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09 – Turn Away

No final de 1996, a Praça Engenheiro José Rebouças, na Ponta da Praia, em Santos, era totalmente diferente da atual. No lugar do complexo esportivo, uma gigantesca área funcionava para encontro de skatistas, amigos, casais e outras coisas “ilegais”. Lá também era o local frequentado pelos integrantes da banda Turn Away no início da carreira, uma das principais de hardcore melódico entre o final dos anos 1990 e início da década de 2000.

“Uma molecada que estudava junta resolveu começar a ensaiar. Com exceção do Leandro Xicó ninguém sabia tocar. Não era exatamente uma banda, mas sim uma grande galera que revezava na tentativa de acabar uma música. Andávamos muito na Praça Rebouças e os amigos de lá começaram a colar nos ensaios”, relembra Franz Magpantay, vocalista e guitarrista da Turn Away.

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O objetivo inicial era tocar músicas das bandas prediletas do início ao fim. O trabalho autoral demorou um pouco a surgir, tal como uma formação fixa. “Acho que o Arnaldo era o único que esteve em todos os ensaios. O Daniel era o dono da garagem onde a maioria dos ensaios ocorriam, então a partir de um determinado momento também começou a ser uma constante. Acho que a primeira formação fixa foi: Thiago Cabral (vocal), Daniel (guitarra), Meyer Lazur (guitarra), Felipe Peralta (baixo) e Arnaldo (bateria). Logo na sequência eu substituí o Cabral e fizemos os dois primeiros shows do Turn Away no Banana Grogue. No terceiro show já estávamos com a formação que gravou tudo e ficou de 1998 até o final da banda: Franz (vocal e guitarra), Daniel (guitarra), Peralta (baixo) e Arnaldo (bateria)”, diz Franz sem esquecer ainda de Leandro Xicó, Guilherme (irmão do Xicó) e Lucas Loyola, outros integrantes com passagem pela banda.

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Turn Away no camarim do Hangar 110, em São Paulo

Com a formação definida e as músicas autorais prontas, a Turn Away começou a despontar no cenário. Gravou duas demos em fitas K7: All my Friends (1998) e Killing Time (1999) e participou de várias coletâneas como Liberte, 30 Segundos é Muito, Rebel Magazine, entre outras.

O aumento do público nos shows da Turn Away chamou a atenção de alguns produtores independentes, que escalaram a banda para tocar com nomes como No Fun at All, da Suécia, no Bar do 3, além do Noção de Nada e CPM 22 no Armazém 7. “Também teve um com a Altered Mind num pico em frente à praia em Itanhaém, não lembro o nome do lugar, mas foi memorável. A molecada pulava do mezanino, era o maior verão na época. Tocar com a Altered e o Rubbermade era foda, eles eram a maior referência para nós. Os shows em Jundiaí, no Bar do Bilé, também sempre eram bem divertidos”.

Mesmo com tantas boas memórias em diversos palcos de Santos, São Paulo e Interior, a Turn Away valorizava demais o Armazém 7, hiper super citado pelas bandas dessa série. “A Lilian, dona da casa, fazia uns esquemas que beneficiava tanto a casa quanto o pessoal que tocava lá. Nós não pagávamos para tocar, pelo contrário, recebíamos uma parte da bilheteria, que dava para pagar as bandas de fora e às vezes sobrava uma grana para comprar umas cervejas. Nós íamos lá praticamente todo domingo, mesmo sem saber quem ia tocar, porque era um ponto de encontro na época”, diz Franz.

A banda emplacou alguns sons marcantes para o público santista. Things I Couldn’t Leave Behind e Climbing the Stairs eram pedidas nos shows e no programa Microfonia, na Enseada FM.

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Sequência de imagens do Turn Away no Bar do 3, em Santos

Quase todos os integrantes da Turn Away não tocam mais. A única exceção é o próprio Franz, que além de analista de sistemas integra a 100 Ilusões. Arnaldo e Peralta são advogados e Daniel virou professor de Estatística. A correria com suas profissões dificulta um possível retorno, que não é descartado.

“Nós pensamos em fazer um show e já até fizemos um ensaio. Mas precisaríamos de alguns ensaios frequentes para fazer um show decente, mas é difícil conciliar o tempo de todo mundo. Quem sabe nos esforcemos mais para isso e conseguimos fazer o show de despedida da banda, que nunca rolou. Se rolar um esquema com bandas daquela época seria uma motivação a mais”, finaliza.

Ouça abaixo todos os registros da banda:

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1 Comment

1 Comment

  1. Rogério

    1 de outubro de 2017 at 17:29

    Faltou destacar a banda The Rabbits de Itanhém, que faziam o movimento no litoral sul crescer, bandas como Turn Away e Altered Mind fizeram parte da história do barzinho em frente a praia onde a galera se jogava.

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