WLAD CRUZ
Superbrava – Todas As Cores
Debute de um dos nomes mais promissores da atual cena santista. Com letras positivas e afirmativas, o Superbrava chega a seu primeiro CD com uma postura inclusiva e que vem a somar nos bons discursos do hardcore punk.
Com produção bem cuidada e vocais melódicos, o disco dosa bem a suavidade e agressividade que moldam as nuances do som da banda nos sete registros que o compõem.
Bruce Springsteen – Western Stars
Sem a sua E-Street Band, Springsteen faz um disco quase cinematográfico para servir como sucessor de High Hopes (2014). As faixas tratam de personagens e tipos, com arranjos menos grandiosos que em outrora, mas sempre classudos, flertando com o folk e o country americano.
O bom gosto continua sendo a palavra de ordem, e o Boss segue como uma das maiores vozes da música nas últimas décadas. Fisicamente e conceitualmente.
Warfaith – Pint of Pils
O logo pontudo e verde na capa já dá a dica. Nos remete aos logotipos de bandas as quais o Warfaith segue os passos: Municipal Waste, Nuclear Assault e congêneres.
Os franceses estão na estrada desde 2012 e passeiam pelo thrash metal e pelo crossover neste que é seu segundo álbum de estúdio. Contém oito faixas que invocam circle-pits a cada riff de guitarra.
U.K. Subs – Subversions II
Segundo disco de covers e versões lançado em sequência pelos lendários punks ingleses. Neste segundo CD, escolhas óbvias (White Light, White Heat, do Velvet Underground; Search & Destroy, dos Stooges).
Outras surpreendentes (Rockin’ In The Free World, do Neil Young; The Last Time, dos Rolling Stones).
E ao menos um erro, a versão apunkalhada de We Will Rock You, do Queen. Sempre vale a pena, nem que seja por curiosidade.
Fifth Angel – The Third Secret
Lançado ano passado lá fora pela Nuclear Blast, e este ano no Brasil pela Shinigami Records, The Third Secret marca o retorno do Fifth Angel. O grupo americano de heavy metal estava em hiato desde o final dos anos 1980 e retornou em caráter definitivo em 2017.
Musicalmente o conjunto mantém suas raízes oitentistas com um belo trabalho de guitarras e vocais fortes, mas tudo com roupagem adequada a 2019.
The Black Keys – Let’s Rock
Depois de estourar com o disco El Camino (2011), o Black Keys tem se esforçado para se manter operando no mainstream. Let’s Rock é o segundo tiro do grupo nessa direção.
Mais próximo de seu masterpiece do que no disco anterior (Turn Blue – 2014) o duo caprichou nas guitarras, mas soa um tanto preso dentro de sua proposta. Get Yourself Together por exemplo, é a nova Lonely Boy. Legal, mas muito pouco pra mantê-los relevantes.
Therion – Theli
O Therion é um dos principais nomes do dito metal-sinfônico, e Theli é seu quinto disco, lançado em 1996. O disco na época foi o responsável por levar o nome do grupo sueco para o mainstream do metal.
Agora, ganha relançamento nacional via Shinigami Records. Na tracklisting, o hit To Mega Therion e a épica The Siren of the Woods -com quase dez minutos, ambas faixas que já fazem parte do hall de favoritas dos fãs.
Dead Fish – Ponto Cego
Com ar conceitual o novo disco do Dead Fish vem carregado de discurso político e social, em canções rápidas e diretas, nos remetendo a fase do disco Sonho Médio.
Anunciado como possível último álbum cheio do grupo, o trabalho foi mixado por Bill Stevenson (Descendents/Black Flag) e carrega manifestos claros contra o atual momento político brasileiro. Ou seja, o Dead Fish de sempre, para alegria dos fãs e dos detratores.
The B-52’s – Cosmic Thing [30th Anniversary Expanded Edition]
A edição de aniversário de 30 anos de Cosmic Thing (1989) apresenta o disco original remasterizado, e cinco faixas bônus (remixes e versões alternativas).
O mais legal está mesmo no CD bônus, um show completo da banda em 1990 durante a tour do álbum em questão. São 16 músicas onde constam hits como Private Idaho, Rock Lobster e 52 Girls, além do hit Love Shack.
Iggy Pop – Zombie Birdhouse
Lançado originalmente em 1982, Zombie Birdhouse é praticamente um disco inédito de Iggy Pop. Principalmente por chegar ao digital pela primeira vez.
Pouco divulgado e raramente citado, o álbum é daquelas obras consideradas erráticas, onde o músico flertou com o afro-beat. Além disso, trabalhou com rudimentares bases eletrônicas, ambos fazendo cama para letras surreais. Estranho e curioso.
Hollywood Vampires – Rise
A superbanda formada por Joe Perry (Aerosmith), Alice Cooper e Johnny Depp está de volta, e aposta suas fichas em um álbum majoritariamente autoral. O hard rock dá as cartas no disco, com destaque óbvio para a guitarra de Perry.
Além das próprias, três covers abrilhantam a tracklist. You Can’t Put Your Arms Around a Memory, do Johnny Thunders, People Who Died, da Jim Carrol Band, e Heroes, de David Bowie, na voz de Depp.
The Raconteurs – Help Us Stranger
Com show marcado no Brasil para novembro, o The Raconteurs lança seu novo terceiro disco de inéditas. Reunindo os riffs à lá Led Zeppelin de Jack White com as harmonias de Brendan Benson que nos remetem a muito do que os Beatles fizeram em sua segunda fase.
As referências criativas dão o tom do álbum, um emaranhado de boas ideias, bastante distorção e aquele sabor radiofônico. Pra ouvir prestando atenção.