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Fall Out Boy faz show de headliner, Weezer deixa a desejar e Green Day emociona em Londres

Quando foi anunciada há dois anos, a Hella Mega Tour deixou o público enlouquecido. Três superbandas juntas em um giro mundial: Green Day, Weezer e Fall Out Boy. A pandemia, no entanto, atrasou esse sonho de milhares de fãs. Mas se a demora frustrou muita gente, eles compensaram com a inclusão da Amyl and The Sniffers, uma das bandas mais quentes da atualidade.

A primeira parte desse giro pelo Reino Unido foi na última sexta-feira (24), no London Stadium, casa do West Ham.

Amyl and The Sniffers

O despertar da banda australiana Amyl and The Sniffers veio com uma apresentação no Coachella, um pouco antes da pandemia estourar. Agora, dois anos depois, o grupo tem aproveitado todas as oportunidades que aparecem.

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A tour pela Europa teve vários shows solos sold out, tal como no Reino Unido, na América do Norte e Oceania, os dois últimos vêm na sequência.

Paralelamente a tudo isso, Amyl and The Sniffers também abriu para o Liam Gallagher no Knebworth. E, logo depois, engatou como artista convidado na Hella Mega Tour, com Green Day, Weezer e Fall Out Boy.

Toda essa credencial garantiu um retorno positivo para a banda no London Stadium, primeiro show da Hella Mega Tour no Reino Unido. Durante os 30 minutos de show, o público vibrou bastante, cantou algumas canções e pulou quando pedido pela vocalista.

Vestida com um shorts preto curto e uma blusinha cor de pele, bem curta e sem sutiã, a vocalista Amy Taylor deixou os fãs sem entender se estava nua ou não.

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O repertório foi todo em cima do segundo álbum de estúdio, Comfort to Me, com destaque para músicas como Guided by Angels, Security e Hertz.

Weezer

Burocrático. Assim pode ser resumido o show do Weezer. Com um repertório sem surpresa alguma, a banda parecia disposta apenas a entregar o feijão com arroz no palco.

O show no London Stadium foi o terceiro que assisti do Weezer (um em cada continente), mas ficou muito aquém do que eles já ofereceram.

Com uma hora de apresentação, River Cuomos e companhia tocaram dois covers: Enter Sandman (Metallica) e Africa (Toto). Quando foram ao Brasil, em 2019, achei até compreensível por conta do Teal Album, disco só com covers que tinha acabado de ser lançado.

No entanto, de lá para cá, o grupo lançou três discos autorais e dois EPs. Isso sem falar do vasto repertório de uma banda inquieta com quase 30 anos de estrada.

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Van Weezer, por exemplo, que traz canções poderosas, foi totalmente esquecido. Vale destacar que a entrada da banda foi ao som de Jump, do Van Halen. Trolaram mesmo quem estava esperando por algo desse disco. Ok Human foi lembrado com a bela All My Favorite Songs.

Uma coisa que não mudou na estrutura do repertório apresentado no Brasil é a base do primeiro álbum (Blue). My Name Is Jonas, Undone – The Sweater Song, Say It Ain’t So e Buddy Holly seguem sendo pontos focais do show.

Uma mudança sentida foi na bateria. Impossibilitado de excursionar com o Weezer, Patrick Wilson foi substituído por Dave Elitch. Para quem não acompanha a banda, porém, nada mudou.

A abertura com Hash Pipe e Beverly Hills animou bastante o público, composto em sua maioria por fãs do Green Day. My Name Is Jonas e Porks and Beans colocaram ainda mais pilha na plateia.

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A Little Bit of Love (Sprint) e Records (Summer), dos EPs temáticos das quatro estações, pouco empolgaram e reduziram bastante a animação dos fãs.

Records foi lançada durante a semana, enquanto A Little Bit Love não caiu nas graças do público.

Em Island in The Sun, River Cuomos teve problemas com a guitarra. Não conseguia iniciar a canção e pediu auxílio aos roadies. Depois de constatar que nenhuma das duas guitarras estavam aptas, avisou que faria a parte dele com a boca e no air guitar. Coincidentemente a guitarra voltou na hora do solo e ele pode concluir do jeito que esperava.

Africa, do Toto, certamente foi uma das que mais empolgou o público. Por fim, Say It Ain’t So e Buddy Holly, ambas do primeiro álbum, deram números finais ao show.

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Em resumo, não fosse o apoio do público, o Weezer teria feito um show muito chato. E muito aquém da apresentação que vi em Chula Vista, nos Estados Unidos, há quatro anos, quando deixou o Pixies parecendo uma bandinha recém formada no lineup.

Fall Out Boy

O que faltou de entusiasmo e cuidado no setlist do Weezer, sobrou no repertório do Fall Out Boy. Pode parecer bobeira ou mero detalhe, mas esquentar o estádio inteiro com labaredas de fogo logo na primeira música, ajuda demais.

Com Phoenix, o Fall Out Boy abriu a apresentação com o público na mão. A alegria por estar de volta a Londres estava estampada no rosto de todos. O baixista Pete Wentz, aliás, celebrou com os fãs.

“Muito bom ver a música de volta, os shows de volta. Estamos muito felizes por estarmos aqui fazendo o que mais gostamos”, disse antes de tocar Save Rock and Roll.

Essa faixa, inclusive, foi muito bem recebida pelos fãs. Enquanto o vocalista simplesmente tocava em um piano pegando fogo, em uma versão bem comportada de Jerry Lee Lewis, o público cantou junto do início ao fim.

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The Last of the Real Ones e Dance, Dance mantiveram a temperatura bem elevada no London Stadium, fosse pela animação do público ou com as labaredas de fogo no palco.

Um dos pontos altos da apresentação veio com This Ain’t a Scene, It’s an Arms Race. Aqui, o estádio parecia inteiro ao lado do Fall Out Boy, como se fosse o headliner da noite.

Diferente do Weezer, o Fall Out Boy apostou nos hits do início ao fim. I Don’t Care e Thnks fr th Mmrs foram mais duas amostras do que essa banda é capaz de fazer com um estádio lotado.

Um problema técnico no telão fez com que a banda gastasse uns dois a três minutos com uma paralisação inesperada. O incidente custou a faixa Centuries, cortada em cima da hora.

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O fim com Saturday, no entanto, agradou muito. Se o público já estava ansioso com o Green Day, aqui surtou de vez.

Green Day

Com intervalos curtos entre as atrações, o Green Day entrou no palco cerca de 30 minutos depois.

Bohemian Rhapsody (Queen) e Blitzkrieg Bop (Ramones) anunciaram que o show estava pronto. Com a plateia já bem aquecida, o Green Day entrou com American Idiot. Era o que faltava para levantar todo o estádio, já que nas cadeiras poucos haviam levantado.

Com manda a regra nos shows de punk rock, Holiday veio logo depois, sem tempo para conversinhas.

Antes de Know Your Enemy, Billie Joe pediu desculpa ao público pela “vergonha norte-americana” de proibir o aborto legal no país, decisão tomada pelo Supremo durante o dia.

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“Foda-se a América. Estou renunciando à minha cidadania. Estou vindo para cá. Há muita estupidez no mundo para voltar a este país miserável”.

Em Know Your Enemy, recebeu o primeiro fã no palco, uma criança de 13 anos. Abraçou o menino, deu um beijo e fez contagem regressiva para ele pular na galera. Sem pensar duas vezes, o menino abandonou os tênis no palco e pulou só de meia, arrancando risos da banda e do público.

A máquina de hits seguiu com Boulevard of Broken Dreams, Longview e Welcome to Paradise, sem tempo para para respirar. Uma porrada atrás da outra. Aos 50 anos, Billie Joe parece ter a mesma disposição dos tempos de Dookie, lançado em 1995.

Hitchin’ a Ride e Rock and Roll All Nite (Kiss) vieram logo depois. Inclusive na cover, a banda colocou seu nome no telão com a mesma fonte dos mascarados.

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Mesclando sons dos anos 1990 com as canções das décadas seguintes, o Green Day brindou o público com Brain Stew, St. Jimmy e When I Come Around.

Waiting foi uma grata surpresa no repertório. A canção não estava sendo tocada nos últimos shows. Já 21 Guns proporcionou o primeiro show de luzes com os celulares.

Minority abriu uma sequência de tirar o fôlego, que ainda contou com Knowledge (Operation Ivy), Basket Case e o Medley de King for a Day e Shout (The Isley Brothers), tal como aconteceu no Bullet a Bible, álbum gravado em Londres em XXXZ.

No cover dos conterrâneos do Operation Ivy, Billie Joe recebeu mais um fã no palco. Brincou que o menino era muito novinho e talvez não soubesse tocar guitarra. Ameaçou tirar o instrumento dele, mas foi surpreendido pela personalidade do garoto, que correu, pulou no palco com a guitarra e dividiu os vocais com ele.

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Na reta final, o Green Day tirou o peso das canções, mas não a emoção do público. Emendou Wake Me Up When September Ends, com mais um show lindo de luzes dos celulares, e Jesus of Suburbia, anunciada como última da apresentação.

Uma rápida pausa e o grupo já estava de volta para duas baladinhas: Good Riddance (Time of Your Life) e All the Young Dudes (David Bowie). Por fim, uma queima de fogos típica de réveillon em todo o entorno do estádio.

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