Temos muito mais girl power na nossa playlist! Navegamos entre grandes sucessos contemporâneos e álbuns que marcaram a história da música com o passar dos anos. Em um mercado que exigiu muita coragem e força de vontade, essas mulheres provocaram revoluções com sua música. Seja como parte de movimentos como o Riot Grrrl ou dissecando verdades a seu modo, todas essas artistas e bandas fizeram e fazem a diferença. Bora pra parte 3!
Obs.: confira as outras partes da discografia nos links a seguir – parte 1 | parte 2 !
Lungs (2009), Florence and The Machine
Florence Welch tornou-se um dos mais fortes ícones femininos da música contemporânea. Nos vocais de Lungs, esbanja talento, embalando hits que seguiriam a carreira da banda, como Cosmic Love. As músicas de Florence + The Machine tratam de amores e desamores, descobrimentos, esperanças e decepções. Acima de tudo, tratam de superação, como nos icônicos versos de Dog Days Are Over, quando os dias de cão acabaram. Boa parte de suas canções formam diálogos esclarecedores e reflexivos. Aos embalos progressivos de Lungs, a voz angelical de Welch traz uma carga emocional fortíssima ao álbum, misturada às composições mais sensatas já produzidas pela banda.
Destaques: Dog Days Are Over, I’m Not Calling You A Liar, Kiss With a Fist, Girl With One Eye, Blinding
Vengo (2014), Ana Tijoux
Quarto álbum de estúdio da chilena Ana Tijoux, Vengo fez grande sucesso assim que foi lançado. Além de ser indicado ao Grammy Latino de 2015, o disco também rendeu à Anita ótimas críticas. Engatada no hip hop, Tijoux trabalha versos inteligentes. Justiça social, diversidade cultural, meio ambiente e feminismo são alguns dos tópicos que atravessam suas canções.
Firma bem seus posicionamentos, como na canção Antipatriarca: Não passiva nem oprimida/Mulher bonita que dá vida/Emancipada em autonomia. Anita trabalha uma forte mistura de elementos musicais: do folk ao reggae e jazz, exalta instrumentos sul-americanos nas melodias e cria ambientes pluriculturais a cada canção. Outra inovação está na ausência de samples, que são frequentes no hip hop.
Destaques: Antipatriarca, Somos Sur, Los Peces Gordos No Pueden Volar, No Más
Soltasbruxa (2016), francisco, el hombre
Eu não me vejo na palavra/fêmea: alvo de caça/conformada vítima/Prefiro queimar o mapa/traçar de novo a estrada/Ver cores nas cinzas/E a vida reinventar. Os versos do álbum de estreia de francisco, el hombre são de arrepiar. A banda de rock formada pelos irmãos mexicanos naturalizados brasileiros Sebastián e Mateo Piracés-Ugarte reúne muita sensibilidade em suas canções. Cantado tanto em português como espanhol e inglês, o álbum funde o batuque brasileiro com ritmos latinos. Mesmo com só uma mulher no grupo, a cantora e percussionista Juliana Strassacapa, eles mantêm um forte posicionamento sociopolítico, constantemente discutindo machismo, violência de gênero e papéis sociais. Em Triste, Louca ou Má, cujos versos destaquei aqui no início, a banda conta com a participação de Salma Jô, vocalista do Carne Doce, Helena Macedo, Larissa Baq e Renata Éssis nos vocais.
Destaques: Triste, Louca ou Má, Calor da Rua, Como Una Flor, Não Vou Descansar
Todxs (2018), Ana Cañas
Retratando sua imersão em causas sociais, Ana Cañas traz importantes questionamentos em Todxs. Ela abraça as militâncias, reconhecendo o papel da música como agente transformador da sociedade. Adotando a política DIY (faça você mesmo), Cañas usou o dinheiro de sua turnê para investir no álbum. O caminho independente fortaleceu seu posicionamento feminista, resultando em canções de extrema sinceridade que debatem desde liberdade sexual feminina até legalização da maconha. Mesmo com posicionamento forte e envolvimento em campanhas políticas, a postura da cantora não exclui a relevância de seus versos. Ela é necessária, independente de posicionamentos. E mais que isso, ela é realista (e sem papas na língua)!
Destaques: Eu Dou, Lambe-Lambe, Todxs, A Onça e o Escorpião, Dói