Dono de grandes hits, o Biquini Cavadão deixou o autoral de lado para homenagear o amigo e ídolo Herbert Vianna, vocalista do Paralamas do Sucesso. Ilustre Guerreiro traz oito faixas do paraibano, todas com nova roupagem.
“Já havíamos gravado discos não autorais, mas ao mexer em seu cancioneiro, vimos que o desafio era maior. Chegamos a ficar três horas parados no estúdio, até que começássemos a gravar alguma coisa. Ouvíamos muitas regravações, analisávamos o porquê de uma ou outra ter dado certo. E, ao final, buscamos dar a cada canção um novo prisma, uma forma diferente de ouvi-la, mas sem dissociá-la da original”, justifica o vocal do Biquini Cavadão, Bruno Gouveia.
Para os mais leigos ou desavisados, essa ligação entre as duas bandas pode parecer estranha. Mas Gouveia refresca a memória do público.
Em 1983, recém-chegado das férias na Inglaterra, Gouveia foi apresentado para Vianna, por intermédio de um amigo que, mais tarde, faria parte da primeira formação do Biquini. A irmã do guitarrista namorava o líder do Paralamas, que foi quem sugeriu o nome da banda de Gouveia.
Na gravação da primeira música, Tédio, como ainda estava sem um guitarrista, o Biquini contou com a participação do paralama. A faixa foi o passaporte para o primeiro contrato com uma gravadora. “Aliás, foi ele (Vianna) que incentivou o jovem Marcelo Castello Branco a nos contratar para a Polygram, em 1985”.
Ilustre Guerreiro é um disco despretensioso e muito agradável. Destaco dessa seleção Vital e Sua Moto, Ska e Aonde Quer que Eu Vá. E elas devem compor o repertório da próxima turnê da banda.
“O conceito é este mesmo, colocar estas músicas inseridas num show conceitual, mas sem esquecer os sucessos da nossa história. A tour começou em São Paulo e seguirá por todo ano de 2019”.
Além da turnê, o Biquini deverá iniciar o processo de um novo disco, previsto para 2020. Antes, no entanto, Gouveia lançará uma autobiografia.
Questionado sobre o que tem escutado atualmente, o vocalista citou música clássica e ópera. “Não que pretenda gravar algo operístico, mas boas melodias são sempre inspiradoras. E o Queen por conta do filme do Bohemian Rhapsody”.