Bon Jovi faz prévia do Rock in Rio com 2h20 de show em São Paulo

Bon Jovi faz prévia do Rock in Rio com 2h20 de show em São Paulo

O Bon Jovi é uma banda que entra no palco já com o jogo ganho, independentemente da condição. Pela sexta vez no Brasil, essa máxima prevaleceu. Na última quarta-feira, no Allianz Parque lotado (poucos têm conseguido isso), o Bon Jovi entregou o que se espera sempre: hits, carisma, sintonia com o público e momentos românticos.

A prova dessa fidelidade do público com a banda vem logo na primeira faixa, This House Is Not for Sale, do álbum homônimo, que está muito distante da qualidade apresentada pela banda em outros tempos. A faixa foi cantada em uníssono, com muita vibração por parte dos fãs.

E, com ela, abriu caminho para um set que mescla grandes hits com canções mais introspectivas. Born to Be My Baby e You Give Love a Bad Name intercalam com músicas do último álbum, como Knockout e Roller Coaster.

Crédito: Staff Images / Allianz Parque

Jon Bon Jovi tem comando total do palco. É o maestro da multidão. Basta um rebolado ou um sorrisinho que o público já se rende. Em certo momento chegou a declarar que tinha muitas músicas para tocar e não teria tempo para ficar falando muito. Nada grosseiro, apenas realista.

Voz poupada de Jon Bon Jovi?

Mas a situação de Jon Bon Jovi está diferente de 2017, quando esteve por aqui pela última vez. Lembro que fiz a defesa após comentários maldosos sobre a voz dele. Agora, no entanto, o desgaste está mais aparente. A voz some em momentos importantes. Parece algo que tem volta, possível de ser contornado. Até porque ele nunca forçou a voz como Axl Rose, por exemplo.

Um dos momentos que isso fica bem aparente foi na bela In These Arms, uma das minhas prediletas. Aqui, Jon deixa o tecladista David Bryan assumir a função. É divertido para os fãs, mas o vocal de Bryan não chega nem aos pés do que Jon pode oferecer.

Crédito: Staff Images / Allianz Parque

Mas se o vocal dá suas derrapadas ou poupadas no timbre, a banda é impecável. Phil X é um monstro na guitarra. Mesmo que não seja o autor dos principais acordes do Bon Jovi, ele substitui muito bem Richie Sambora. Tico Torres na bateria é outro condutor do peso apresentado.

Além de distribuir mais clássicos ao longo de 2h20, como Have a Nice Day, Keep the Faith, Lay Your Hands on Me, Wanted Dead or Alive e Bad Medicine, Jon Bon Jovi também protagonizou seu momento sedutor. Em Bed of Roses convidou duas fãs ao palco e dançou de rosto colado. A primeira foi mais respeitosa. A segunda, entretanto, arrancou um beijo do músico. 

Livin’ on a Prayer, com um refrão cantado pelo estádio inteiro, deu números finais ao show, que teve muitas fãs retiradas da grade, tamanha emoção. Que venha o Rock in Rio, no qual é o headliner de domingo, à 0h25, com exibição ao vivo do Multishow.

Bon Jovi Setlist Allianz Parque, São Paulo, Brazil 2019, This House Is Not for Sale