Não é presunção em afirmar que o The Hives is Forever. A banda, que está contando os dias para voltar ao Brasil, na abertura para o My Chemical Romance, lançou hoje um dos melhores álbuns de rock do ano.
Enough Is Enough já tinha deixado claro: o The Hives não perdeu a mão. O single apresentava três minutos de raiva punk cuspida em refrões curtos e versos ácidos abriram caminho para um álbum que é, basicamente, uma celebração da própria essência da banda.
The Hives Forever Forever The Hives é frenético do começo ao fim. As guitarras cortam com riffs simples e certeiros, a bateria empurra cada faixa para frente sem fôlego e Pelle Almqvist continua sendo um dos frontmen mais divertidos e incendiários do rock. Roll Out The Red Carpet e Born A Rebel são exemplos perfeitos de músicas feitas para estádios, como o Allianz, cheias de refrões grudentos e energia explosiva.
O disco também encontra espaço para brincar com outros terrenos. Bad Call traz um flerte glam rock, enquanto Path Of Most Resistance aposta em sintetizadores inesperados, acrescentando uma camada pop sem perder a irreverência. Já a faixa O.C.D.O.D. me transportou para um Mosh sem sair da cadeira enquanto escrevia esse review. Menção honrosa também para Legalize Living que mescla surf music com a atmosfera de bandas 80, como Billy Idol e, por que não, nossos tupiniquins Tokyo.
É impressionante como, mais de 25 anos depois, o The Hives soa tão afiado quanto no início. O álbum não reinventa nada, mas também não precisa. Sabe aquele dia que você só quer sentar e dar umas boas risadas com um filme de comédia na TV? É exatamente assim: barulhento, debochado e irresistível.
No fim das contas, é isso que o The Hives sempre foi: uma banda feita para o ao vivo, para a catarse, para transformar o caos em diversão. E aqui, eles provam de novo que, após os Ramones, só eles sabem como transformar três acordes em pura dinamite.

Review: 4.5/5