A banda Underoath lançou seu aguardado décimo álbum de estúdio, “The Place After This One”, reafirmando sua capacidade de evoluir sem perder a essência que os consagrou. Conhecidos por incorporar elementos eletrônicos e industriais ao seu som desde os anos 2000, o grupo da Flórida entrega uma obra que mescla agressividade e experimentação de forma coesa.
O álbum inicia com a já lançada “Generation No Surrender”, uma faixa caótica e dissonante que serve como uma excelente abertura, destacando os vocais potentes de Spencer Chamberlain. Na sequência, as inéditas “Devil” apresenta uma pegada groove envolvente e “Loss” é agressiva na medida que os fãs aguardavam. Logo depois, o álbum segue com outros dois singles já revelados: “Survivor’s Guilt” e a principal música de trabalho “All The Love is Gone”, que cativa com seu refrão pop e marcante. “And Then There Was Nothing” mantém o clima de tensão e a intensidade características da banda para fechar a primeira metade.
Contudo, a segunda metade do álbum apresenta uma leve queda em comparação às faixas iniciais, iniciando com a já conhecida “Teeth” e investindo no lado mais pop. Na sequência, “Shame” investe em um refrão no melhor estilo “Summer Eletrohits”.
Ponto alto desta segunda metade são as faixas “Spinning in the place”, que conta com uma insana bateria, e “Vultures” que conta com a participação de Troy Sanders do Mastodon.
O álbum fecha com “Cannibal” que sabe transitar bem entre um refrão radiofônico e o lado agressivo dos berros. A última música, “Outsider”, oferece um desfecho mais contido, contrastando com a energia avassaladora das músicas anteriores. Apesar de uma segunda metade mais pop, isso não faz com que o álbum não atinja plenamente o nível de suas obras clássicas.
A habilidade do Underoath em transitar por diferentes sonoridades sem perder sua identidade é evidente, e este trabalho adiciona uma camada interessante ao seu repertório. Com certeza vai atrair novos fãs sem desapontar quem conheceu a banda ainda nos anos 2000.
A produção do álbum é um destaque a parte, evidenciando a maturidade da banda em equilibrar peso e melodia. As experimentações sonoras demonstram a disposição do grupo em explorar novos territórios musicais, mantendo-se relevante no cenário atual.
Em resumo, “The Place After This One” solidifica a posição do Underoath como uma banda que não teme a evolução e que não entrou no terreno confortável de repetir fórmulas. O álbum representa um capítulo significativo em sua trajetória, refletindo a contínua busca por inovação e expressão artística.
Nota: 8.5