Com tempo de headliner, 1h20 de palco, o Sublime entregou um show de nostalgia pura no Punk is Coming, no sábado (8), no Allianz Parque, em São Paulo. O baixista Eric Wilson e o baterista Bud Gaugh, agora acompanhados de Jakob Nowell, filho do finado vocalista Bradley Nowell, transportaram o público para 1996, ano auge da banda e do lançamento do principal álbum, homônimo.
Com várias imagens de Bradley e Jakob no telão, o show encantou mais pela nostalgia do que pela qualidade. Jakob teve lampejos de vocalista ao longo do show. Prejudicado pelo som no início da apresentação, ele muitas vezes deixou de cantar pontos importantes da música para dar pulos, fazer dancinhas e qualquer outra coisa.
Aos 29 anos, Jakob tem muito potencial para crescer e se tornar uma referência na banda, mas isso exige mais dedicação e foco. Bonitão, jovem, filho de Bradley e com um histórico na música (foi vocalista da banda de ska punk LAW), além de uma ótima relação com dois terços do Sublime original, tudo pode melhorar bastante se houver interesse.
Voltando ao show, nove das 17 faixas do álbum homônimo foram tocadas em São Paulo. A grande baixa certamente foi Seed, mas tenho dúvidas que Jakob conseguiria cantar direitinho.
O set contemplou também mais sete músicas dos dois primeiros álbuns do Sublime, 40oz. to Freedom (1992) e Robbin’ the Hood (1994). Vale destacar também os covers de Toots & The Maytals (“54-46” – That’s My Number) e Bob Marley (Jailhouse).
Coincidência ou não, Jakob parece ter melhorado o vocal na apresentação após a participação especial de Noodles, do Offspring, em What I Got.
Em Boss DJ e Pool Shark, ambas de Robbin’ the Hood, Jakob esteve sozinho no palco e pode mostrar que consegue cantar bem as faixas e até emocionar.
Eric Wilson e Bud Gaugh, que parecem ter subido ao palco após um longo dia no Quebra-Mar de Santos, deram toda segurança para Jakob honrar o legado do pai na reta final do show.
No fim do show, Feel Like That (cover do Stick Figure), Same in the End e Santeria garantiram um cartão de visita melhor de Jakob. A última, por sinal, foi o grande momento de interação entre público e banda.