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Entrevista | Capital Inicial – “Fiquei impressionado com a sonoridade que ele tirou”

Diversas vertentes do rock serão apresentadas neste sábado (15) em Santos. O que para muitos pareciam dois eventos para públicos distintos, mostrou-se um ledo engano. Enquanto o Arena Club recebe Fresno, Scalene, Supercombo, Selvagens à Procura da Lei, Zimbra e Glória, a segunda noite do Santos Rock Festival tem como grande atração a veterana Capital Inicial, no Mendes Convention Center. Apesar da grande diferença de idade – a banda de Dinho Ouro Preto surgiu em 1982, enquanto Supercombo apareceu em 2009 e o Fresno em 1999 – elas possuem um forte elo.

“Fui gravar um som com o pessoal da Supercombo e eles comentaram que existia um grupo no WhatsApp com vários músicos, incluindo o pessoal do Far From Alaska, Scalene, Medulla, Vivendo do Ócio, entre outras bandas. Claro que pedi para entrar no grupo, sempre levantei a bandeira do rock. E lá rola uma ligação legal de como as bandas poderiam se ajudar mutuamente”, explica o vocal da Capital Inicial, Dinho Ouro Preto, com o seu entusiasmo característico.

A partir do grupo no WhatsApp, Dinho chegou ao vocalista da Fresno, o gaúcho Lucas Silveira, que está produzindo o novo trabalho da banda.

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“Mal o conhecia e tínhamos nos falado apenas duas vezes. E o pessoal do grupo marcou uma reunião na casa dele, que é sui generis. A sala é um estúdio de gravação, uma coisa muito animal. Depois desse encontro, mostrei um som novo e ele deu uma solução incrível, tirou um coelho da cartola. Fiquei impressionado com a sonoridade que ele tirou, os outros integrantes adoraram o resultado”.

A surpresa foi geral para todos os envolvidos, garante o vocalista. Dinho explica que a gravadora cogitava algum medalhão para produzir o novo disco do Capital Inicial, seguindo a linha tradicional de gravar em um grande estúdio.

“O Lucas é um cara experiente, está na música há tempos, produziu vários artistas, mas produzir um disco cheio de uma banda veterana foi a primeira vez. Inicialmente, pensamos em fazer as baterias fora, mas no fim concentramos toda a gravação na casa dele”.

Sonora, nome do disco que deve ser lançado em novembro, já teve algumas amostras divulgadas pela banda. Não Me Olhe Assim, Tudo Vai Mudar, Seja o Céu e Tempestade foram os quatro primeiros singles e mostram bem o caminho que segue a nova fase.

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“Vai soar como Capital Inicial, mas diferente. Estamos no fio da navalha, não dá para fazer algo que fuja das nossas características depois de mais de 30 anos de banda. As pessoas esperam ouvir esse som. Mas, ao mesmo tempo, procuramos fugir da mesmice e a entrada do Lucas foi importante nesse sentido. Quem escuta as faixas novas percebe que é uma quase uma releitura do nosso trabalho”.

Além de Lucas, que também compôs junto com Dinho, o álbum trará faixas em parceria com parceiros de longa data como Thiago Castanho (ex-Charlie Brown Jr), Kiko Zambianchi e Alvin L.

“Entre os singles que ainda vamos lançar temos canções que tivemos as participações do CPM 22, Gustavo (Scalene), Far From Alaska e o próprio Lucas”, adianta Dinho.

O novo registro, por sinal, tem um formato diferente do defendido pelo vocalista, admirador dos discos de vinil. “Vai sair em formato físico também, em novembro. Esse formato streaming vai contra o meu instinto, aqui é uma adaptação para o streaming. Me disseram que estava funcionando assim. Você pode até reconhecer o Capital ouvindo de forma separada, mas funcionará melhor como um conjunto de faixas, no fim”.

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Até novembro, mais sete singles serão lançados, totalizando as 11 canções gravadas. “Sairá um pacote com dois sons, depois um e outro com quatro faixas, que são as participações especiais”.

Falando sobre o show em Santos, Dinho promete tocar os singles já lançados, mas o foco mesmo será um passeio pela discografia da banda. “Vamos tocar um Leve Desespero, a primeira música que compusemos e já não apresentamos nos shows há tempos. Seja o Céu (som novo) será em uma versão acústica. Além disso, temos alguns covers de bandas que adoramos, mas não vou adiantar e estragar a surpresa dos fãs”.

O segundo Santos Rock Festival acontece entre hoje (14) e domingo (16), a partir das 21h, no Mendes Convention Center. Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, remanescentes da Legião Urbana, abrem o evento, nesta sexta-feira, com clássicos da banda. No sábado, além da Capital Inicial, tem show da santista Aliados. Fecha o evento, no domingo, a apresentação Somos Todos Charlie Brown, com ex-integrantes da banda santista, do Strike, Raimundos e Tihuana.

Para curtir um dia do festival, os valores variam de R$ 40,00 a R$ 140,00. Para os três dias, R$ 130,00 e R$ 270,00 (área vip open bar). Site de venda de ingressos: Ingresso na Net. O Mendes Convention Center fica na Av. Francisco Glicério, 206, em Santos.

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