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Entrevista | Liu – “Acho que a música não tem limites”

Transcrição: Bia Viana

A bossa nova deu a base harmônica. A programação veio com aulas no YouTube. E somando essas experiências sonoras chegamos a Christian Liu de Almeida, o Liu, uma das atrações mais jovens do Lollapalooza.

O DJ, que acabou de fazer 22 anos, é apadrinhado por Alok e carrega três singles de respeito: Don’t Look Back (2015), que o colocou no cenário internacional como DJ prodígio, All I Want, lançada com Alok pela gigante Armada Music e ouvida mais de 29 milhões de vezes no Spotify, além de Nave Espacial, lançado no fim do ano passado.

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“Desde os 9 anos de idade toco violão. É um violão que era do meu tio, aí meu pai me ensinou. Minha mãe tocava piano. Eu cresci num ambiente que tinha bastante música. Escutava bossa nova, rock n’ roll, metal, era bem eclético. Eletrônica comecei com uns 11 anos, e quando descobri pensei é isso que eu vou fazer. Eu aprendi a fazer meio que sozinho, não tinha curso, eu fui me desenvolvendo”, conta o simpático artista, que sorri o tempo todo.

O DJ italiano Benny Benassi, do hit Satisfaction, foi um dos primeiros ídolos de Liu. Skrillex, no entanto, foi uma influência mais estrondosa. Ambos se uniram aos ídolos da infância, como Queen, Tom Jobim e Vinícius de Moraes.

“Se você for ver minha playlist pessoal tem de tudo, bossa nova, rock n’ roll, RAP, mas falando de influências que realmente uso na música, eu nunca descarto a possibilidade de usar algo que escutava antigamente pra fazer algo novo. Acho que a música não tem limites”, comenta o produtor, que nasceu em Santana do Parnaíba (SP).

Um dos singles mais recentes de Liu, Nave Espacial foi gravado em parceria com a cantora paulistana Samantha Machado. “Ela é muito criativa e teve a ideia do vocal com uma temática espacial. Em cima desse vocal fica a produção, a gente fez algumas alterações com a letra”, explica o DJ.

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Além disso, Nave Espacial também ficou marcada por ser o primeiro videoclipe da carreira de Liu. Em três meses, a produção já atingiu a marca de 4,6 milhões de visualizações no YouTube.

“Já tinha lançado vários singles de sucesso, milhões de streamings, só que não tinha um clipe bem feito, foi quando percebi que havia chegado a hora. A gente quis investir no clipe. Misturamos uma ação com cinema, o resultado foi um mix de vários elementos que fizeram o clipe virar uma coisa muito boa. Fiquei muito feliz mesmo com a execução. Esse início de ano foi uma virada na carreira”.

Ex-aluno de Engenharia pela Universidade Federal de Santa Catarina, Liu teve um início arrasador. Em 2015, quando iniciou a faculdade, estourou com o single Don’t Look Back. Em pouco tempo, já foi escalado para abrir o show do Capital Cities, em São Paulo, e integrou a primeira edição do Tomorrowland Brasil. O bom desempenho o levou rapidamente para o exterior.

“É uma regra que vale pra tudo: a música não tem limites. Então a partir do momento que ela chega no exterior, as pessoas vão querer tocar lá. A grande chave é fazer sua música ser aceita por diferentes culturas, o brasileiro é bem visto no mundo como um povo muito alegre e divertido. Senti o mercado internacional bem aberto”.

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Entre essas viagens, o DJ viveu momentos especiais na Ásia e Europa. “Fiquei muito assustado com a Lituânia, foi algo mágico na minha carreira, nunca imaginei. Eu cheguei lá, fui tocar e todo mundo cantou uma música minha junto. Quase chorei. Nunca imaginei que no leste europeu, num país do outro lado do mundo, todo mundo iria conhecer minha música, foi uma honra”.

Compositor e produtor de mão cheia, Liu garante que cada single é um caso isolado, mas que ele participa da composição sempre. “Uma coisa que é muito importante pra mim é sentar todo dia, pegar meu violão e ficar uns 30 minutos tocando sem parar até bolar uma ideia. Acho que é um ponto muito bom quando quero começar algo”.

Lembranças do Lolla

Animado com o crescimento da cena eletrônica nos festivais, o produtor destaca a importância do Lollapalooza. “É um dos meus festivais preferidos. Conheci a cultura de festival no Lollapalooza e ver a aceitação da eletrônica lá é muito bom mesmo, é um momento muito interessante para a cena brasileira”.

Liu queria curtir o evento desde a primeira edição, quando tinha apenas 14 anos. A oportunidade surgiu em 2015, mas depois de muito esforço. Ele e o irmão chegaram a vender doces para comprar a entrada.

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“Quando eu fiz 16 anos, meu irmão me levou de presente de aniversário. A gente foi ver o Skrillex, juntos. Foi um dos momentos mais incríveis porque senti finalmente a energia que a música pode ter. Foi fascinante e mudou minha vida, foi um ponto chave que mudou toda a minha concepção de alegria e felicidade”.

Na edição deste ano, Liu, que se apresenta no sábado, já tem um alvo definido para mais tarde. “Cara, eu quero muito ver Post Malone. É um cara que eu sou muito fã mesmo, é um dos maiores gênios do pop atual. Ele revolucionou a cena”.

Se engana quem pensa que até o festival, Liu ficará contido e sem produzir. “A gente tem um planejamento bem forte de lançar pelo menos dois singles. Os próximos singles que a gente vai lançar vão ser um remix do Bob Sinclair, só precisamos da versão final dele. O outro é Chinatown, com temática asiática. É uma track que vai tentar trazer aquele cenário asiático para dentro da música. No Lollapalooza já vai estar pronta”.

Serviço

A oitava edição do Lollapalooza Brasil contará com os headliners Arctic Monkeys, Tribalistas, Sam Smith e Tiësto, no dia 5 de abril; Kings of Leon, Post Malone, Lenny Kravitz e Steve Aoki, no dia 6 de abril; Kendrick Lamar, Twenty Øne Pilots e Dimitri Vegas & Like Mike no dia 7 de abril.

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As entradas para o Lollapalooza Brasil 2019 podem ser adquiridas pelo site oficial do evento, bilheteria oficial (sem taxa de conveniência – Credicard Hall, em São Paulo) e nos pontos de venda exclusivos: Km de Vantagens Hall Rio de Janeiro e Km de Vantagens Hall Belo Horizonte.

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