O CPM 22 lança entre setembro e outubro seu projeto acústico em CD e DVD. O trabalho conta com 22 músicas, sendo quatro inéditas, e tem a participação do vocalista do Capital Inicial, Dinho Ouro Preto. O vocalista Badauí conversou com A Tribuna sobre a nova produção e garante que os fãs vão gostar do resultado.
“Nós fazemos nossas músicas no violão. Tem tudo a ver. Adaptamos algumas partes e utilizamos músicas que casassem bem com a proposta”, conta ao afirmar que testou 30 canções durante os ensaios.
De acordo com o vocalista do CPM 22, a ideia de gravar um acústico começou a ser cogitada em 2007. “Naquele ano, a MTV apresentou uma proposta, mas não sentimos que era o momento certo para isso”, diz. “A Universal (gravadora) nos procurou e aceitamos fazer, tanto pela parte artística como pelo contrato de três álbuns com eles”, completa.
O repertório, apesar de não ser divulgado na íntegra, deve agradar aos fãs de todas as fases da carreira do CPM 22. Canções como Regina Let’s Go, Tardes de Outubro, Um Minuto Para o Fim do Mundo, Sofridos e Excluídos, Vida ou Morte, entre outras estão no álbum.
Homenagem
Entre as faixas inéditas, Badauí adianta que Perdas será o primeiro single do acústico e o lançamento deverá ocorrer em menos de um mês.
“Além de Perdas, nós gravamos outras três. Uma delas é Pra Sempre, composta pelo Luciano (guitarrista) em memória de sua irmã, que faleceu no ano passado. É um momento forte do nosso projeto”.
O vocalista do Capital Inicial, Dinho Ouro Preto, é o responsável pelo vocal na faixa Um Minuto Para o Fim do Mundo, do álbum Felicidade Instantânea, de 2005.
Quem também dá suporte para o CPM 22 nessa empreitada é um trio de metais, Philippe Fargnoli (Dead Fish), que toca no projeto inteiro, e Daniel Ganjaman, responsável pela produção do álbum Depois de um Longo Inverno, de 2011.
O projeto acústico não ficará restrito apenas às gravações. Badauí garante que o CPM 22 fará uma turnê de divulgação do álbum a partir do início de 2014. “No final do ano já vamos mesclar um pouco do repertório. Terá uma parte acústica e a outra do jeito normal”.
Nova fase do CPM 22
O contrato assinado com a Universal Music marca um recomeço para o CPM 22 no mainstream. A banda de hardcore que nasceu no cenário independente de São Paulo viveu um grande momento no início da década 2000, mas passou por um período fora do circuito entre os álbuns Cidade Cinza (2007) e Depois de Um Longo Inverno (2011).
“Estávamos indo para o sétimo álbum da carreira quando rolou um atrito com o Rick Bonadio (responsável pela produção de três álbuns da banda). Fizemos uma turnê de um ano, mais um ano para resolver o atrito, outro ano para gravar o novo álbum e por ai vai”.
Dois ex-integrantes que saíram da banda durante este período, Portoga e Wally, não mantiveram o contato com o vocalista Badauí.
“O Portoga ainda encontro nos shows. Ele mora perto da minha casa e do bar que eu tenho”, diz. “O Wally saiu brigado do CPM, infelizmente. Crescemos juntos, mas não nos falamos mais. Ele morreu pra mim”, completa.
Carinho por Santos
No final dos anos 1990, Santos contava com uma das cenas independentes mais fortes do Brasil. Dezenas de bandas de hardcore surgiram na Cidade naquele período. O CPM 22, que dava os seus primeiros passos em São Paulo, aproveitou o momento e fortaleceu o nome na região.
“A Califórnia vivia uma fase de ouro. Várias bandas de hardcore e punk rock estavam em alta lá. Muitas das nossas influências vieram da Califórnia”, diz Badauí. “Santos não era diferente. Era uma espécie de Califórnia brasileira, pela cultura do skate, do punk rock e o clima de praia”, completa.
Bandas da região também influenciaram o CPM 22, diz Badauí. “Santos é a cidade do Garage Fuzz, que tem mais de 20 anos de estrada, do Safari Hamburguers, White Frogs e do Charlie Brown Jr, a mais conhecida de todas. Elas vieram antes do CPM”. Hoje, o grupo tem um integrante da região, o baixista Heitor Gomes, ex-Charlie Brown Jr.
Mas quem pensa que as memórias de Badauí se resumem apenas ao período anterior ao início do CPM está enganado. “Fizemos shows memoráveis no Bar do 3 abrindo para o No Fun At All (banda sueca), além do Armazém 7, muito marcante no nosso período independente”, diz.
Hoje, Badauí afirma que perdeu um pouco o contato com nomes novos. “O bar e o projeto acústico consomem muito tempo, felizmente. Mas duas bandas me chamam a atenção: o Bayside Kings (Santos) e o Bullet Bane (São Paulo)”, elogia.
1 Comment
Deixe um comentário
Deixe um comentário
Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.
Aline Bianca Cocta Ndili
2 de julho de 2014 at 20:46
Amo Muito Esses caras muito mesmo…
meu sonho e de poder falar com eles pessoalmente.
Seria a melhor coisa do Mundo.
AMO VOCÊS.
Estou louca pra saber quanto vão aparecer aqui em santa catarina de novo. aguardo ansiosa.