Billy Idol apaga má impressão do Rock in Rio e entrega show de alto nível em São Paulo

Billy Idol apaga má impressão do Rock in Rio e entrega show de alto nível em São Paulo

Prestes a completar 70 anos, Billy Idol voltou ao Brasil disposto a apagar a má impressão deixada no Rock in Rio 2022, quando errou a entrada de algumas canções clássicas e pareceu perdido no palco. Na noite de sábado (8), no Vibra, em São Paulo, Billy Idol mostrou que tem muita lenha para queimar e deixou uma impressão muito melhor.

Divertido e à vontade, Billy Idol está em ótima forma. Manteve o set quase intacto da It’s a Nice Day to… Tour Again!, fazendo pequenas alterações. As novidades, na comparação com os últimos shows, foram o cover Love Don’t Live Here Anymore, de Rose Royce e regravada por Madonna em Like A Virgin, como foi lembrado pelo artista, além de Gimme the Weight, tocada pela primeira vez ao vivo. A faixa faz parte do álbum mais recente de Billy Idol, Dream Into It, lançado em abril.

Por falar em Dream Into It, outras quatro faixas do disco foram tocadas: Still Dancing, que abriu o show, People I Love,Too Much Fun e 77, gravada com Avril Lavigne.

Crédito: Stephan Solon

Mas foi no mergulho nos anos 1980 que Billy Idol emocionou o público. Incluiu tudo que era esperado por eles: Cradle of Love, Flesh for Fantasy, Eyes Without a Face, Mony Mony, Ready Steady Go, Rebel Yell, Dancing With Myself e White Wedding, as duas últimas já no bis.

Uma coisa muito legal da apresentação foi o tom “VH1 Storytellers” que Billy Idol deu. Contou muitas histórias antes de cada música. Nada cansativo ou arrastado, garantiu uma conexão boa para os sucessos.

Antes de Rebel Yell, por exemplo, lembrou a origem do batismo da música, tal como já havia feito no VH1 em 2001. Segundo Billy Idol, ele estava em uma grande festa com Mick Jagger, Keith Richards e Ron Wood quando encontrou a inspiração necessária. “Todos eles estavam bebendo uma garrafa com uma coisa marrom, e era uma garrafa grande. Então, pensei: O que é isso que estão bebendo? E vi no rótulo um cavaleiro cavalgando, era um cavaleiro de guerra, e vi a inscrição Rebel Yell”.

Crédito: Stephan Solon

Outros pontos a destacar da apresentação são as presenças das backing vocals, Kitten Kuroi e Jess Kav, que roubam a cena com vários highlights.

O lendário guitarrista Steve Stevens, parceiro antigo de Billy Idol e com contribuições marcantes para Michael Jackson e Michael Monroe, é personagem central do show. Além das várias interações com o cantor, ainda apresenta a música-tema do filme Top Gun, composta em parceria com Harold Faltermeyer.

Para quem não conseguiu ir ao Vibra, Billy Idol ainda faz mais um show no Brasil, na próxima quarta-feira (12), na Arena da Baixada, em Curitiba.

Supla

O esperado encontro de Supla e Billy Idol no palco não rolou, mas o Papito entregou um show muito bom. Soube aproveitar os 50 minutos disponíveis para misturar hits de sua carreira autoral com uma espécie de karaokillers, com várias versões punks de clássicos do rock.

Na parte autoral, Supla cantou faixas como Cenas de Ciúmes, Encoleirado, Japa Girl, São Paulo, Humanos e Garota de Berlim.

Já entre os covers, Supla tocou Imagine (John Lennon), I Wanna Be Your Man e She Loves You (Beatles), além de Stand By Me (Ben E. King) e Let’s Dance (David Bowie).

Em I Wanna Be Your Man, aliás, Supla foi para a bateria, tal como faz no projeto paralelo Brothers of Brazil, em parceria com o seu irmão, João Suplicy.

Acompanhado de sua banda, Punks de Boutique, Supla abusou dos gritos e dancinhas. Vale destacar que a banda é muito boa e estilosa, lembrando o Holly Tree, saudosa banda de pop punk de São Paulo, que gravou o álbum Charada Brasileiro, em 2001, com o Papito.

O Punks de Boutique é formado por Ale Iafelice (bateria), Henrique Cabreira (guitarra) e Edu Hollywood (baixo).