Com problemas técnicos, Fever 333 compensa com energia acima do normal

Quando encerrou a apresentação na Audio, na última quarta-feira, apontei que os californianos do Fever 333 eram candidatos a melhor show do Lollapalooza. Talvez não conquistem esse “título”, mas a culpa não é da banda. Prejudicado por um som baixo, o grupo não conseguiu soar tão empolgante no início e faixas pesadas como Burn It, We’re Coming In e Made an America, que aparecem em sequência, ficaram comprometidas.

Segunda banda a subir no Palco Adidas, no primeiro dia do Lollapalooza Brasil, o Fever 333 ainda ouviu gritos do público após essa trinca inicial: “aumenta o som, aumenta o som”, gritavam os fãs. Mas o pedido só foi atendido da metade para o fim. Se os problemas técnicos atrapalharam o ímpeto inicial, Jason Aalon Butler (vocal), Stephen Harrison (guitarra) e Aric Improta (bateria) não aliviaram em nada na presença de palco sempre cheia de energia.

Fotos: Mila Maluhy (Equipe MRossi/Divulgação)

Jason fez de tudo! Correu, pulou, fez números circenses e discursou, novamente, sobre a importância das mulheres se sentirem bem e à vontade em um show de rock. Mas nada foi mais maluco em seu cardápio do que pegar uma prancha de resgate médico, arremessar na plateia e surfar enquanto cantava. No fim, claro, mergulhou nos braços dos fãs. Terminou o show só de cueca, após rasgar a calça.

Aric também tem seus momentos. Repete os pulos na bateria, tal como fez na Audio, e ainda manda um mortal grupado. Stephen, sabe-se lá como, conseguiu escalar o palco, ficou acima do telão (a cara de pavor dos seguranças era impagável) e ainda arremessou a guitarra no fim do show. O instrumento ficou completamente destruído.

Tal como em boa parte dos shows, o presidente Jair Bolsonaro foi homenageado pelo público com palavras nem um pouco carinhosas. Jason, inclusive, deixou o microfone para captar o momento dos fãs.