Em turnê na América do Sul após três anos, a banda Bring Me The Horizon proporcionou um “sextou” agitado para os fãs no Vibra São Paulo, na última sexta-feira (16), na capital paulista.
Em uma hora e dez minutos de apresentação, o grupo entregou um show repleto de luzes, interações e até a ilustre participação da cantora pop Pablo Vittar, que levou o público ao delírio ao ser anunciada no palco.
Como de costume, o show também foi marcado pelos papos em português entre o vocalista Oliver Sykes e o público. Casado com a modelo brasileira Alissa Salls, o músico arranha bem o idioma e sempre tenta manter suas interações 100% na língua local quando se apresenta por aqui, e no show desta sexta não foi diferente.
Repleto de frases fofas, palavrões aleatórios e expressões fora de contexto, o repertório de Sykes arrancou risos do público durante toda a apresentação. Destaque para quando Pabllo Vittar deixou o palco e o vocalista disse ser “fora da caixinha”.
Dados os destaques iniciais, é hora de falar do show em si. Com músicas de sucesso em praticamente todos os seus seis álbuns de estúdio, a banda focou a apresentação em faixas do clássico Sempiternal (2013), That’s The Spirit (2015), e no mais recente POST HUMAN: SURVIVAL HORROR, no qual a turnê foi baseada.
Antes da banda entrar no palco, o telão apresentou a personagem Eve, uma inteligência artificial responsável por guiar o show de forma altamente tecnológica, controlando a ordem das músicas e até os mosh pits feitos pelo público. No entanto, ao longo da apresentação, Eve foi “hackeada” e a narrativa seguiu conforme cada estágio do show.
Assim que o recado inicial foi dado no telão, a banda entrou no palco e já abriu a noite com a energia lá no alto, tocando Can You Feel My Heart e arremessando uma chuva de papel picado no público. Detalhe curioso para a antecedência do grupo, que iniciou a apresentação mais de cinco minutos antes do horário previsto.
Em seguida, o grupo britânico mesclou clássicos de seus três últimos álbuns, com a sequência de Happy Song, Teardrops e a ótima MANTRA, que foi a única representante do disco Amo (2019) no show.
Sem deixar a peteca cair, e com uma interação constante com o público, principalmente para pedir mais mosh pits, a banda tocou as agitadas Dear Diary, Parasite Eve e Shadow Moses, que tiraram o público do chão no Vibra São Paulo.
Foi nesse momento que o telão chamou o interlúdio Itch For The Cure (When Will We Be Free?), que manteve a temática pós-apocalíptica nas mensagens antes de iniciar Kingslayer, música lançada com o duo BABYMETAL, do Japão.
O ponto mais curioso da noite aconteceu logo em seguida. Antes de anunciar Antivist, Oliver Sykes revelou que teria uma convidada especial para a próxima música. Foi quando ele convidou Pabllo Vittar a se juntar ao grupo no palco.
Fã declarada da banda, a cantora já havia trocado tuítes com o vocalista britânico, e agora teve a oportunidade de cantar uma das faixas mais pesadas do show ao lado do grupo. Vestida de preto ao melhor estilo rock n’roll, ela acompanhou bem o ritmo da banda, cantou a plenos pulmões e bateu cabeça como se fizesse parte do Bring Me The Horizon há anos.
Após o show, tanto Pabllo quando Sykes fizeram posts nas redes sociais exaltando um ao outro.
Depois que a diva pop deixou o palco, a banda começou a se encaminhar para o final do show. Primeiro, com DiE4u, que tem uma pegada um pouco mais pop, e em seguida com único momento acústico da apresentação, com Follow You, que levou o público a iluminar a arena lotada com os celulares. Antes do bis, o grupo ainda voltou a colocar a energia no alto com a aclamada Drown.
Em seguida, os membros da banda se retiraram do palco por alguns minutos. Nesse período, o público entoava um pedido de música que não chegou a ser atendido pelo grupo. Eles pediam por Sleepwalking, que de fato fez falta no setlist do grupo.
Quando a banda voltou para o palco, foi tempo para a animada Obey e a clássica Throne, que terminou com mais papéis jogados no público, e muitos agradecimentos por parte de Oliver Sykes, que seguiu declarando seu amor pelo Brasil e a saudade que estava de tocar no país.
O próximo show do Bring Me The Horizon no Brasil é neste domingo, no Knotfest, festival organizado pelo Slipknot, que conta com outras dez bandas no lineup. Em seguida, o grupo encerra o ano e retorna para a turnê europeia em fevereiro.
Garrafadas, gratidão e muito bate cabeça
Antes do Bring Me The Horizon entrar no palco, a noite contou com o show de abertura da banda americana Vended, composta por filhos de membros do Slipknot, e que também toca no Knotfest neste domingo.
Em uma apresentação de pouco mais de meia hora, o grupo mostrou um pouco do seu repertório e ganhou o coração do público com sua clara gratidão por estar tocando em São Paulo pela primeira vez, e pelas brincadeiras ao longo do show.
Durante toda a apresentação, os membros da banda costumavam jogar garrafas de água abertas na plateia. Quem estava nas primeiras filas provavelmente precisou pular bastante para se secar até o show principal da noite, porque ao menos 12 garrafas foram arremessadas.
Musicalmente e visualmente, a banda tem semelhanças com o Slipknot, tanto pela força vocal e instrumental, quanto pelas máscaras e pinturas corporais. Apesar de curto, o show serviu para aquecer o público e para apresentar o grupo, que prometeu retornar ao Brasil quanto antes.