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Entrevista | San Holo – “Estou feliz por ter incorporado a guitarra na música eletrônica”

Um dos nomes mais efervescentes do cenário eletrônico europeu, o holandês San Holo (Sander van Dijck, nome real) traz uma sonoridade futurista para o palco do Lollapalooza. Sua música transita no future bass, trap e outras vertentes. Chama a atenção também a forma como inclui a guitarra nas canções.

Hoje, aos 29 anos, San Holo ainda preserva um pouco das influências que tinha na adolescência, época que chegou a ter uma banda de punk rock.

“Ouvia bandas como Limp Bizkit e blink-182, mas acho que a maior influência quando comecei a tocar guitarra foi o Red Hot Chili Peppers. Comecei a tocar quando tinha 13 anos e a primeira coisa que aprendi foi uma música deles. Logo depois, formei uma banda e tocamos muitos covers. Também fizemos algumas músicas próprias”, comenta o DJ, guitarrista e produtor, que conversou com A Tribuna.

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Aprendizados com a guitarra

Para San Holo, a experiência de tocar guitarra desde cedo trouxe um impacto na maneira como ele compõe.

“Aprendendo sobre acordes, melodias e harmonias, e depois por usar para escrever músicas. Muitas músicas minhas começam na guitarra, isso me parece mais natural. Estou feliz por ter encontrado uma maneira de incorporar minha guitarra na música eletrônica. Parece um círculo completo novamente”.

O artista, que aprendeu a tocar guitarra em um conservatório na Holanda, conta que a transição do punk rock para a música eletrônica veio do desejo de ter independência na hora de criar.

“Queria fazer minhas próprias coisas sem que ninguém me dissesse o que poderia ou não fazer. Essa transição foi muito assustadora, porque estava acostumado a fazer música com outras pessoas quando tocava em bandas. Mas essas bandas geralmente terminavam por causa de todas as diferentes opiniões e prioridades. Então, eu precisava de algo para mim. Como eu disse, foi muito assustador, mas estou muito agradecido pelo resultado”.

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A estreia de San Holo

album1, disco de estreia e cartão de visitas de San Holo, traz canções reflexivas. Segundo o produtor, o objetivo era preencher a lacuna entre a música eletrônica e as raízes dele, ao tocar guitarra.

“O desafio era combinar os dois mundos sem parecer muito brega ou forçado. Era importante para mim que ainda soasse “eu” ou “San Holo”. Levei um tempo para chegar lá, mas no final estou muito feliz por ter chegado”.

Criar um álbum cheio não é algo muito comum no meio da música eletrônica, muitas vezes lembradas por singles, remixes e feats. Mas San Holo garante que desde o início a proposta foi essa.

“Escrever música é a coisa mais divertida do mundo para mim. Gosto de nada mais do que me trancar para criar. Quanto ao album1, meu plano era escrever para um álbum. Mas não esperava que isso acontecesse tão rapidamente quanto antes. Sinto que realmente saiu naturalmente”.

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Paralelamente ao trabalho como DJ e produtor, o holandês também tem um selo próprio, no qual lança diversos artistas.

“Meu grande amigo Thorwald e eu estávamos encontrando tantas músicas incríveis no Soundcloud. Eram artistas incríveis que simplesmente não conseguiram a atenção que pensávamos que eles mereciam. Por isso, começamos o bitbird. Nós só queríamos apoiar músicas que nos tocassem de uma certa maneira, independentemente de seguidores ou mesmo gênero. Apenas música boa e refrescante”.

Repertório de San Holo no Lolla

Pela primeira vez no País, o DJ conta que também foi alvo do famoso “come to Brazil”. Em resumo, a mensagem é quase uma unanimidade nas redes sociais de artistas gringos.

“É engraçado nunca ter ido, mas sempre recebo comentários nas mídias sociais dizendo ‘venha para o Brasil!’. Então, estou feliz em finalmente visitar. Realmente ansioso”, comentou.

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Sobre o repertório, San Holo afirma ter uma ideia geral do que vai apresentar, mas promete deixar algumas surpresas na manga.

“Sempre tenho uma ideia geral das músicas que quero tocar em shows ou transições que funcionam bem. Mas também gosto de improvisar um pouco e me divertir. Então é um pouco dos dois”.

Serviço

Os passaportes para os três dias custam entre R$ 945,00 e R$ 2,1 mil. No entanto, quem optar por escolher apenas um dos dias, desembolsa entre R$ 405,00 e R$ 900,00. Para comprar, acesse o site do Lollapalooza.

A nona edição do Lollapalooza Brasil acontece entre os dias 3 e 5 de abril, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Guns n’ Roses, Travis Scott e The Strokes são os headliners.

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