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Entrevista | The Bros. Landreth – “É um novo som, mas não estamos irreconhecíveis”

A dupla canadense The Bros. Landreth lançou, recentemente, o álbum de estúdio Come Morning, marcando tanto um renascimento quanto um refinamento do som da banda vencedora do Juno, o Grammy canadense.

O disco mais imersivo e emotivo da carreira dos Landreth, Come Morning encontra os irmãos Joey e Dave entrelaçando suas músicas com camadas de sintetizador, órgão e guitarra.

Joey e Dave Landreth conversaram, via Zoom, com o Blog n’ Roll sobre o novo álbum, influências, discos que marcaram suas vidas, entre outros assuntos. Confira abaixo.

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Come Morning foi composto durante a pandemia. Isso impactou de alguma forma o resultado?

Dave – Foi muito interessante, não quero dizer que foi sobre a pandemia, pois não foi, mas fomos forçados a fazer coisas diferentes, pois não pudemos nos reunir da forma que costumamos fazer para gravar um disco. Então gravamos muitas coisas de maneira remota, que nos desafiou a olhar para as coisas de maneira diferente e nos permitiu realizar diferentes escolhas no jeito que construímos o disco.

E a pandemia também nos permitiu fazer as coisas mais devagar, não havia muita pressão, não tinha nada competindo por nossa atenção e tempo durante a gravação. Nós tivemos um ano para fazer o disco na nossa velocidade, e nós fizemos.

Tomamos nosso tempo e acho que foi com isso que acabamos ficando, um disco muito lúcido e resolvido, e o resultado acho que é ele ser um pouco mais orquestrado, mais maduro, mais pessoal.

A essência do Bros. Landreth segue intacta na sua opinião?

Joey – Acho que as mudanças são bem sutis, certamente houve uma mudança no modo que gravamos como Dave mencionou, o jeito que a pandemia alterou o modo como gravamos o disco. Eu digo às pessoas que definitivamente será um novo som, mas não estamos irreconhecíveis. Ainda ouvirão elementos de quando começamos, e é algo como, ao invés de uma troca no som, é uma adição.

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No coração dessas músicas ainda está a música com a qual crescemos, a vibe de raízes americanas, a música de compositores, apresentada por instrumentistas. Sabe, meu irmão e eu, já trabalhávamos como músicos desde os primeiros anos da nossa vida adulta, então há uma ênfase na composição e na musicalidade, claro, mas acho que começamos a nos imaginar em diferentes direções neste disco.

Entretanto, nunca fomos para muito longe de casa, há alguns momentos que surpreenderão as pessoas, mas há muitos outros que os farão sentir que ainda somos a mesma banda. É um progresso lento.

Foi um período com muitas mudanças nas vidas das pessoas. Como foi ficar fora dos palcos nesse tempo?

Dave – Minha e esposa e eu tivemos um bebê no começo de janeiro de 2020, então quando a pandemia estourou ele estava com três meses, e estávamos prestes a entrar em turnê. Ao invés de estar nos palcos por 18 meses, passamos dois anos e meio até voltarmos para estrada novamente. Em resumo, foi uma grande benção.

Joey e sua esposa também tiveram um bebê em março de 2021, bem no meio da pandemia. Então nossa pandemia foi muito estranha, porém muito bonita também, pois pudemos passar muito tempo com nossa família, e nossos recém-nascidos filhos.

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A maior parte do tempo foi uma bênção, nós sentimos falta da música, e definitivamente tivemos dificuldade fazendo algumas concessões, e decidindo como resistir a elas, mas na maioria do tempo foi preenchida por nossa família. Fizemos o melhor da situação, não foi tão difícil.

E reflexões? Fizeram muitas nesses dois anos?

Joey – Certamente. Acho que ao longo deste momento, a pandemia nos deu a oportunidade de refletir, embora tenha sido assustador, também nos forçou a permanecer firmes, e nos permitiu olhar mais para dentro.

Durante o fim de 2019 estava começando a me sentir muito desgastado de viajar, e estava querendo um tempo de férias, e obviamente todos sabemos o que ocorreu em março de 2020.

E foi uma oportunidade de enfrentar as coisas que estavam me fazendo sentir ansioso sobre estar na estrada toda hora, e eu acho que essa parte abriu a possibilidade de novas reflexões, nós não escrevemos sobre isso exatamente, mas a possibilidade de experienciar isso nos levou a diferentes lugares emocionalmente e psicologicamente, com a nossa saúde mental.

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A forma como foi gravado também diferencia Come Morning dos outros álbuns, certo?

Joey – É uma ótima pergunta. Nós já fizemos vários discos ao longo da nossa carreira, e eles geralmente iniciam da mesma forma. Juntamos vários músicos em uma sala, mostramos as músicas, todos reagem, e aí construímos o que criamos ao longo destes dias no estúdio.

Neste disco não fizemos deste modo, fizemos de um jeito muito diferente. Acho que isso nos permitiu que outras influências, tipo, se inserissem neste disco, pois estávamos vindo de lugares e diferentes.

Nós já estávamos pensando de maneira diferente quando alguns desses sons começaram a entrar e algumas instrumentações começaram a mudar, não foi uma mudança drástica, como se estivéssemos gravando um disco folk e disséssemos para colocar um sintetizador nisto. Foi muito pela a forma que fizemos o disco que se pavimentou o caminho para que essas sonoridades fossem incluídas.

Passado o período sem shows, o Bros. Landreth cairá na estrada. Como está a expectativa?

Dave – Existem algumas ótimas partes de fazer turnê. Eu amo viajar, conhecer lugares e explorar, mas as pessoas que conhecemos ao longo do caminho são realmente a razão pela qual continuamos a fazer isso. Nós conhecemos pessoas maravilhosas com quem tocamos, e pra quem tocamos, subir no palco e tocar é realmente a razão pela qual fazemos tudo e passamos pelas dificuldades.

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Com certeza a maior dificuldade de fazer turnê é estar longe da família. Eu estou com minha esposa há dez anos, e toda vez que viajo um pedaço do meu coração é deixado pra trás, e nunca fica mais fácil.

E acho que será mais difícil agora com filhos, ainda não fizemos isso, mas é parte de quem somos, e com as coisas boas, também vêm ruins, e é parte desafiadora com certeza.

Mas é importante que venhamos ao público e façamos um bom trabalho, e que na estrada estamos dando nosso melhor. Se é importante o bastante para deixarmos nossas famílias, devemos dar o nosso melhor para usufruir o máximo possível.

Brasil pode entrar na rota dos Landreth? O que vem à mente quando pensa no Brasil?

Joey – Nós nunca estivemos no Brasil, mas temos vários amigos brasileiros que moram no Canadá e no exterior. Quando penso no Brasil, penso na música incrível, obviamente Antônio Carlos Jobim é mundialmente conhecido, e representa uma parte tão grandiosa da música que foi compartilhada por todo o mundo, João Gilberto é outro artista que adoro.

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Eu não sei, tantas coisas vêm à mente, comida, churrasco brasileiro. Não temos planos por agora de ir para o Brasil, mas morremos de vontade de ir, esperamos que as conversas que estamos tendo hoje nos levem para viagens por aí.

Nós sabemos que temos fãs no Brasil, toda vez que entramos ao vivo no Instagram recebemos mensagens de “Venham ao Brasil”, e a bandeira brasileira. Nós sabemos que há pelo menos 10 ou 15 pessoas que viriam ao nosso show. Vai acontecer!

Vocês conseguem citar três álbuns que marcaram as vidas dos Landreth?

Joey – Meu primeiro herói foi o guitarrista Stevie Ray Vaughan. O seu álbum Texas Flood mudou minha vida. Eu não sei se ele necessariamente me moldou como músico, mas me inspirou, me cativou como músico, como nada antes tinha feito, e me fez querer tocar guitarra 18 horas por dia, então acho que esse seja um dos discos.

Dave Bring The Family, do John Hiatt, é um dos meus discos favoritos e tocava em casa toda hora. E acho que de todos os discos com os quais crescemos, este nos moldou como artistas, nós querendo ou não, baixo, bateria e guitarra.

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Nick Lowe no baixo, Ry Cooder na guitarra, Jim Keltner na bateria, John Hiatt na guitarra e cantando, isso meio que rock n’ roll pra mim. Ouvindo esse disco e o jeito que tocavam. Continua sendo um dos meus discos favoritos de todos os tempos.

Joey – Por fim, diria Down On The Farm, do Little Feat. Esse foi um disco que crescemos ouvindo, e seja quando lembro de ouvir música quando criança com meus pais, esse disco vem à mente.

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