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Entrevista | Oscar Anton – “Um artista de Los Angeles interage diferente de um brasileiro”

O cantor e compositor francês Oscar Anton está com um projeto ambicioso: percorrer o mundo em busca de uma trilha sem igual para o seu novo álbum. Depois de lançar algumas produções na quarentena, Oscar Anton decidiu explorar o mundo da forma mais musical possível.

Oscar Anton conversou com o Blog n’ Roll sobre esse projeto ambicioso e comentou um pouco sobre a ligação com a música brasileira. Saudade, com Ana Gabriela, é a participação brasileira no projeto postcards que visitou 11 países.

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A sua trilha por cidades do mundo inclui grandes metrópoles, como Milão, Berlim, Istambul, Nova York, entre outras. Como foi esse processo de curadoria?

O processo de criação foi eu querendo visitar países em que tinha em mente. Conhecia algumas pessoas em Madri e nunca tinha ido lá. O Brasil era um dos lugares que mais queria visitar. Sabia alguns países que queria visitar, e tive algumas reuniões com minha equipe para decidir quais países seriam mais vantajosos para minha carreira, em que país conseguirei tocar nas rádios, nas playlists do Spotify, por exemplo. E queria que fossem países quentes, pois está tão frio aqui na França, que se for um lugar quente, eu estarei feliz.

Você já havia visitado esses locais? Conhecia os artistas?

Maioria foi mandando mensagem pelo Instagram falando “amo sua música, e estou indo para o Brasil em breve”. E outros foram mediados pela minha equipe, que após decidirmos um país para visitar, me faziam uma curadoria com artistas que combinam com meu estilo, e escutava e entrava em contato com alguns.

Foi entre isso e eu mandar mensagens aleatórias no Instagram, e foi um processo difícil. No começo achei que todos responderiam, acreditava que artistas só querem trabalhar com outros artistas, mas tive apenas algumas respostas.

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Você consegue listar semelhanças e diferenças entre os artistas? E as cidades?

Na verdade existem muitas diferenças, a única semelhança é o amor pela música e o jeito que nos conectamos com a música, basicamente foi nós fazendo música em todo país, esse foi o mesmo processo.

Mas a relação com a carreira, com dinheiro, com a música, era muito diferente entre os países. As pessoas entre si eram muito diferentes também, um artista de Los Angeles interage de uma maneira diferente de um artista brasileiro.

Esse projeto já tem outros capítulos pela frente? Quais?

Já visitei todos os países, as viagens acabaram, foram 12 países. Agora estamos pensando em como lançar as coisas. Visitei 12 países esse ano, na verdade 11, pois Los Angeles e Nova York ficam nos EUA, mas são cidades completamente diferentes. O último país que visitei foi Marrocos, fui até a costa oeste surfar e fazer música.

“Saudade” é uma referência para o clássico da bossa nova, Chega de Saudade, famosa na voz de João Gilberto? Já ouviu falar sobre ele?

Na verdade, não conhecia a palavra “saudade” antes, mas ouvi em várias músicas da bossa nova, além de Chega de Saudade. É uma palavra que se pode usar para diferentes coisas, eu não sabia o que significava, e acho que ninguém realmente sabe, até no Brasil.

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E Ana Gabriela, com quem fiz a música, me explicou que representa um sentimento de sentir falta de algo ou alguém, e foi com essa ideia que trabalhamos no estúdio. É a única palavra que conheço em português.

Já existe uma expectativa para fazer shows no Brasil? Quando? O que ouviu a respeito dos fãs daqui?

As primeiras pessoas do Brasil que notei que ouviram minha música, ouviram pelo YouTube. Lancei uma música com minha irmã mais nova há uns dois anos, em francês, e comecei a receber muita interação brasileira nos comentários, e número de seguidores.

E senti o poder dos fãs brasileiros, mas essa foi a única conexão que tive com eles, pois ainda não fiz um show no Brasil. Adoraria fazer um show na praia durante o pôr do sol, que é muito lindo no Rio, seria um sonho. Não sabia que brasileiros amam tanto músicas e são fãs tão entusiasmados.

Você consegue listar três álbuns que ajudaram muito em sua formação como músico?

Estava escutando um álbum da Clairo, Immunity, que foi uma grande descoberta para mim. Clairo é incrível, ela fez tudo sozinha no próprio quarto, então o som não é perfeito, às vezes algumas coisas estão desafinadas, mas amo o fato de ser tão simples, gravado com um iPhone, acho, escutei muito.

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O Parachutes, do Coldplay, é um álbum que vem me seguindo por todo lugar, sempre esteve lá, e sempre estará, me acompanha.

A trilha sonora do filme As Vantagens de ser Invisível, é uma das melhores que já escutei na minha vida, do Michael Brook. Quando estava fazendo o Postcards, escrevia muitos fragmentos no piano, violinos, e buscando inspiração em outros compositores de trilhas, e essa trilha me inspirou demais, ele fez um álbum na verdade desta trilha, muito bom.

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