BIA VIANA
Quem consegue fazer múltiplos lançamentos surpresa e arrasar em cada pedida? Somente a primeira e única, Queen B. Com um documentário e um álbum ao vivo focados em sua apresentação de 2018 no Coachella, Beyoncé rouba a cena novamente em uma série de estreias.
Ela gosta de lançar novos trabalhos sem avisar, e na madrugada da última quarta-feira soltou dois. Comecemos pelo disco, Homecoming: The Live Album, que já ocupa o topo das posições em todas as plataformas de streaming.
Dividido em duas partes, o álbum conta com 40 canções, totalizando quase duas horas de duração. Grandes sucessos de sua carreira como Drunk In Love, Get Me Bodied, Diva, Partition, Baby Boy e Crazy in Love ganham performances de fôlego. Também destaco as mais recentes, como Formation, 7/11 e Flawless, que trazem ainda mais energia.
Artistas familiares na trajetória de Bey também aparecem no álbum. Entre eles, estão Jay-Z, Solange, Michelle Williams e Kelly Rowland, antigas parceiras de Destiny’s Child.
Claro que depois do lançamento de Lemonade (2016), o trabalho de Beyoncé parece ter atingido seu ápice. Mas a diva não deixa barato e traz peso, versatilidade e melodia em seu novo álbum. E, por falar em Lemonade, o disco, enfim, chegou às plataformas de streaming. Até então estava disponível apenas no Tidal.
Já o documentário retrata de forma intimista a preparação e momentos do dia conhecido como #Beychella. Produzido pela Netflix, Homecoming: A Film by Beyoncé conta com fotografia delicada, diálogos interessantes e depoimentos de Bey.
A importância do Beychella vai além de ser uma grande apresentação. Muitas polêmicas cercam o festival, desde o vazamento de que o dono do evento, Philip Anschutz, fez doações para grupos anti-LGBTQ e contra o meio ambiente. Mesmo em ambiente hostil, Beyoncé topou a apresentação para trazer uma mensagem diferente.
Sendo a primeira mulher negra headliner da história do festival, Queen B marcou história. O figurino com referências a várias guerreiras e rainhas é digno de muitas interpretações. Assinado por Olivier Rousteing, da Balmain, o visual de realeza serviu para impor ainda mais respeito.
Na apresentação no Coachella, a cantora também teve inspiração nas universidades para negros, nos Estados Unidos. Além do figurino fazendo menção aos uniformes dos alunos, Queen B. também anunciou uma doação de aproximadamente R$ 340 mil (US$ 100 mil) em bolsas para jovens entrarem em quatro universidades historicamente negras: Universidade Xavier, na Louisiana, da Universidade Wilberforce, em Ohio, da Universidade Tuskegee, no Alabama, e da Universidade Bethune-Cookman, na Flórida.
Falando em respeito, nada como boas referências históricas. Bey embalou um tributo a Nina Simone com Lilac Wine, homenageando um dos maiores ícones femininos da música. Também constam citações de Malcolm X e referências aos Panteras Negras, tratando dos direitos civis para a população negra. A escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie também foi lembrada. A cantora incluiu o discurso dela sobre feminismo na faixa Flawless.
Outro ponto forte da apresentação foi uma histórica reunião de Destiny’s Child. Como dito anteriormente, Kelly e Michelle dividiram o palco e cantaram três de seus maiores hits, Lose My Breath, Say My Name e Soldier.
A importância de Beyoncé como ícone pop e porta-voz de tantos discursos importantes já é fato. O Beychella, ilustrado nesses dois lançamentos, é apenas uma representação disso. Com uma presença vocal que surge como uma força da natureza, ela dá voz a inúmeros movimentos e causas, tornando o universo pop um pouco mais consciente e diverso a cada passo.
E o futuro?
O sucesso de Homecoming é nítido. Segundo a Variety, os fãs podem aguardar por mais dois lançamentos, fruto de um acordo no valor de US$ 60 milhões (R$ 236 milhões) entre a Netflix e a artista. Ainda sem previsão de estreia.
Além disso, uma turnê mundial já começou a ser especulada para 2020. Segundo o site britânico Mirror, o primeiro show acontecerá no Estádio Olímpico de Londres. Uma fonte revelou ao tabloide The Sun sobre o novo projeto.
“Beyoncé é uma abelha operária, uma das maiores do setor, ela está planejando uma de suas maiores turnês até ano que vem. Ela passará o resto do ano filmando durante o verão para O Rei Leão e outros projetos, então passará muito tempo com Jay e crianças. Todo o tempo que sobrar livre, ela estará ensaiando, gravando e escrevendo novos materiais antes de sua próxima turnê”.
Alô, Brasil!!! Alô, Queen B.!!!