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Entrevista | Fever 333 – “Falar sobre problemas políticos e sociais é o mais importante”

CAÍQUE STIVA E LUCAS KREMPEL

Tesouros do Lollapalooza não são restritos aos artistas pop. O rock tem um representante de peso na programação. Diretamente de Inglewood, na Califórnia, o Fever 333 chega com pompas e expectativa de fazer um dos shows mais empolgantes do festival. A sonoridade e o posicionamento político do trio lembra bastante o saudoso Rage Against the Machine. A apresentação será no sábado, às 14h, no Palco Adidas.

“Acredito que é um casamento entre nossos estilos musicais favoritos e nós nos esforçamos ao máximo para fazer nosso som. Tem um pouco de rock, de punk e de rap, mas a gente tenta ultrapassar os limites dos gêneros musicais”, comenta o vocalista, Jason Aalon Butler, que conversou com A Tribuna / Blog n’ Roll, via telefone, na última quarta-feira (27).

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Com um início promissor, o Fever 333 tem apenas dois anos de estrada e contabiliza um EP (Made An America) e um disco cheio (Strength in Numb333rs), ambos festejados por crítica e público.

“Isso não tem a ver com a gente. Acredito que nós começamos a fazer o que as pessoas queriam, entende? Se tem algum crédito a esse sucesso, ele vai para o público, que curtiu nosso barulho e começou a fazê-lo com a gente. Nós chegamos para dar continuidade a um movimento que já existia. Mas tem tudo a ver com as pessoas, que abraçaram o projeto e espalham ele”, diz Jason.

O disco de estreia do Fever 333 foi gravado no estúdio de John Feldamann, responsável pela produção de California, último do Blink-182.

“Foi um período encorajador para criar minha arte, porque trabalhei com pessoas incríveis. Inspirador estar lá colaborando com outras pessoas e trabalhando com a banda”.

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A postura política do Fever 333 também lembra o Rage Against. “Para mim, falar sobre problemas políticos e sociais é o mais importante. Não estou dizendo que todo artista deve fazer isso, mas para mim é o que posso fazer como um artista e ativista”, disse.

“Tenho que ser honesto com o que eu sinto em relação ao que acontece ao meu redor, com meus amigos e com os cidadãos do mundo. Sempre vou tentar ao máximo melhorar o mundo para as crianças crescerem”, completa.

A inspiração do Fever 333 para as letras não estão focadas apenas nos problemas dos norte-americanos. Jason ressalta que é muito antenado e procura entender ao máximo os problemas sociais e geopolíticos.

“Leio muitas notícias, tento juntar o máximo de informações possíveis e isso é bem fácil graças à era digital em que vivemos. Sempre falo sobre esses assuntos com os rapazes da banda, então nós sempre debatemos essas situações e tentamos aplicar no nosso projeto porque entendemos que é algo muito importante”.

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Sobrou para o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. “Fiquei sabendo sobre o Bolsonaro. Acho que, como artista, tenho que oferecer a minha plataforma para discutir isso com o público, para que eles possam se expressar e falar sobre. Certamente vou dar liberdade àqueles que queiram falar e se expressar. Tenho que fazer isso porque seu país está vivendo basicamente o que o meu vive. Penso nos meus familiares e amigos que, assim como muitos brasileiros, já foram marginalizados. Temos que lutar pelos direitos humanos. Não tenho tantos fãs, mas tenho um senso de empatia”.

Jason se mostrou muito empolgado pela primeira vinda ao Brasil. Segundo ele, os comentários sobre o país são sempre bem positivos, tanto sobre o público quanto à cultura. “Quero poder dar uma olhada na cultura e aprender. Quero que as pessoas compartilhem a cultura comigo”.

Disposto a encontrar um tempo para curtir a apresentação de Post Malone, Jason também disse que tem um foco especial no Lollapalooza. “Tem muitos artistas sul-americanos que não conheço e quero tentar vê-los e observar como o público os abraça. Estou ansioso para ver os artistas locais”.

Além de Jason, o Fever 333 conta com Stevis Harrison (guitarra) e Aric Improta (percussão/bateria). Quem quiser um show ainda mais intimista da banda, os californianos tocarão na próxima quarta-feira (3), na Audio (Av. Francisco Matarazzo, 694, em São Paulo), dentro da programação das Lolla Parties, junto com o Bring Me The Horizon. Ainda há ingressos à venda. Eles custam entre R$ 110,00 e R$ 340,00. Site.

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Serviço

A oitava edição do Lollapalooza Brasil contará com os headliners Arctic Monkeys, Tribalistas, Sam Smith e Tiësto, no dia 5 de abril; Kings of Leon, Post Malone, Lenny Kravitz e Steve Aoki, no dia 6 de abril; Kendrick Lamar, Twenty Øne Pilots e Dimitri Vegas & Like Mike no dia 7 de abril.

As entradas para o Lollapalooza Brasil 2019 podem ser adquiridas pelo site oficial do evento, bilheteria oficial (sem taxa de conveniência – Credicard Hall, em São Paulo) e nos pontos de venda exclusivos: Km de Vantagens Hall Rio de Janeiro e Km de Vantagens Hall Belo Horizonte.

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