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Crédito: John Bolloten

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Entrevista | Discharge: “Foi um álbum que firmou uma fundação para vários estilos”

A icônica banda inglesa de punk Discharge está prestes a vir ao Brasil pela primeira vez em 18 anos. Serão três shows, dois em São Paulo, um em Curitiba, todos com ingressos disponíveis.

O primeiro show da turnê será em 9 de dezembro, no Basement Cultural, em Curitiba, com abertura da banda Malvina. Nos dias 10 e 11, os shows acontecem na Fabrique Club, em São Paulo, com aberturas do Surra e Urutu na primeira data, e Ratos de Porão na segunda.

Com história em bandas como Dead Heros, Wasted Life e Broken Bones, o vocalista do Discharge, Jeff “JJ” Janiak, conversou com o Blog n’ Roll sobre os shows no Brasil e a importância da banda para a história do punk rock.

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Hear Nothing, See Nothing, Say Nothing, álbum de estreia do Discharge, está completando 40 anos. O que representa para o punk, metal e hardcore esse clássico, na sua opinião?

JJ: Foi a porta de abertura, um ponto de partida para vários estilos diferentes, o punk, o metal, o jeito que quiser chamar, música extrema. E tem que começar de algum lugar, e esse com certeza foi um álbum que firmou uma fundação para todos esses estilos.

As apresentações no Brasil vão priorizar esse álbum ou vocês pretendem explorar outros discos também? O que pode adiantar?

JJ: Nós tocamos tudo. Não vamos tocar um álbum específico do início ao fim. Vocês terão tudo.

Muita coisa mudou no punk rock desde o lançamento do álbum de estreia do Discharge. Você ainda vê algo da essência do punk britânico dos anos 1970 e 1980 em bandas mais novas?

JJ: Claro, tem mudado ao longo dos anos, algumas bandas mantiveram a fórmula original, outras fizeram misturas, se tornaram mais pesadas. O punk do começo dos anos 1970 até o início dos 1980 são coisas diferentes, diferentes estilos.

Quando o punk começou significava apenas uma coisa, mas hoje em dia é um termo guarda-chuva para diferentes estilos, pois hoje há tantos estilos de punk, seja hardcore punk, ska punk, tantas variações.

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O mundo vive um momento conturbado com pandemia, guerra, intolerância. Esse caos acaba tornando o cenário mais propício para a retomada da força do punk rock?

JJ: Sim, apenas reforça o que muito de nós falávamos: a decadência de civilizações, a sociedade. Você não leva a sério e, de repente, tudo está desmoronando. As pessoas não sabem mais o que fazer, suas vidas diárias foram completamente alteradas, trancadas em suas casas por anos.

E apenas mostra que qualquer coisa pode acontecer a qualquer momento, e isso foi sempre um tópico do punk. E o que você fará quando acontecer? Quais passos as pessoas estão tomando para se preparar para o que vai acontecer?

O Discharge veio somente uma vez ao Brasil, há 18 anos, quando você ainda não estava na banda. O que sabe sobre o país?

JJ: Nunca estive no Brasil, estou muito ansioso para isso. Falei com algumas pessoas online, e ouço coisas do Brasil há anos. Ver as pessoas e conhecer um país novo, do outro lado do planeta, não é uma coisa que acontece todo dia. Não se tem a oportunidade de viajar para outro país com muita frequência, será ótimo.

Conheci algumas pessoas do Brasil através da música, esse é o poder da música, do punk rock, temos essa coisa em comum, e ela nos une.

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Conhece bandas daqui?

JJ: Ratos de Porão, conheço o João Gordo. Max e Igor (Cavalera) também são nossos amigos. Não irão ao nosso show, pois acho que estão em turnê no momento, e Max mora nos EUA, Igor no Reino Unido.

O Discharge já pensa em gravar um novo álbum de estúdio? Qual é a expectativa de vocês? O que pode adiantar?

JJ: Estamos sempre pensando em gravar um disco novo, e praticando, o processo de escrever é completamente diferente do processo de gravar. Fizemos o processo de escrever, e gravar um álbum é um grande compromisso. Tudo deve ser feito da maneira certa, todos devem querer, estarem de acordo e dedicados a isso. E quando estivermos prontos, vamos ao estúdio para criar um novo monstro, no momento certo.

Cite três álbuns que ajudaram a te formar como músico. Por que?

JJ: Muito difícil para mim, mas vou voltar ao início, quando ainda era uma criança ouvindo as músicas que meus pais escutavam. Coisas como Black Sabbath, não consigo escutar apenas um disco.

Crescendo, quando fui construindo minha identidade, conheci o Dead Kennedys. Plastic Surgery Disasters foi um dos primeiros discos punk que ouvi. Abriu minha mente para me envolver na cena punk.

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Death Church, do Rudimentary Peni, foi um álbum ótimo, tão bizarro e dark. É difícil para mim escolher apenas três álbuns, pois há tantos ótimos de diferentes estilos.

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