35 – Sonic Sex Panic

Nos anos 1990 quase todos os shows internacionais de hardcore em Santos contavam com as mesmas bandas na abertura. Garage Fuzz, White Frogs e Sonic Sex Panic marcaram presença em muitas dessas apresentações. Muito por terem um bom público na região e serem responsáveis por agendar essas datas.

Pouca gente sabe, no entanto, que a Sonic Sex Panic começou quase sem querer. Em 1993, o vocalista Gustavo Ferreiro esqueceu o caderno na escola e o responsável por encontrar o material foi o guitarrista Nando.

“Eu escrevia letras de músicas porque já curtia som e participava da cena hardcore. O Nando achou e leu todas as letras. Como tinha o telefone no caderno, ele me ligou e perguntou se eu queria cantar em uma banda de hardcore. Aceitei na hora, sem muita pretensão. Estava louco para fazer algo como já via na Safari Hamburguers, IHZ, Garage Fuzz e White Frogs”, recorda Ferreiro.

Os ensaios rolavam na casa do baterista Clermont. “Era um quartinho precário, mas essa era a nossa garagem”. A formação original da Sonic Sex Panic contava ainda com Ricardo (guitarra) e Marcio Negão (baixo). Koyo, Duda, Medina, Dradão, Filipe e Lucas Justo também participaram do grupo em outros momentos.

Entre 1994 e 2009, a Sonic abriu os shows da Millencolin, Bambix, Nofx, Man Or Astroman e Rhythm Collision, todos em Santos e com os lugares lotados.

O primeiro álbum, Inside Reflex, foi lançado em 1997 pela Orphan Records, um dos principais selos do gênero em Santos. O trabalho era fortemente influenciado pelo hardcore da Nofx, Bad Religion e Pennywise. O feedback positivo do público garantiu shows em várias cidades do Brasil, além de músicas em campeonatos e eventos de surf.

No início da década 2000, a Sonic passou por mudanças na formação e no som. Passou a cantar em português e logo lançou um novo trabalho: Controle Audio Visual, pela Barulho Records, em 2001. A mudança não alterou o prestígio no cenário independente. A banda continuou tocando em bons shows com Dead Fish e Ratos de Porão, só para citar alguns.

Fez uma turnê internacional pela Argentina e Uruguai em 2003, juntamente com as bandas Decemberm Cucsifae e Nada Que Hacer. Foi o último grande momento como Sonic Sex Panic. No ano seguinte, nova formação e mais uma mudança no som, que influenciaram na troca do nome da banda: Sonique.

Gravado pela paulistana JT Records, Ilha do Tesouro, lançado em 2007, foi o registro principal da Sonique. Dois anos depois, o grupo encerrou as atividades.

Hoje, Ferreiro lamenta a falta de reconhecimento pelo trabalho. “Ficamos 18 anos tentando ser reconhecidos, mas não tivemos muita sorte. Agora, depois de uns quatro anos que a banda terminou, comecei a receber pedidos por pelo menos um show de despedida. No momento estou estudando a possibilidade já que estamos todos vivos”, brinca.

Enquanto a Sonic Sex Panic não se reúne, Ferreiro dá sequência na carreira com a banda Savantes. O grupo de punk rock tem na formação Josef Indes (baterira) e Dennys Martins (baixo, ex-Bombers e Gritos do Subúrbio).

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