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Marcela Mattos

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Arvo Festival: Rock, samba, hip hop e muita água rolando em Floripa

Marcela Mattos

A previsão era de tempestade, o desafio era enfrentar as adversidades e curtir o Festival Arvo, se precavendo ao máximo para evitar os perrengues que a chuva poderia trazer. Com uma proposta de sustentabilidade e ecologia, a 8º edição do evento reuniu cerca de 8 mil pessoas em Floripa, com um lineup que ia do rock ao funk, transitando pela MPB, samba, rap e outras vertentas da música brasileira.

Cheguei ao Festival Arvo por volta das 15h30, mas por conta de toda a logística pra entrar no evento (que incluía uma caminhadinha de meia hora em uma estrada semi-alagada), perdi o show da Tulipa Ruiz, mas não a disposição e nem o bom humor. Felizmente, seguir a recomendação da organização, de ir de galochas, contribuiu muito para o meu bem-estar durante todo o rolê!

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Logo que entrei fui impactada pelo Coral Tape Mirim, junto com a cacica Eliara Antunes, já anunciando a potência e a presença da música ancestral. Em seguida, Anelis Assumpção veio com sua energia super positiva, onde o clima de entrosamento da banda se estendeu ao público, entregando um fim de tarde digno da ilha da magia, onde a chuva abrilhantou o cenário, sem chegar a incomodar. Destaque para nossa conterrânea santista Tulipa Ruiz, curtindo o show da amiga.

Anelis Assumpção
Crédito: Marcela Mattos

Em seguida, já no cair da noite, Rubel subiu ao palco com suas canções românticas, talvez o momento mais melódico do festival. O carioca apostou na conexão com o público, conversando e fazendo comentários entre uma música e outra.

Rubel
Crédito: Marcela Mattos

Como em todo festival, fica difícil conseguir acompanhar tudo o que está rolando, mas deu tempo de conferir a Tenda Discoteca, com destaque para a participação do Projeto de Raiz, que trouxe seu hip-hop de responsa, apresentando a MC Yasmim Limas, que mandou a braba no mic, envolvendo geral no seu som recheado de papo-reto e vivências reais nas letras.

Saí da tenda e fui surpreendida pelo samba de Jorge Aragão, que já abriu o show com Eu e Você Sempre. Momento nostalgia total, geral cantando junto os clássicos dos anos 90, daquele jeito de não deixar nem mesmo o mais roqueiro ileso: impossível não dançar e cantarolar com aquele repertório emocionante, executado de forma impecável. Parabéns pros músicos!

Jorge Aragão - Festival Arvo
Crédito: Marcela Mattos

Nessa hora a chuva deu uma trégua e o público chegou em peso, confirmando o FBC como uma das atrações mais esperadas do festival. O padrin abriu sua apresentação agradecendo seu reconhecimento na cena musical brasileira e apresentou as músicas de seu disco novo, O Amor, o Perdão e a Tecnologia Irão nos Levar Para Outro Planeta, que agradou geral pela produção competente de sempre, recheada de referências orgânicas. Pra não decepcionar o público, encerrou o show com um pot-pourri dos hits de seu disco anterior, Baile.

Crédito: Marcela Mattos

Na hora da chuva mais pesada do dia todo foi a vez de Liniker entrar no palco. Mas água, nem lama nenhuma, foi capaz de desanimar o público, que foi presenteado com uma baita sintonia musical. A cantora não só mostrou total entrosamento com a banda, como se divertiu regendo seus músicos e até botando todos pra dançar no fim do show.

Crédito: Marcela Mattos

Nação Zumbi chegou com toda potência de uma banda que se mantém atual nas críticas contundentes de suas letras e na sonoridade de suas levadas, com mais de 30 anos de carreira. Infelizmente o show foi interrompido algumas vezes por problemas técnicos, mas tanta “energia boa circulando”, como comentou Du Peixe, também acabou por dar outra trégua na chuva.

O vocalista conduziu a apresentação com tranquilidade, trocando ideias com o público, puxando algumas canções a capela, acompanhado de riffs clássicos que Dengue tocava no baixo, fazendo geral cantar junto.

Importante destacar o open água, iniciativa importantíssima de redução de danos pra qualquer rolê. Porém, um pouquinho mais de investimento na infraestrutura poderia garantia melhor a permanência no local. Fez falta um espaço onde fosse possível sentar sem estar com os pés na lama, pra descansar um pouco. Mas, sem dúvida, os sapatos sujos não serão a principal lembrança que Arvo2023 deixou.

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Impacto positivo no público presente, impacto reduzido no lixo gerado pelo evento. Parabéns, Arvo! Que na próxima edição continue exalando seu brilho, faça chuva ou faça sol.

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