadeth) saiu foi mais um golpe, uma mudança, é sempre muito chato. Porém, com a entrada do Marcelo (Barbosa, desde 2015), a gente conseguiu consolidar uma formação, uma coerência, uma sintonia. E isso gerou um álbum especial. O público tem dado um ótimo retorno, cantando as músicas novas”.
O feedback dos produtores também comprova o que foi dito por Bittencourt. Até dezembro, o Angra completará a marca de 100 shows pelo mundo com a turnê do ØMNI. Nos próximos meses, por exemplo, os paulistanos vão excursionar pelos Estados Unidos e Canadá (32 datas), Japão, Coreia do Sul e Taiwan.
“Com esse álbum, estamos trazendo os fãs mais antigos de volta para os shows. O mais comum é trazê-los para ouvirem as músicas antigas. E quando você faz um disco novo, eles tendem a reclamar. Com esse CD, no entanto, estamos conseguindo juntar os fãs antigos e os mais novos. É uma banda com 27 anos, então muitos trazem seus filhos para curtir o show. É uma segunda geração de fãs do Angra”.
Segundo Bittencourt, pela Europa possuir um cenário mais receptivo para o power metal, o Angra sempre teve uma aceitação maior por lá. Mas o novo disco deu uma igualada com o cenário norte-americano também.
“A Europa é mais o heavy metal saxônico, que fala das guerras, Idade Média. A América do Norte é algo mais novo, os temas são mais corriqueiros, eles são formadores de opinião e comportamento. Eles vendem comportamento para o resto do mundo, então as bandas falam mais de assuntos contemporâneos. Nos EUA, eles são mais alegres. Na Europa já é mais variado. Na Itália são super bagunceiros, na Alemanha são mais comportados, observadores e por aí vai. Para você ter uma noção, já fizemos 15 turnês extensas na Europa, mas será a primeira vez que teremos uma tão longa assim na América do Norte”.
Mas antes do desafio na América do Norte, o Angra tem uma gravação de DVD, no próximo dia 21, no Tom Brasil, em São Paulo.
“Nós vamos tocar o ØMNI na íntegra. Essa é a grande diferença para os demais shows. E tocaremos, bem provavelmente, na mesma ordem do disco. Foi uma vontade nossa de registrar essa renovação da banda”, conta Bittencourt, que terá a participação da cantora Sandy, que foi uma das gratas surpresas de ØMNI.
“A ideia da Black Widow’s Web (música) era ter as diferentes faces da mulher. Uma voz endemoniada, outra angelical para representar a garra, a firmeza da mulher, mas também a candura, o lado mais maternal. Eu precisava dessa voz. A Alissa White-Gluz faz a endemoniada, enquanto a angelical quis que fosse a Sandy. Além de ter uma voz muito doce, suave, ela tem um prestígio muito grande e acredito que ela tem uma afinidade pelo rock e por desafios. Me arrisquei, pedi para o Lucas, que é nosso amigo, falar com ela e, para a nossa surpresa, ela topou de primeira”.
Serviço: Os ingressos para o show do Angra em Santos estão à venda no site. Eles custam entre R$ 50,00 e R$ 140,00. O Arena Club fica na Avenida Senador Pinheiro Machado, 33, na Vila Matias, em Santos.
PROGRAMAÇÃO ROCK NA BAIXADA SANTISTA
#Neste sábado (14), a partir das 11h30, a Praça dos Andradas, em Santos, recebe uma programação com sete bandas da região: John People, Carnal Desire, Medusa Trio, Opala Meia9, Dr. Kaveira, Kill Mister e InPulse. A entrada é gratuita.
#Também neste sábado, às 12h, a área externa da Arena Santos (Av. Rangel Pestana, 184) será ocupada pelas bandas Bayside Kings e Soldout (Charlie Brown Jr cover) e o roqueiro Supla. A entrada é gratuita.
#Para o público que prefere um folk rock, a dica é o evento da Bamberg Express, que reúne Heitor Vallim, Scuba Divers, O Cubo e A Sea of Leaves, neste sábado, a partir das 17h. Entrada gratuita. A Bamberg fica na Avenida Afonso Pena, 507, no Estuário.
#Nesta sexta-feira (13), a partir das 19h, o Lobo Estúdio promove o bate-papo Rock e Poesia, com o poeta Flávio Viegas Amoreira e o escritor e guitarrista Alessandro Atanes, ambos integrantes da seção Poesia e Rock, do Blog n’ Roll, de A Tribuna On-line. A ideia do encontro é mostrar a ligação do
gênero com a literatura. A entrada custa R$ 40,00. O Lobo Estúdio fica na Rua Luiz de Camões, 12.
#Depois de 35 anos, Santuário e Vulcano voltam a dividir um palco. Duas das mais influentes bandas da história do metal santista, elas se apresentam no Teatro do Sesc, nesta sexta-feira, a partir das 20h. Os ingressos custam entre R$ 6,00 e R$ 20,00. O Sesc fica na Rua Conselheiro Ribas, 136, na Aparecida.
#Na Lagoa da Saudade, no Morro Nova Cintra, a pedida é o Underground Street Fest, com shows do Three on Never, Mistanásia, Social Breakdown, Amorfo, Sempre, #Kenfoikeumato, Levatha, Dr.Kaveira e ReiSilva. O evento é neste sábado, às 16h, com entrada gratuita.
#O Boteco Valongo mantém sua programação roqueira habitual com Let There Be Rock (AC/DC cover), nesta sexta-feira, a partir das 22h. A entrada é gratuita até meia-noite ou para quem for no show do Vulcano e Santuário no Sesc. Após esse horário, a casa cobrará R$ 15,00 de entrada.
Neste sábado, a partir das 22h, é a vez de uma trinca de peso com Meteora (Linkin Park cover), Crowz (Slipknot cover) e Freaks (Korn cover). Até 23h o preço é R$ 10,00; sobe para R$ 20,00 após a meia-noite. O Boteco Valongo fica na Rua São Bento, 43.
#O Jam Fest 2018 rola nesta sexta-feira, às 22h, no Arena Club, com shows da Rygel (lançando o disco Darkened), na sequência músicos da região se juntam no palco em um formato jam para tocar hinos do metal e rock. A abertura da noite fica com a Heavenly Kingdom, também com disco novo na praça, Slaves of Time. O ingresso custa R$ 10,00.