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Mochilada musical

América do Norte #01 – Toronto, farofa, beisebol, Camila Cabelo, Taylor Swift, ops, isso mesmo

No último sábado (4), o Blog n’ Roll iniciou uma jornada pela América do Norte em busca de shows nunca vistos no Brasil, especulados ou confirmados no nosso calendário, além de locais icônicos da música. A primeira parada foi em Toronto, no Canadá, onde permaneceremos até sexta-feira (10), antes de embarcarmos para San Diego (Califórnia).

O sabadão estava ensolarado, convidativo para uma praia. E Woodbine Beach foi a pedida para a adaptação ao clima. Localizada na Lake Shore Boulevard, ela é a principal praia dos locais e um endereço e tanto para a farofada (sim, no mesmo nível das feitas no Brasil).

Não muito distante dali, uns 10km talvez, tem o Budweiser Stage (909 Lake Shore Blvd W), já próximo de Etobicoke, na Grande Toronto. Esse local tem sido um dos principais endereços de shows na região. Entre o início deste mês e setembro, a casa tem programado Chicago, Reo Speedwagon, Rod Stewart, Cyndi Lauper, Lynyrd Skynyrd, Five Finger Death Punch, 311, Offspring, Counting Crows, Live, New Order, Ozzy Osbourne, entre outros.

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Mas, pasmem, a primeira rodada de shows, no próprio sábado, não envolveu nenhum dos artistas citados acima. A opção disponível e acessível era uma trinca pop chicletão com Charli XCX, Camila Cabello e Taylor Swift, no lendário Rogers Centre, casa do Toronto Blue Jays (único time canadense atualmente na Major League Baseball, a liga norte-americana, e duas vezes campeão do World Series).

Mas chega de enrolação e vamos falar das cantoras pop, sem medo de ser feliz. A primeira a subir ao palco foi Charli XCX, mas como calculei mal o horário do trem, perdi. Cheguei cinco minutos antes do início do show da cubana Camila Cabello (ex-Fifth Harmony), a grande revelação pop de 2018. Quem ainda não ouviu o refrão Havana, ooh na-na está congelado há mais de nove meses ou não tem amigos não roqueiros.

https://www.youtube.com/watch?v=1NjspqjRXsM

Sim, o carro-chefe do álbum de estreia dessa baixinha, lançado em janeiro, é essa canção, que assim como o disco também alcançou o topo da Billboard. Em breve, a cubana fará quatro shows no Brasil: Porto Alegre (11/10),
Uberlândia (13/10), São Paulo (14/10) e Curitiba (16/10), todos pelo Z Festival.

Comparado com o set da Never Be The Same Tour (o mais provável no Brasil), Camila precisou fazer alguns ajustes. Ao invés das 16 faixas usuais, ela cantou apenas nove canções. Mas soube explorar bem as escolhas do seu debute, homônimo.

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Never Be the Same, segundo single mais popular dessa jovem revelação de 21 anos, é o som que abre o show. Em um primeiro momento, a cantora parece abusar do playback, mas nada comprovado, sendo que a sequência da apresentação transcorre de forma mais orgânica. Vale lembrar que ela vinha de uma maratona cansativa nos últimos dias. No Rogers Centre, ela fazia o oitavo show em dez dias, incluindo uma participação de destaque no Lollapalooza, de Chicago, dois dias antes.

Vestida como uma camisa do Toronto Blue Jays e shortinhos preto, Camila emendou a dançante She Loves Control. Mesmo sem estar lotado naquele momento (50 mil pessoas compareceram ao Rogers), o show empolgou quem estava lá. Ok, nos moldes canadenses (palminhas e uma meia dúzia dançando, sorry)…

Inside Out, Bad Things (parceria com Machine Gun Kelly), In the Dark, Kiss / Into It e Consequences dividiram espaço com Can’t Help Falling in Love (famosa na voz de Elvis Presley), opa, não é que o evento pop também teve suas pitadas de rock and roll? E não para por aí… retorna com Taylor Swift.

O grande momento da apresentação de Camila, que conversou bastante com os fãs e demonstrou muita alegria por dividir o palco com Taylor Swift, foi deixado para o final. Havana, seu maior sucesso e já citado acima, mostrou que os canadenses estavam dispostos a mostrar uma outra forma de se divertir. Diferente do que observei em shows de rock ou mesmo em um UFC com a clássica luta entre Jon Jones x Alexander Gustafsson, em 2013, no então Air Canada Centre.

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E o público conseguiu transmitir um sentimento mais empolgante, muito em função da faixa-etária (50% ou mais eram crianças). Bom, funcionou nos poucos mais de 40 minutos de show!

Mas não tem jeito, mesmo com todo hype em cima da Camila Cabello, o público queria saber mesmo era da Taylor Swift. E não demorou para ela surgir, foi o tempo de buscar uma bebida (tal como no Brasil tem o seu valor multiplicado por MIL) e voltar.

Taylor, que nunca veio ao Brasil (fãs aguardam a autorização da mãe dela, brincadeira), tem uma missão bem clara com a Reputation Tour, que teve início em maio: quer mostrar que o lado meiguinha e cantora de country não existe mais. Não que isso seja uma novidade, mas uma consolidação da fase “adulta” de Taylor, de 28 anos.

A nova fase teve início com a Red Tour, entre 2013 e 2014, quando ela já havia deixado a temática de conto de fadas para trás. Alcançou popularização ainda maior com o caminhão de hits e videoclipes bem dirigidos do disco 1989, que rendeu outra jornada durante 2015. Foi desse trabalho que vieram Bad Blood, Shake it Off e Blank Space.

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Antes de subir ao palco, o público é aquecido com Bad Reputation no talo!!! E, sim, os fãs vão ao delírio e cantam junto o clássico de Joan Jett. Falei que tinha mais rock and roll no evento…

Com Reputation em mente, o segundo disco mais vendido de 2017, Taylor não economizou no destaque do álbum, 12 das 15 faixas do registro entraram no setlist, inclusive as três primeiras da apresentação: …Ready for It?, I Did Something Bad e Gorgeous.

Sempre comunicativa com os fãs, Taylor prestou uma singela homenagem aos que a acompanham desde o início da carreira, com um medley de Love Story e You Belong With Me.

Pode parecer até piegas, fake ou forçado, mas a cantora norte-americana realmente tem um cuidado especial com os fãs. O próprio cenário de sua atual turnê contribui para esse pensamento. São três grandes palcos espalhados pela pista (toda ocupada por cadeirinhas), telões imensos e vários cumprimentos nos caminhos entre um stage e outro.

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A crítica canadense afirmou que a estrutura da Reputation Tour realmente supera os recordes estabelecidos por grandes artistas nas últimas décadas. Seja pela quantidade de funcionários empenhados nela ou quantidade de efeitos, Taylor realmente surpreende. Seu show não é interessante apenas para os fãs de sua música. É válido para quem gosta de espetáculos visuais.

Tem uma sequência de mappings impressionante, animais infláveis imensos, uma fonte no meio do palco, explosões, gaiola voadora. Tudo casa muito bem com a proposta do show.

Se não bastasse isso, Taylor ainda chama a atenção com os seus convidados. Quem a acompanha há tempos, sabe que a loirinha não poupa esforços para ter o máximo de amigos no palco, sempre cantando os sucessos deles. Foi assim com Mick Jagger (Rolling Stones), Dan Reynolds (Imagine Dragons), Steven Tyler (Aerosmith), Ed Sheeran, Lorde, Lisa Kudrow (Friends), entre muitos outros.

No Rogers Centre, ela repetiu uma trinca que já havia feito nos últimos shows. Cantou Shake it Off ao lado das duas parceiras de turnê: Camila Cabello e Charli XCX.

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A surpresa, no entanto, ficou com a entrada de Bryan Adams no palco. O veterano, que havia se apresentado na noite anterior no vizinho Scotiabank Arena (o antigo Air Canada Centre), levou Summer of ’69 com Taylor.

“É uma das minhas músicas favoritas – não é uma das minhas, mas eu gostaria que fosse. Vocês têm cantado tão alto a noite toda, mas eu realmente quero ver o quão alto pode ser, ok?, pediu a loirinha antes de Adams surgir no stage.

https://www.youtube.com/watch?v=IK-m4IgjxVI

Não sei dizer qual é o real motivo para a cantora nunca ter vindo ao Brasil, mas entenderei se for uma questão econômica. Quem se depara com toda a estrutura da atual turnê, sabe que dificilmente alguém vai correr riscos em tempos de dólar alto. Mas espero que o público brasileiro, tão apaixonado pela cantora, seja recompensado logo.

Taylor Swift Setlist Rogers Centre, Toronto, ON, Canada 2018, reputation Stadium Tour

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