Foram necessários 27 anos para, enfim, o Black Crowes retornar ao Brasil. Até então, a banda havia se apresentado só uma vez no País, no Hollywood Rock 1996. Nessas quase três décadas seguintes, a banda viveu um hiato (2002-2005), um encerramento das atividades (2015-2019) e precisou adiar a turnê de reencontro, em 2020, em função da pandemia do coronavírus.
Aliás, a pandemia atrasou a turnê que veio ao Brasil, a alusiva aos 30 anos do clássico álbum Shake Your Money Maker, lançado em 1990. Sorte nossa que os planos não foram alterados.
Com show único no Espaço Unimed, em São Paulo, na última terça-feira (14), o Black Crowes mostrou que o tempo afastado fez muito bem. Diante de 6 mil pessoas, a banda mostrou técnica absurda em uma apresentação sem telões futuristas, efeitos especiais, chuva de papel picado ou bla bla bla desnecessário o público.
A primeira parte foi toda dedicada ao Shake Your Money Maker, tocado na íntegra e em ordem, de Twice as Hard até Stare it Cold. Os irmãos Chris e Rich Robinson são as grandes estrelas, com um destaque maior para o primeiro.
Aos 56 anos, Chris recuperou o vocal característico e os trejeitos de Mick Jagger, dançando o tempo todo durante as músicas. Aliás, vale destacar o quanto Rolling Stones influencia essa incrível banda. Não é apenas na sonoridade blues rock, mas também pelo visual e postura de Chris.
Mas a adoração aos Stones foi deixada de lado no Brasil. Diferente do que vinha fazendo nos últimos shows, a banda não tocou o cover de Rocks Off. Uma pena.
Mas a segunda parte da apresentação reservou outras boas surpresas do repertório extra Shake Your Money Maker: faixas dos álbuns The Southern Harmony and Musical Companion, Amorica e By Your Side.
Em resumo, o Black Crowes tocou Sometimes Salvation, Wiser Time, Thorn in My Pride, Sting Me e o megahit Remedy, muita festejada pelo público. Por fim, a banda fez uma breve pausa e voltou com Virtue and Vice.