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Entrevista | Hammerfall – “Escrevi apenas uma música em oito meses”

A banda sueca Hammerfall retorna ao Brasil em outubro, quando abrirá as apresentações do Helloween no País. Em São Paulo, a dobradinha acontece nos dias 8 e 9 de outubro, no Espaço Unimed. Aliás, ainda há ingressos disponíveis para o público, na segunda data, no site da Ticket360.

O Blog n’ Roll, em seu Instagram, está sorteando dois pares de ingressos para quem quiser curtir essa clássica dobradinha do heavy metal em São Paulo. Clique aqui para ver como participar.

Aliás, recentemente, o Blog n’ Roll acompanhou uma das apresentações das duas bandas em Londres, no lendário Brixton Academy.

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Ansioso para o giro com o Helloween, o guitarrista Oscar Dronjak conversou com o Blog n’ Roll sobre como serão os shows, o último álbum, Hammer of Dawn, entre outros assuntos. Confira abaixo a conversa.

O Hammerfall vem ao Brasil em outubro com o Helloween. Como está a expectativa para os shows?

Nós já estivemos no Brasil em outras ocasiões, e sempre ficamos impressionados com o público. Eu não consigo nem imaginar como será tocando com o Helloween, será muito grande, estamos muito animados quanto a isso.

Vocês recordam algo de passagens anteriores pelo Brasil? Alguma história curiosa?

Geralmente não tenho uma boa memória para essas coisas, ou melhor, até lembro, mas quando me perguntam em entrevistas, esqueço. Mas me lembro que, deve ter sido nossa primeira vez, em 1999, nosso organizador da turnê já tinha visitado o Brasil várias vezes antes, nos perguntou se gostaríamos de ir uns dias antes para curtir um período de férias.

Passamos três dias, em uma cidade pequena na costa, próxima de São Paulo eu acho. Paramos lá meio por acaso, não era o lugar mais badalado, foi muito legal passear por lá. Ficamos algumas noites fazendo coisas que os moradores faziam, sentados fora de casa, indo em bares pequenos, bebendo cerveja, ninguém sabia quem éramos, apenas sabíamos que éramos da Suécia. Foi muito divertido. E depois fomos tocar em São Paulo, fizemos dois shows lá esse ano, acho que um deles foi uma versão acústica até.

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No início do ano, vocês lançaram o álbum Hammer of Dawn. Ele será o pilar desse setlist no Brasil? Ou pretendem equilibrar com outros discos no repertório?

Bom, claro que iremos tocar algumas coisas novas, mas só teremos 60 minutos, o show principal é do Helloween. Então, em 60 minutos, temos que encaixar material de 12 álbuns, está ficando cada vez mais difícil.

Acho que teremos uma boa representação da carreira, haverá coisas novas e velhas, mas também álbuns que não serão representados, fazem parte da vida.

Se você é fã do começo do Hammerfall haverão duas ou três músicas pra você, não serão tantas, mas se for fã desde o primeiro dia, ficará satisfeito.

Falando sobre Hammer of Dawn, queria saber como foi o processo criativo dele. Era um álbum planejado antes da pandemia?

Certamente foi, sem a pandemia, nosso objetivo era lançar o álbum no começo de 2022, o que fizemos, então isso não mudou. O que mudou foi o processo criativo, não exatamente o processo criativo, pois escrevi muitas canções na turnê europeia que terminou em fevereiro de 2020, antes da pandemia.

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Não tive oportunidade de trabalhar nesse material, mas quando a pandemia veio o verão foi ótimo, passei o verão na Suécia com minha família, sem interrupções.

No final do verão parecia que a pandemia estava diminuindo, e aí voltou com tudo novamente. Estes meses de novembro, outubro, foram mais difíceis de criar, levou muito mais tempo para terminar as músicas que comecei, então fiquei feliz que consegui trabalhar no material que havia feito antes da pandemia.

Claro que não sabia o que viria, mas tinha algumas músicas escritas, caso contrário teria sido muito mais difícil fazer o álbum. O que mais fiz na pandemia foi finalizar e trabalhar músicas que havia iniciado. Consegui escrever uma música apenas em um período de oito meses. Não é que o material criado era ruim, apenas era difícil de criar algo.

Quais foram os desafios para gravar?

Dois de nós, eu incluído, moramos mais perto do estúdio, enquanto três moram em Estocolmo, que fica a 500km de distância, então tiveram que viajar para nos encontrar.

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Joacim gosta de gravar coisas com o produtor, então tivemos que ir até a Dinamarca gravar os vocais, mas todo o resto foi gravado em nosso estúdio na Suécia. Foi mais ou menos o mesmo processo que tivemos nos últimos quatro álbuns.

Foi incrível quando nos encontramos no estúdio, pois não havia pressa, não tinha uma agenda de shows que deveríamos cumprir. Começamos a gravar bem mais cedo, se estivéssemos em turnê, provavelmente teríamos começado no verão Europeu, mas começamos em março com a bateria, e abril com as guitarras. Tivemos meses e meses para trabalhar, o que foi ótimo.

E se alguém chegasse falando que não estava se sentindo bem para trabalhar em alguma música naquele dia, era só marcar para outro dia. Às vezes pode levar muito tempo se você não faz nada, mas todos queríamos gravar, ficamos sem fazer nada por um ano, sem ensaios, sem shows, nada.

Então quando começamos a gravar, todos estavam muito animados. A paixão de tocar foi transmitida para a gravação, a energia da performance ao vivo estava no estúdio. E saiu algo melhor do que havíamos feito em um longo tempo. Estou muito feliz com o resultado.

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A indústria musical mudou muito nos últimos anos. E plataformas de streaming, como Spotify, priorizam muito o lançamento de singles ao invés de álbuns. O Hammerfall, na contramão, segue mantendo a lógica dos álbuns cheios. Como você avalia essa mudança no cenário fonográfico?

É muito difícil! Entendo o que você diz, entendo esse lance do Spotify, mas nós somos uma banda de álbuns por essência. Foi como crescemos ouvindo música, foi como iniciamos nossas gravações há 25 anos. Ou seja, fazemos isso há muito tempo.

E não é fácil mudar esta atitude, não sei se um dia mudaremos. Nós podemos testar, lançar uma música para ver o que acontece, mas é difícil quando se grava do jeito que gravamos, costumamos gravar tudo em um lugar só.

É difícil quando se trabalha com determinado grupo de pessoas, não podemos atravessar o mundo para encontrar um cara e trabalhar apenas uma música, não faz sentido. Não vejo nós fazendo singles e essas coisas, pelo menos por agora.

O clipe da faixa-título, Hammer of Dawn, tem uma história curiosa. Queria que você falasse sobre a gravação e escolha do local pelo Hammerfall.

Nós somos uma banda de Gotemburgo, todos vivíamos em Gotemburgo no começo. Posteriormente houveram algumas trocas de membros na banda, entraram pessoas de Estocolmo, então Joacim mudou para Estocolmo também. Para efeitos práticos, somos uma banda de Gotemburgo, apesar de apenas dois membros dos cinco viverem em Gotemburgo.

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Há um grande parque de diversões em Gotemburgo, já faz 50, talvez 60 anos, está lá desde sempre. E era uma grande tradição ir lá todo ano, continuei essa tradição depois de velho, apenas para me divertir por algumas horas. Essa tradição acontecia especialmente no Halloween, por algumas semanas. E quando gravamos esse vídeo foi no último fim de semana dessa celebração de Halloween.

Nós tivemos que usar uma das casas assombradas deles, mas como haviam pessoas, tinha que gravar no horário em que o parque estava fechado, que foi entre 23h e 6 da manhã. Foi divertido ficar lá por horas, pois vamos lá desde que éramos crianças e estamos acostumados a estar lotado de pessoas, e estava completamente silencioso.

Tinha várias atrações de Halloween, como uma área dos zumbis, foi legal de várias maneiras, mas também meio esquisito. Estou muito animado com esse álbum, foi muito legal o parque nos ter deixado fazer isso, eles estavam felizes e acharam legal sermos de Gotemburgo, eles sabiam claro que o Hammerfall é da Suécia, e curtiram ter uma banda de metal no parque, e caiu muito bem para a ideia do vídeo. Tudo saiu muito bem.

Você consegue elencar três álbuns que impactaram sua vida? Quais? Por que?

Sempre cito Balls to the Wall, do Accept, primeiro. Eu já tinha escutado metal e Accept antes, mas quando ouvi Balls to the Wall, alguma muita coisa mudou pra mim.

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Não pensei que seria uma estrela do rock, tinha apenas 11 anos, não pensava muito no futuro desse jeito. Mas senti uma conexão profunda com heavy metal, senti que era o que realmente amava, que guardava profundamente no meu coração.

O segundo, Stay Hungry, do Twisted Sister, que acho que foi o primeiro que ouvi deles, mas o meu preferido é o seguinte, Come Out and Play, mas vou escolher Stay Hungry, pois afetou minha vida de um jeito ótimo.

As letras do Dee Snyder me ensinaram a escutar o meu coração, o que eu realmente queria, não o que os outros queriam para mim, e essa atitude do heavy metal está em todos os álbuns do Hammerfall. Você é responsável pela sua vida e é isso que aprendi do Dee Snyder, e de outros claro.

Terceiro, Painkiller, do Judas Priest, é um mais recente. Já ouvia Judas Priest há mais de uma década nessa época, mas essa foi a primeira vez que vi eles ao vivo na turnê desse disco. E eles significam tanto para mim, e não tinha visto eles ao vivo até este momento, e tocaram muitas músicas desse disco.

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Pantera e Annihilator se apresentaram nesse dia também, eu não gosto muito de Pantera, e Annihilator é ok, não são minhas bandas prediletas, mas não importa, poderia ser qualquer outra banda, eu estava tão empolgado em ver o Judas Priest que não me importava.

Contava os segundos enquanto as outras bandas tocavam. Painkiller veio em tão boa hora, estava começando a ouvir e tocar thrash metal e death metal, e quando Painkiller saiu me relembrou o motivo de amar esse tipo de música. Foi um nocaute certeiro do Judas Priest em mim esse álbum.

*Entrevista por Isabela Amorim e tradução por Matheus Monteiro

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