Com integrantes beirando os 80, Deep Purple entrega show poderoso em SP

Com integrantes beirando os 80, Deep Purple entrega show poderoso em SP

Não basta ter um repertório suficiente para atrair o público toda vez que vem ao Brasil. O Deep Purple gosta de inovar e apresentar surpresas em todas as visitas. Na última sexta-feira (13), no Espaço Unimed, em São Paulo, foram quatro faixas adicionadas do álbum =1, lançado em julho.

Além da renovada no repertório, o tecladista Don Airey também inova nos solos de teclado. Como já é característico, homenageia o Brasil em todas as visitas. Dessa vez tocou um trecho de Chega de Saudade (João Gilberto) e o hino nacional, arrancando muitos aplausos dos fãs.

Rafael Strabelli / Espaço Unimed

Se Don Airey encanta com carisma e uma técnica apurada, o vocalista Ian Gillan impressiona pela vitalidade. Aos 79 anos, não demonstra nem estar próximo da aposentadoria. Óbvio que a voz não atinge o mesmo patamar de antes, principalmente em Highway Star e Into The Fire. No entanto, na balada When a Blind Man Cries fica evidente a capacidade de emocionar como poucos.

Não é um show pirotécnico, muito menos com falação desnecessária. É rock and roll puro do início ao fim. O equilíbrio entre os integrantes é algo que impressiona também. Ian Paice e Roger Glover, ambos desde o fim dos anos 1960 na banda, são os mais estilosos e não reduziram em nada a capacidade de performar. Por outro lado, o guitarrista Simon McBride, que entrou em 2022, está ainda mais à vontade. Em sua segunda turnê no Brasil, o músico chama a responsabilidade em vários momentos, arrancando aplausos e gritos efusivos dos fãs.

Não sei quando será o retorno do Deep Purple ao Brasil, mas recomendo que você não perca isso por nada. É uma lenda do rock que segue entregando com muita dignidade, inclusive com conteúdos frescos. E sem esquecer dos clássicos. Smoke on The Water, por exemplo, foi cantada em uníssono.

Rafael Strabelli / Espaço Unimed