Um dos nomes mais badalados da house music brasileira, a DJ, cantora e compositora mineira Barja é uma das atrações mais aguardadas do Palco Perry neste ano. Ela se apresenta no primeiro dia do Lollapalooza.
Envolvida com a música desde a infância, Barja começou a compor com 10 anos. Mas afirma que não se encontrava em um estilo musical específico.
“Gostava de coisas estranhas e não populares como trip hop. Tive banda de indie rock com 14 anos. Depois comecei a frequentar festivais de música eletrônica, mas tinha zero interesse em me tornar DJ”.
Amiga de longa data do DJ Gabe, Barja chegou a produzir várias tracks com o parceiro. O primeiro lançamento, no entanto, veio depois com Alok.
“Um dia enviei para o Gabe uma criação minha guardada há anos, mas nem achava nada demais, a Sick Sick. A música foi remixada por Vintage Culture e vários outros artistas, girou bem. Mas só lançava as tracks e continuei a fazer os meus shows com banda”.
Início da Barja
Posteriormente, Barja foi convidada para tocar em Curitiba. Receosa, não aceitou de primeira. Não se considerava DJ. Rhalley, hoje um grande amigo, foi quem insistiu para que ela montasse um set.
“O Dazzo me passou o set dele, mas o restante tudo que aprendi foi no palco mesmo. Fui me moldando, remoldando. Foi incrível, dali pra frente tudo foi acontecendo naturalmente. Quando vi já era apaixonada por ser DJ, sem deixar de ser a cantora”.
Hoje, dividindo o seu tempo entre mixagens e cantoria, Barja afirma que se diverte bastante no palco.
“Em algumas apresentações, quando toco por mais tempo, gosto de ficar alguns trechos do set só mixando sem cantar. É tudo muito prazeroso, fico me redescobrindo o tempo todo. Meu sonho sempre foi somente ter as minhas músicas sendo cantadas pelas pessoas. Só de ver elas sabendo a letra, já realizei um sonho. Todo o restante veio como lucro”.
Barja girl power
Apesar de reconhecer que o convívio na estrada, infelizmente, ainda é majoritariamente masculino (produtores, DJs, contratantes), Barja enxerga um crescimento na participação das mulheres na música eletrônica.
“Fora do país, ao meu ver, os nomes mais comentados da cena são mulheres: Anna, Amelie Lens, Peggy Gou, Charlotte de Witte, Nina Kraviz. No Brasil também tem mulher talentosa com força. Talento não é algo distinto por sexo. Então sempre penso em criar as oportunidades. Vai além de performance, beleza, aparência, é a junção de tudo: arte , talento, conteúdo”. Barja
Para a cantora e DJ, o importante é cada um perceber sua singularidade e evitar comparações.
“Não tenho como não falar de uma artista incrível que se tornou uma amiga, a Ashibah, que também vai tocar no Lolla. Meu Deus, como essa mulher é pura e talentosa. Me passa marcas de microfone que está testando, está sempre disposta a ajudar em tudo o que for necessário. É um verdadeiro exemplo de girl power: honey, we’ve got to support each other, ela sempre diz”.
Novidade no set
O lançamento mais recente de Barja foi o single Rise Up, divulgado no fim de novembro. Foi a primeira track solo da artista. “Já tem um tempo que toco ela. É importante para mim. É sobre você se reerguer, uma letra que fiz após abandonar tudo, me mudar e começar do “zero”. Representa exatamente o que estou colhendo agora”.
A mineira afirma que quer produzir coisas novas para este semestre, mas está com três músicas prontas com Gabriel Boni, Zac e Korvo. “Faltam alguns ajustes e quero tentar lançar antes, ou ao menos finalizá-las para chegar cheia de novidades no Lolla”
Sobre os shows do Lollapalooza, Barja afirma querer assistir a vários, mas um é mais especial que os outros. “Considero isso uma aula, além de incrível e divertido. Mas sou apaixonada pela Lana (Del Rey), sua voz e ela como um todo”.
Serviço
O Lolla Double (válido para dois dias do Lolla) está à venda. Todavia, custa a partir de R$ 750,00 (meia-entrada), R$ 850,00 (entrada social) e R$ 1,5 mil (inteira).
O Lolla Day (válido para 1 dia), entretanto, custa a partir de R$ 360,00 (05/04) e R$ 405,00 (03/04 e 04/04).
Entretanto, para quem quiser curtir o festival inteiro, o 4° lote do Lolla Pass (válido para os três dias), custa a partir de R$ 945,00.
Os ingressos estão à venda no site do festival e bilheteria oficial (sem taxa de conveniência — UnimedHall, em São Paulo).