“O nome desta banda é Cannon Of Hate e a cada dia esse nome faz mais sentido. Vemos nos dias atuais o ser humano propagando todo ódio e com toda a força, isso dói muito”.
Sandro Turco e Charles Mafra decidiram iniciar o projeto em 2013, logo após a Artany não seguir em frente. Porém, a banda precisava de um nome e tinha que ser a cara do que suas músicas seriam: imponentes.
“Pedi uma sugestão de nome ao Paulo Oliveira, da Diabo Verde (banda carioca de hardcore), e ele me mandou esse nome. Pensei na hora: tem que ser esse. Apesar de ser um nome negativo, tem uma proposta positiva e de conscientização”, explica Sandro, vocalista da Cannon of Hate.
“Pois para mostrar o amor há muita dificuldade, mas para o ódio não”.
Sandro Turco, vocalista da Cannon of Hate
Mesmo com as vozes e a guitarra pronta, o time ainda estava desfalcado. “Nós nos reunimos com o Marcos Alves e convidamos ele para tocar. Topou na hora e ainda indicou o Mac Gomes. Assim, começamos as nossas atividades”, completa.
O início da carreira
Posteriormente, cerca de um ano depois, a banda divulgou seu primeiro trabalho, o EP Sobrevivência em Questão. Disco que colocou a banda como uma das mais promissoras da região, onde rendeu até um videoclipe. Mas para isso, precisava vir novos trabalhos.
Em 2016, veio Sabemos Quem Somos Nós, um EP com seis faixas, sendo duas delas com participações de Marcela Borges (Vesta) e Reynaldo Cruz (Plastic Fire). O disco impulsionou ainda mais o sucesso da banda, deixando os fãs cada vez mais ansiosos para um novo trabalho.
O último EP a ser lançado, O Que Vai Ser De Nós, consolidou o sucesso da banda no underground. Rendeu um videoclipe para Zona de Conforto e até uma aparição com O Sim no Hardcore Worldwide (maior canal de hardcore da internet).
“Com certeza O Que Vai Ser De Nós teve uma repercussão além do esperado, ficamos muito felizes com esse resultado e somos muito gratos a todos por toda força que nos dão”, relata Sandro.
Cubatão
Natural de Cubatão, na Baixada Santista, a Cannon Of Hate não esconde seu orgulho pela sua cidade, mas entende que não é o foco de shows da região.
“Não temos muitas opções em Cubatão, portanto, praças, parques e botecos são onde geralmente rolam alguma coisa. A cena é basicamente movida pela Gabiru por aqui e sempre estamos envolvidos nas paradas. Por se tratar de uma cidade menor e com menos habitante, diferentemente de Santos”.
Sandro Turco, vocalista da Cannon of Hate
Mesmo com as dificuldades, Sandro não pensa em parar com as coisas que desenvolve na cidade. “Geralmente escolhemos Cubatão para poder fomentar a cena mesmo e fazer com que as outras bandas conheçam a nossa cidade”.
Nova formação
No entanto, é em solo santista o próximo desafio da banda. Porém, no Garage Sounds, a banda estará com uma nova formação. Charles Mafra, guitarrista e fundador, se retirou da banda por motivos pessoais, deixando o posto para Clay Borges (Vesta e Sempre) e Márcio Parducci (Matches and Gasoline e ex-Mar Morto).
“A saída do Charles foi amigável e tranquila. A gente sabe o peso do fardo que aguenta carregar e se a vida cobra temos que aceitar e entender. Ele decidiu focar na sua vida pessoal e profissional, vai fazer muita falta, mas é por uma ótima causa. Queremos que todos saibam que amamos ele e sempre seremos amigos”, comenta Turco.
No Garage, a Cannon of Hate pretende trazer um repertório com um misto dos três EPs e não tem medo de encara o desafio de tocar em um evento com mais de 15 bandas.
“O Garage Sounds é um dos maiores festivais que existem no Brasil. Para nós, tem uma importância muito grande de poder estar ao lado de tantas bandas que admiramos, dividindo o palco”, explica o vocalista.
Após o evento, a banda pretende aumentar sua discografia e será com muito trabalho. “Depois do Garage, lançaremos, ainda este ano, nosso DVD gravado em 2017, em Cubatão. Para o ano que vem temos um disco a ser lançado, o Democracia de Plástico”.
que é bem atual em relação a tudo que vem acontecendo no país, como sempre denunciando o que está errado, desde o primeiro trabalho nos preocupamos muito com isso pois ter banda de hardcore é se posicionar contra tudo que é desumano”, termina Sandro Turco.
Sandro Turco, vocalista do Cannon of Hate