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Fever 333 incendeia Audio e se candidata ao posto de grande show do Lolla

A maior parte do público que foi à primeira Lolla Partie do ano, na Audio, na quarta-feira (3), estava lá pelos britânicos do Bring Me The Horizon. As camisetas não me deixam mentir. Uma banda que teve um início bem pesado, flertando com o deathcore, mas hoje transita em outros gêneros.

E se o BMTH não carrega mais esse peso no som, o Fever 333 assumiu a dianteira e garantiu a dose de peso da noite. Com apenas um disco e um EP lançados em pouco mais de dois anos de carreira, o trio californiano não decepcionou no palco. O set foi curto por razões óbvias: discografia limitada e status de atração de abertura. No repertório, faixas do EP Made in America (2018) e outras do debute Strenght in Numb333rs (2019).

Não só no som, mas nas atitudes, o Fever 333 traz muito do Rage Against the Machine para o palco. O vocalista, Jason Aalon Butler, carrega muito desse DNA sonoro. Conversa com o público muitas vezes, solta frases ideológicas e alerta para a intolerância, cada vez mais presente no Brasil e Estados Unidos.

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Burn it, do disco lançado no início deste ano, é um petardo daqueles para abrir o show. Veio logo após uma introdução repleta de mensagens fortes, enquanto o vocalista aparecia sozinho e encapuzado. Impossível ficar indiferente ao som do trio. A sequência vem recheada de dois sons marcantes do EP, We’re Coming e Made in America. Jason, então, sobe ao mezanino da casa, faz a festa de quem está lá em cima. E, logo na sequência, mergulha em cima do público da pista.

Essa presença de palco marcante é seguida pelo guitarrista Stephen Harrison e batera Aric Improta. O primeiro subiu nas caixas de som, enquanto as mesmas tremiam sem parar. No fim, em Hunting Season, repetiu o ato de Jason e também invadiu o mezanino. Já o baterista não deixa por menos. Consegue garantir lindos saltos, inclusive com um mortal para trás. Sério!

O Fever 333 consegue impressionar mesmo quem não tem muita afinidade com o som. Se tivesse que definir de forma curta e rasa: os californianos são um cruzamento de Linkin Park com Rage Against the Machine. Com clara influência do rap no som, a banda ainda encontra tempo para um beatbox de Jason seguido por um solo de bateria.

Nos discursos, pedidos de respeito às mulheres, desejo de viver em uma sociedade livre de preconceitos. Teve tempo ainda para uma homenagem ao rapper Nipsey Hussle, assassinado no último domingo (31). Se mantiver a mesma pegada em Interlagos, o Fever 333 é forte candidato a um dos melhores shows do festival.

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