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Entrevista | Maneva – “Este disco é o momento da gente celebrar nós cinco”

A banda Maneva lançou, nesta quinta-feira (26), o seu 13º álbum, Mundo Novo, em todas as plataformas digitais. O disco contempla os 17 anos de carreira do grupo, e contém dez faixas inéditas compostas exclusivamente para este álbum. 

Em resumo, Mundo Novo foi gravado nas ruínas do antigo moinho das Indústrias Reunidas Matarazzo, em São Paulo. O espaço foi todo preparado pelo artista plástico Guaen, que já havia trabalhado com a banda em projetos anteriores. 

O vocalista da Maneva, Tales de Polli, acompanhado dos demais integrantes, Felipe Sousa (guitarra), Fernando Gato (baixo), Diego Andrade (percussão) e Fabinho Araújo (bateria), falou ao Blog n’ Roll sobre o lançamento do álbum e contou alguns detalhes de como é o processo de criação, inspirações e experiências que a banda espera trazer para os fãs.

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O grupo vem para a Baixada Santista no dia 18 de junho, para um show no Vila Junina, em Praia Grande. Posteriormente, em outubro, no dia 15, o Maneva retorna ao Arena Club, em Santos. Confira abaixo a entrevista completa.

Como foi o processo de criação do álbum? 

Tales: O Mundo Novo foi legal porque ele começou com início, meio e fim. Quando se falou de mundo novo a gente já enxergava uma coisa meio onipresente. Já enxergávamos onde ele ia dar. Então, além de trazer um trabalho de composição, também foi feito um trabalho de conceito muito forte.

Aliás, esse conceito acabou influenciando toda a direção de arte, da linguagem artística do disco até a questão das composições e do DVD, que nós também gravamos para celebrar este álbum. Acho que esse conceito do Mundo Novo foi algo que guiou bastante a construção deste álbum. Neste Mundo Novo, a gente celebra muito o antigo também.

Como surgiu a ideia de fazer uma parceria com o artista plástico Guaen?

Tales: O Guaen trabalhou com a gente no Tudo Vira Reggae em julho de 2020. E, quando chegou o Mundo Novo, como foi essa ‘parada’ de celebrar o antigo, nós trouxemos uma ‘parada’ mais rupestre para a linguagem visual deste trabalho. E, na hora a gente fala de simbologia, as obras do Guaen trazem essa muito essa ‘parada’, um pouco mais de desenho mesmo.

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Junto com a direção de arte do Érico Belém, eles chegaram nesta linguagem que foi esse colorido e esse estilo rupestre. Cada símbolo representa uma música e todos eles têm relação com a mensagem da canção. O conceito do disco está bem alinhado, desde a arte do Guaen até as músicas. 

Neste novo álbum, vocês buscaram mudar um pouco o estilo da banda incrementando beats eletrônicos. Isso faz parte do Mundo Novo da Maneva?

Tales: Faz sim. Quando nós definimos as canções do álbum, a gente sentiu que a ‘parada’ estava remetendo bastante aos discos de 2009 e 2011. Foi onde nós falamos ‘parece que o velho Maneva está voltando’. A gente por um tempo foi mudando e acabou sendo uma coisa natural que voltou. Nós já temos esse papo de beat eletrônico há uns quatro anos, e aí nós conseguimos incrementar de verdade agora nesse álbum aí.

Diego: Nós sempre fomos uma banda experimental, nunca nos prendemos somente a um ritmo. Sempre colocamos outros elementos, outras rítmicas nos nossos álbuns desde o primeiro, onde a gente teve o baião, rock, rap, e por aí vai. E a gente está vendo que hoje em dia muita coisa é pautada no beat eletrônico.

Nós tentamos fazer essa mistura, mantendo a identidade, mantendo o que o Maneva é, a essência do Maneva. Nós escolhemos a Head Media para produzir este trabalho, justamente por isso. Eles “não respeitaram” a gente porque muita gente tem medo de mexer na essência do Maneva e a gente queria isso, alguém que não respeitasse tanto a gente assim para podermos arriscar alguma novidade e trazer novos elementos. 

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Além de novos elementos inseridos nas músicas, teremos alguma participação especial no álbum?

Tales: Não, quando nós começamos a ouvir o disco já finalizado, estávamos nessa fase de tentar ver participações. Mas quando ouvimos o álbum, soou tão Maneva Mundo Novo que a gente falou assim: ‘este disco é o momento da gente celebrar nós cinco’. 

São 17 anos de carreira e Mundo Novo traz uma reflexão sobre o presente e o passado. Os últimos dois anos foram muito difíceis por conta da pandemia, como a banda lidou e quais foram os aprendizados que trouxeram para o álbum?

Tales: O maior aprendizado nesses dois anos é que o tempo é nosso maior tesouro. Ele vale mais do que o dinheiro, vale mais do que nossa casa, o que vale mais do que tudo que a gente tem é o nosso tempo. E a gente conseguiu trazer nas canções, justamente essa ‘parada’ de você ter a responsabilidade de estar vivendo a sua vida do jeito que ela tem que ser vivida.

Os relacionamentos, por exemplo, você realmente degusta deles, estar de corpo e alma com as pessoas. Esse álbum retrata muito bem isso e também como, de maneira coletiva, nós podemos fazer um mundo melhor. O Mundo Novo traz essas reflexões tanto da nossa responsabilidade individual com o nosso tempo, quanto das relações pessoais.

Pretendem continuar seguindo o modelo inovador de Mundo Novo?

Tales: Com certeza, a gente é uma banda experimental desde o nosso primeiro disco. Lá nós já tínhamos o baião, flertamos muito com o ska. O nosso disco de 2009 tinha forte influência de jazz. A gente sempre foi uma ‘parada’ que foi um grande laboratório.

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Para os próximos discos, não tem como deixar de ser assim, isso faz parte do nosso DNA, da nossa essência. Você pode ter certeza que enquanto estivermos trabalhando, estaremos inovando e sempre trazendo coisa nova. Porque é justamente o sentido da vida, o sentido do espírito é a gente subir os degraus da evolução e nós queremos fazer isso com a nossa música também. 

Falando sobre a criação das músicas, como é o processo criativo? Vocês vivenciam alguma experiência e colocam no papel ou compõem e depois fazem a letra?

Tales: A inspiração para composição, para fazer música, ter ideias do que lançar, ela está no ar. A partir do momento que você consegue sintonizar a sua energia, vibração na mesma vibração da ideia que está flutuando aí, ela vai te visitar. Por isso que acho que ninguém tem uma ideia. A ideia escolhe você. Se a ideia fosse algo tão particular, duas pessoas não teriam a mesma ideia.

A partir do momento que você vibra na mesma ‘parada’ da ideia, ela vai chegar até você. E ela vai te dar um presente ou um problema. Mas você tem que estar apto a filtrar e pegar sempre o que é bom.

Qual é a experiência que o Maneva quer passar para as pessoas através do Mundo Novo?

Tales: O mundo é um caldeirão de ideias e convivências. Você é moldado de acordo com as suas vivências, isso não pode ser mudado. Por mais que você ache que não, a gente é influenciado pelo meio ambiente e experiências que a gente tem. E a partir do momento que, como banda a gente vende experiências, nada mais justo do que trazer uma experiência gostosa, que possa edificar. Uma coisa que possa trazer sentimentos que não trabalha tanto. Às vezes, por ego, vaidade, nós não trabalhamos com o perdão, como refletir em um momento de ira.

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Então, o Maneva tenta sempre trazer essa experiência. Com o Mundo Novo não foi diferente. Nós queremos trazer justamente essa experiência do coletivo, da gente pensar em um mundo melhor e pensar em um mundo novo de verdade.

A Baixada Santista é uma região muito musical. A cena reggae é bastante forte aqui, como o Maneva vê os shows aqui na região?

Tales: O reggae é um estilo que une as pessoas e não tem como ser diferente, né? A praia já traz um pouco dessa ‘parada’, traz uma onda de estar perto. Por isso que a praia é muito democrática. Ali você não tem classe social, é todo mundo convivendo com todo mundo e todos curtindo do mesmo presente que a Terra deu pra gente, a natureza. Então acho muito legal a gente comungar a nossa música com uma energia tão boa como da Baixada Santista. 

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