MANOEL HERZOG
Internacionalmente conhecido pelo descuido com as questões ambientais, o Brasil, que já foi consagrado por produzir lobos notáveis, vem contribuindo deveras para a decadência dessa importante espécie. Nem se credite o desrespeito à fauna à colonização lusa, eis que em Portugal, berço da nação tupiniquim, os lobos sobrevivem com dignidade. Exemplo maior disso é o escritor Lobo Antunes, um dos maiores literatos vivos do mundo.
A estirpe do lobos no Brasil já foi referência mundial, quase comparável à Áustria, que produziu o mais famoso de todos, um certo Wolfgang Amadeus. De toda sorte não podemos deixar de reconhecer o valor do lobo nacional de antanho, tendo seu maior representante na figura lendária de Heitor Villa-Lobos.
Seguiu o Brasil a tradição de produzir e manter grandes representantes ao gerar Lupicínio Rodrigues, vertente popular da obra musical erudita de seu antecessor. E ainda, décadas depois, o Brasil se pode orgulhar de ter parido Edu Lobo, um dos mais geniais compositores de todos os tempos.
Contudo, a ditadura viria a impor duro golpe à cultura nacional. Logo surgiria Dado, um guitarrista mediano de uma banda muito, mas muito ruinzinha.
Em termos de zoologia nada fica abaixo do cu da cobra – foi onde chegamos, não com cobras, mas com lobos: como chave de ouro o Brasil, em prantos, viria assistir a diminuição do patrimônio lupino pelo paradoxo de um aumentativo. Lobão. Foi este o triste fim dos lobos no país.