Com 42 anos de história e passagens marcantes pelo Brasil, a banda de ska The Toasters retorna para mais uma apresentação em São Paulo, no próximo sábado (21), no Jai Club. Ainda há ingressos disponíveis. Eles custam R$ 100,00 e podem ser adquiridos no Clube do Ingresso.
Liderado por Robert “Bucket” Hingley, único membro desde o início na formação, a banda nova-iorquina The Toasters é uma das pioneiras da terceira onda do ska, fortemente influenciada pela geração Two Tone, do final dos anos 1970 e início dos anos 1980.
Com nove álbuns de estúdio, The Toasters fez seu primeiro show em 1981, abrindo para o Bad Brains. Quase dois anos depois, lançou o primeiro single, Beat Up.
Em 1985, veio o primeiro EP, Recriminations, produzido por Joe Jackson. A partir daí, Bucket decidiu criar a Moon Ska Records. Com a adição dos metais na banda, The Toasters lançou o primeiro álbum cheio, Skaboom!, em 1987.
Foram muitas formações desde então. E cada registro de estúdio trouxe um pouco da transformação da banda. Entre eles o sucesso Don’t Let the Bastards Grind You Down (1997). Os últimos lançamentos do Toasters foram os álbuns 2Tone Army (2011), The Toasters: 30th Anniversary (2012) e Pool Shark (2012).
Em entrevista ao Blog n’ Roll, Bucket falou sobre a expectativa do show no Brasil, longevidade da banda e futuro do ska. Confira abaixo.
Como está a expectativa para o show em São Paulo?
Estamos sempre ansiosos para vir tocar no Brasil, principalmente em São Paulo, onde o público é sempre muito entusiasmado.
O que você tem de lembrança dos shows do Toasters no Brasil?
Já tocamos algumas vezes no Brasil, inclusive temos um álbum Live in Brazil, de 1997. Da última vez, em 2020, fizemos vários concertos nas unidades do Sesc, que também são ótimos lugares para se divertir.
O setlist vai ter um pouco de cada álbum ou pretende incluir mais canções recentes?
O setlist incluirá uma seleção de “maiores sucessos” de todos os álbuns. Temos algumas músicas no topo que foram lançadas em formato 45 rpm, como House of Soul. As pessoas gostam de ouvir os clássicos, então não iremos decepcioná-los.
Você imaginava um dia celebrar os 40 anos do The Toasters?
Sim, a marca de quatro décadas surgiu rapidamente. Não tenho certeza para onde foi todo esse tempo, no entanto, já fizemos milhares de shows no mundo todo. Recentemente voltamos de uma turnê de 65 datas por toda parte Europa.
Logo depois saímos por três semanas com o Less Than Jake, que foi muito divertido já que não fazíamos uma turnê inteira com eles desde 1998! Já 25 anos atrás. Este ano é oficialmente o nosso 43º título de turnê. São QUATRO DÉCADAS NO SKA.
Qual é o segredo para se manter ativo até hoje com a banda?
O segredo é fazer muitos shows. Decidi há um tempo que era uma ideia melhor gastar dinheiro em passagens aéreas em vez de caras gravações de estúdio. As pessoas não compram mais música, a menos que esteja no ar. Assim embarcamos em turnês mundiais que nos levaram à América do Sul, México, Japão, Rússia, China, Austrália e muito mais.
Ter o mundo é importante não só para o perfil da banda, mas também para fazer o show acessível para fãs de todo o mundo. Acho que em grande parte foi isso que contribuiu para a nossa longevidade. Algumas bandas americanas nunca saem dos EUA e acho que isso é um erro.
Nessa longa jornada você viu o ska passar por muitas transformações. O que você considera essencial e não pode faltar numa banda de ska?
O principal componente de qualquer boa banda tem que ser a composição, e para isso ao vivo a banda deve ter alguma energia no palco para envolver o público. Quanto mais o público estiver envolvido, melhor será o show na minha opinião. Então é importante para a banda se divertir no palco e transmitir isso ao público, o que é muito importante para a vibração.
Sim, o ska passou por algumas mudanças. Não acho que qualquer um poderia prever o que aconteceu com o fenômeno ska punk nos anos 1990, mas agora vejo que há muitas bandas que estão tocando de uma forma mais tradicional, como Aggrolites, Hepcat e Wedtbound Train, por exemplo.
Você consegue ver uma renovação no público de ska? Como atrair os mais jovens?
Definitivamente me parece que o gênero está em alta. Há algumas grandes bandas novas como Catbite, subindo na hierarquia, e The Interrupters, que levaram as coisas a um novo nível. Estou cautelosamente otimista sobre o futuro.
Quais foram os três álbuns mais marcantes na tua formação como músico? Por que?
Toots e o Maytals – Funky Kingston é o primeiro, certamente.
Depois vem a trilha sonora de Harder They Come, filme com Jimmy Cliff. Esse álbum é uma recomendação minha para quem quer entrar no reggae e no ska.
Então, em terceiro lugar, diria My Aim is True, do Elvis Costello. Tantos ótimos discos saindo por volta do final dos anos 1970, mas esse certamente é um dos clássicos de todos tempo.
Também gosto dos primeiros Beatles, Motown e Blues como o de John Mayall’s Bluesbreakers.