Tocar e protestar sempre foram características marcantes de uma das principais representantes do hardcore santista: a Sociedade Armada. Na ativa desde 1994, a banda é referência nacional no gênero e teve a participação de grandes nomes da cena local no início da trajetória.
O início de tudo foi na praia. Em março de 1994, Fernando Alvarenga estava no Canal 5, em Santos, quando reencontrou o amigo de longa data Zé Flávio (ex-Vulcano e Psychic Possessor). O bate papo entre os dois ficou marcado para sempre pelo primeiro. Era o início da Sociedade Armada. O vocalista da banda relembra a conversa.
“Z.F.: ‘Vamos montar uma banda de hardcore?’ F: ‘Sim, o que falta?’ Z.F.: ‘Tenho um batera, o Fio, você arruma um baixista’. (Na hora já veio a ideia do Medina, que tocava guitarra, mas era muito louco, tinha certeza que levaria o baixo na boa). F: ‘Fechado então’. Z.F.: ‘Já vou falar com o Zhema (Vulcano) para ensaiarmos na garagem dele’. Trocamos os números de telefone novamente e depois de uns dez dias já ensaiávamos cinco músicas”.
Naquela época, 7 Seconds, Agnostic Front, Minor Threat, GBH e Circle Jerks eram as principais influências dos integrantes. E essas bandas impactaram diretamente nos sons lançados pela Sociedade Armada.
Entre muitas idas e vindas, a banda lançou três álbuns e participou de uma coletânea da Pecúlio Discos: 400% Hardcore (1995), Tocar e Protestar (1999), 668 (1998) e Ordem e Progresso (2004) são os registros. Apenas um cover foi gravado nesses trabalhos, a faixa Garotos do Subúrbio, dos Inocentes. O restante é tudo próprio, com destaque para Rotina, Novela e 4 Dias no Inferno, que estão sempre presentes nos shows.
Ao longo da carreira, diversas pessoas tocaram na Sociedade Armada. A primeira troca foi na bateria. Fio se mudou para Paranaguá e Fred entrou em seu lugar. Depois, Zé Flávio saiu e Rogério o substituiu na guitarra. “Nem lembro se chegamos a tocar com o Rogério e Fred juntos, pois o Fred saiu na sequência e ficamos sem batera. Nesse meio tempo o Varukers veio para o Brasil e meu irmão (Daniel,da Garage Fuzz) quebrou o galho nesse show”. Após o imprevisto, a Sociedade Armada fechou com Marcão. Medina se afastou por dois anos e foi trocado por Rodrigo durante esse período.
No final do ano passado, a Sociedade Armada retornou aos palcos. Tocou na segunda edição do Fuzz Fest, no Moby, em Santos, com Garage Fuzz, Blackjaw e Hateen. Alvarenga garante que um novo álbum deverá ser lançado no segundo semestre de 2014. Hoje, a banda é composta por Alvarenga, Medina, Rogério e Marcos.
400% Hardcore
Tocar e Protestar
Ordem e Progresso
Garotos do Subúrbio (Inocentes cover)
Cultura Decadente