Você pode até não ser familiarizado com a música eletrônica, mas certamente já ouviu o nome de Alok diversas vezes. Talvez não saiba que ele tem um irmão gêmeo igualmente talentoso e com uma carreira como DJ consolidada. Mas não tem problema, Bhaskar se apresenta no último dia do Lollapalooza. É uma oportunidade imperdível para conhecer mais do trabalho dele.
Seus pais têm grande importância no cenário musical brasileiro. Ekanta Jake Peres e Juarez Achkar Petrillo (Swarup) foram os precursores do psy trance no Brasil e responsáveis pelo festival Universo Paralelo. Logo, a influência foi transmitida de forma natural para os filhos, que chegaram a montar um projeto de trance chamado Lógica. Antes de seguir a carreira solo, Bhaskar ainda formou com Priscilla: Second e Blue Rose, de techno.
“O importante pra mim sempre foi ter referências em diversos estilos. Por mais que sempre estivesse envolvido com música eletrônica, a grande sacada é quebrar os paradigmas e pegar influências de outros estilos. E depois aplicar o melhor de cada coisa na sua música. Hoje em dia, todo mundo que começa tocando é porque se apaixonou por uma música ou estilo. Mas o problema de começar a fazer aquilo é que você vai parecer uma cópia de alguém. O segredo é se inspirar em tudo isso para criar algo novo”, comenta.
Com a música eletrônica cada vez mais em evidência no Brasil, Bhaskar defende que o trabalho dos DJs e produtores nacionais foi fundamental para essa conquista de espaço.
“Estamos vivendo um momento muito legal da música eletrônica no Brasil porque a gente nacionalizou nosso mercado. Hoje, o estilo que a gente toca aqui tem uma característica bem própria, brasileira, inclusive é reconhecido no resto do mundo. A gente tem usado muito menos a influência dos gringos, assim faz com que a nossa bandeira seja levantada de uma forma mais forte”.
A força dos DJs brasileiros pode ser notada, inclusive, no lineup do Lollapalooza. Diferentemente dos festivais de rock, os DJs nacionais são mais exaltados e contam com um apoio maciço do início ao fim nesses eventos. Só nesta edição, são mais de dez DJs brasileiros escalados.
“A gente não precisa sempre estar chamando os gringos para estarem preenchendo os nossos lineup. Isso se deve a vários fatores, da gente ter criado um estilo próprio até a crise econômica do Brasil. Com o dólar muito alto ficou cada vez mais difícil trazer os gringos. E eu acho que é o próprio gosto do brasileiro. Os artistas de hoje conseguiram ler bem o que o brasileiro gosta e aplica na música eletrônica, então é muito legal viver esse momento”, justifica.
Se ser membro do brazilian storm da música eletrônica é uma responsabilidade, imagina para Bhaskar, que vem de uma família tão forte no cenário.
“É uma responsabilidade muito grande porque as pessoas têm como referência o que eles já fizeram, mas ao mesmo tempo também abriu muitas portas e gerou curiosidades das pessoas para saber o que que eu tenho para apresentar”.
Bhaskar comenta que no começo o identificavam como o filho do Swarup, depois como o irmão do Alok, mas as coisas já estão mudando.
“Acho que a minha personalidade está mais estampada. O que a gente tem em comum (com o irmão) é que a gente sempre acreditou na arte, nunca vi uma segunda opção, abraçamos essa causa sim e quando isso acontece, a gente faz a coisa de cor”.
Lembranças do Lolla
O DJ já curtiu duas edições do Lolla como público e afirma que o evento traz grandes aprendizados. “É um festival que ensina muita coisa. Por mais que seja um festival super popular, que todo mundo conhece, ele traz músicos que muita gente nem conhece ainda. Acho muito importante essa escola de música nos dias atuais”.
Na última edição, Bhaskar curtiu dois shows que considerou marcantes: Khalid e Wiz Khalifa. E, este ano, pretende assistir muito mais. Com show agendado para o domingo, ele espera curtir Greta Van Fleet, Rufus Du Sol, Kendrick Lamar e Twenty Øne Pilots, se os horários permitirem. Como o sábado está ocupado com outra apresentação dele, fora do festival, o DJ também dará um jeito de ir na sexta para assistir Portugal. The Man e Fisher.
Com previsão de lançar um álbum cheio no fim do ano, Bhaskar promete uma apresentação especial para os fãs, no Lolla.
“Estou levando um slot de muita responsabilidade. Será um show com várias participações ao vivo em músicas que fiz ao longo da carreira, uma coisa mais live para a galera”, comenta o produtor, que promete ainda mais parcerias ao longo do ano.
Serviço
A oitava edição do Lollapalooza Brasil contará com os headliners Arctic Monkeys, Tribalistas, Sam Smith e Tiësto, no dia 5 de abril; Kings of Leon, Post Malone, Lenny Kravitz e Steve Aoki, no dia 6 de abril; Kendrick Lamar, Twenty Øne Pilots e Dimitri Vegas & Like Mike no dia 7 de abril.
As entradas para o Lollapalooza Brasil 2019 podem ser adquiridas pelo site oficial do evento, bilheteria oficial (sem taxa de conveniência – Credicard Hall, em São Paulo) e nos pontos de venda exclusivos: Km de Vantagens Hall Rio de Janeiro e Km de Vantagens Hall Belo Horizonte.