46 – 100 Ilusões

46 – 100 Ilusões

Quando a 100 Ilusões surgiu, em 2001, provavelmente não era o projeto mais importante dos integrantes. No entanto, a banda formada por músicos da D-Cups, Drop Your Guns, Face Forward e Faces do Ódio deixou de ser algo paralelo rapidamente e virou uma das principais referências em hardcore no início dos anos 2000.

“O objetivo era fazer um som diferente do que já estávamos fazendo em outras bandas, com uma pegada mais pesada e mais rápida. A proposta de dois vocais cantando juntos, um melódico e outro mais berrado, era até meio que novidade na época”, relembra Franz Magpantay, ex-Turn Away que virou baixista da 100 Ilusões na segunda formação.

O time original da 100 Ilusões tinha o Petit (Drop Your Guns) e Rafael Boch (D-Cups) nos vocais, Thiago Chokito (Faces do Ódio) e Fylipe (Face Forward) nas guitarras, Nego (D-Cups) no baixo e David (Drop Your Guns e Faces do Ódio) na bateria.

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Crédito: Fabio Fernandes Moura

Com a saída de Boch, Fylipe e Nego em 2003, Leonardo Russo (vocal), Giácomo (guitarra) e Franz (Turn Away, baixo) entraram para a banda. Em 2007, com a saída de Russo, a 100 Ilusões permaneceu com um vocal e assim ficou com a formação mais duradoura.

“Um cara que foi tipo um membro curinga para nós foi o Daniel Ferreira, o Pretinho (Turn Away, Red 11, Blind). Ele já tocou em vários shows nossos como guitarrista e baixista. Outro cara que sempre esteve presente conosco foi o Russo, mesmo após sua saída, ele sempre nos ajudou com trampos de design, fez a arte do nosso último CD e cantou uma música também. Ele substituiu o Petit no último show que fizemos em Santos, na Tribal. Foi animal”.

Ainda na ativa, a 100 Ilusões gravou dois CDs e participou da coletânea From The Sand to The Sea (com Larusso e Face Forward), com outras cinco músicas. O primeiro álbum, Relatos, foi lançado em 2006 pela Onelife Rec e produzido por Fabricio Souza (Garage Fuzz). Estandarte, segundo trabalho, totalmente independente, saiu em setembro de 2012.

Um dos momentos mais marcantes da 100 Ilusões rolou em 2005, quando abriu as apresentações da Hatebreed e Agnostic Front em São Paulo e São José dos Campos. “Fizemos ótimos shows em Jundiaí e em Praia Grande também. Vão ficar para sempre em nossas memórias”, diz Franz.

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Crédito: Fabio Fernandes Moura

Mas nada pode ser mais importante que o Praia Sport Bar, espaço que viu a banda nascer e recebeu as primeiras apresentações da 100 Ilusões. “Fazíamos uns esquemas com o Ratinho, que era o dono na época, do tipo: 5 mango a entrada do show, 3 mango pra ele e 2 mango para as bandas. Topávamos o esquema mas achávamos ruim o fato dele levar a maior parte da grana. O Praia fechou e teve muito esquema que tocamos em que tínhamos que pagar o espaço do show sem saber se iríamos ter a grana de volta na bilheteria. E ainda tínhamos que alugar o equipamento. Tomamos vários prejuízos, vários shows miados. Éramos felizes e não sabíamos”.

Enquanto não volta ao estúdio para gravar um novo álbum, a 100 Ilusões dá uma descansada na atividade. Afinal, os tempos são outros e não é possível se dedicar 100% ao grupo. Os integrantes trabalham em outras áreas, além da música.

“Atualmente todos nós estamos ocupados com outras coisas e não temos o mesmo tempo que tínhamos antes para nos dedicar. Nos vemos sempre que dá, somos amigos de longa data e isso nunca vai mudar. Temos uns 13 anos de 100 Ilusões, várias histórias, vários amigos, alguns sonhos realizados, algumas decepções no caminho. Quem tem banda sabe o quão difícil é manter uma banda por tanto tempo. A amizade sempre esteve antes da banda e foi isso que nos manteve juntos até agora”, finaliza Franz.

Estandarte