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Entrevista | Radio Free Universe – “É tentar achar uma luz no meio do caos”

Está buscando uma banda nova para chamar de sua? A canadense Radio Free Universe é uma excelente pedida. De Hamilton, Ontario, o grupo tem em sua formação George Panagopoulos (vocal e guitarra), Steve Pelletier (baixo), Adam Neumann (guitarra), Ashton Norman (bateria) e Vincent Sciara (teclado).

Formado em 2010, o Radio Free Universe lançou o seu terceiro álbum de estúdio, Love, recentemente, com oito canções autorais. Beatles, David Bowie e Bob Dylan são algumas das muitas influências dos canadenses.

O vocalista George Panagopoulos e o produtor Mark Mcmaster conversaram com o Blog n’ Roll via Zoom para falar sobre a estreia do Radio Free Universe. Confira o papo abaixo.

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Como foi o processo de criação de Love?

George: Pra mim, cada música tem uma energia diferente, como se fosse uma entidade. Eu posso ter uma ideia, e quem estiver comigo na sala pode ter uma parte diferente dessa ideia, e essa é a energia que eu estou falando. Às vezes você está compondo ou gravando, mas desanima. E do nada, a pessoa que está com você dá uma ideia que faz a música ganhar vida novamente, e isso deixa todos felizes. As músicas são criadas pelas pessoas por um canal de energia entre elas, entende?

O que pesou na inspiração desse disco?

Mark: O álbum começou com a primeira canção que foi escrita, Star Child. Escrevemos como uma homenagem a um amigo nosso que faleceu. Então o álbum começou com uma experiência muito pesada. Foi uma música que a gente queria trazer uma reflexão artística. E isso nos inspirou para o restante do álbum.

Como você lida com as comparações com a sonoridade dos Beatles?

George: É minha banda favorita de todos os tempo. Eu ouvi Beatles mais do que qualquer outra banda no mundo. Eu sou um grande fã deles. Acho que seria a única banda que me faria chorar se eu pudesse ver um show ao vivo. Acho que eles fizeram exatamente o que eu comentei: se juntaram e deixaram a energia da música fluir entre eles. Qualquer música que eles tentassem fazer era um sucesso, e é nisso que a gente tenta se inspirar.

Mark: Eu já ouvi alguns comentários. Nós aprendemos muito com os álbuns deles, e tentamos aplicar algumas técnicas nas nossas músicas. Todo mundo que veio depois deles na música se inspirou neles de alguma forma.

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É proposital essa conexão com os anos 1960?

George: Nunca planejamos isso. É só um sentimento que temos. Somos velhos (risos), e eu amo vários estilos musicais. A música quer ser boa, e a gente dá nosso melhor para permitir que ela seja.

Quem é o público do Radio Free Universe?

George: Fazemos música porque amamos. Tem um grupo muito diverso que nos acompanha e eu acho isso ótimo. Nosso único objetivo é não ser de um gênero específico.

Mark: Muita gente nos diz que nossa música é diferente do que elas gostam, mas que as agradam. E isso me faz muito feliz, porque significa que fazemos música para conectar as pessoas.

As playlists de vocês são semelhantes?

Mark: Um pouco de tudo. Minhas bandas favoritas não são as mesmas que as do George, mas por gostarmos de ouvir de tudo, a gente acaba se encontrando nas mais diversas playlists. Ouvimos desde Beatles até Billie Eilish. É um alcance enorme (risos).

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O que mudou dos primeiros álbuns em comparação com Love?

George: Não tem nada de errado com nossos álbuns antigos, mas hoje eu vejo que eles seguiam regras. Radio Free Universe era um nome antes mesmo de virar uma banda. Nosso nome já significa que somos uma banda livre de gênero, e música inclusiva para todos apreciarem. Sempre lutamos para não sermos uma banda polarizada. Mas antigamente a gente tinha um padrão que eu não gostava.

Quando eu conheci o Mark, tínhamos ideias parecidas, e decidimos que queríamos fazer músicas boas para a alma. Esse foi o objetivo, e com esse álbum acho que chegamos lá.

O quão caótico foi lançar o álbum no meio da pandemia?

George: Eu sempre tentei achar uma forma de evoluir a partir de todas as situações que o universo me enviou. Quando tudo isso começou, a gente pensou em adiar o lançamento do álbum, mas de alguma forma percebemos que as pessoas precisavam de música nesse período difícil. Então, a gente lançou um álbum enquanto todo mundo adiou, e isso fez com que ouvissem mais a gente. Isso nos deu mais oportunidades.

Claro que estamos vivendo tempos terríveis, mas acho que a mensagem do álbum é essa: tentar achar uma luz no meio do caos. Acredito que se focarmos em amor e compaixão, a gente acaba cultivando isso.

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Mark: Só queria adicionar que todas as músicas foram gravadas antes de tudo isso, mas a crise deu um novo significado para todas elas.

Sem poder excursionar, vocês já pensam em álbum novo?

George: Na verdade, ainda não. Estou trabalhando em algumas coisas, mas é só rascunho por enquanto. Estou aproveitando para ficar mais próximo da minha família por enquanto e tem sido ótimo. Música precisa de atenção e energia. Quando chegar a hora de compor de novo, vai acontecer e será ótimo.

O Brasil está no radar de vocês?

George: Eu adoraria ir ao Brasil. É muito louco que vocês ouçam nossas músicas. Os comentários no Facebook mostram que vocês são muito engajados com nossa música, eu mal consigo explicar como vocês são apaixonados. Não vejo a hora de poder tocar aí.

O que você conhece de música brasileira?

George: Só conheço metal brasileiro. E pra ser sincero, é o metal que eu mais gosto no mundo. As bandas são muito reais no que fazem, são muito apaixonadas e convictas. Eu amo isso. Sei que há outros estilos de música no Brasil, mas eu não conheço tanto.

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Mark: Não conheço nada além de Garota de Ipanema e das influências brasileiras nos anos 1990.

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