Foto: Reprodução/TV/ Multishow
Definir qual será o show que fechará um festival com as dimensões do Lollapalooza deve ser uma tarefa e tanto. Confesso que quando vi o lineup do evento, imaginava o Pearl Jam com essa função. A última vez que Pearl Jam e The Killers foram headliners do Lolla, em 2013, a primeira se apresentou para o maior público daquela edição, no Jockey Clube, em São Paulo. A segunda não teve a mesma comoção.
Mas ficar cinco anos longe do Brasil parece ter feito bem para a banda de Las Vegas. E apesar de algumas coisas terem mudado para os caras, eles procuraram focar nos sucessos mais antigos para garantir um show de alto nível. O clima era total de confraternização. A apresentadora da Multishow Dedé Teicher foi a escolhida para tocar bateria em For Reasons Unknown (e fez bonito demais no palco), enquanto Liam Gallagher deu mais uma amostra de que virou uma pessoa mais sociável. Invadiu o palco para abraçar Brandon Flowers, em forma de agradecimento por ele ter cantado Wonderwall no Lollapalooza Chile, após o ex-vocalista do Oasis ter abandonado o palco por conta dos problemas na garganta.
Comparado com a última passagem pelo Brasil, o The Killers veio desfalcado de dois de seus quatro integrantes. Dave Keuning (guitarra) e Mark Stoermer (baixo) alegaram não ter mais disposição para sair em turnês e continuam apenas como instrumentistas de estúdio, gravando os álbuns do Killers. Mas para o público em geral, isso fez pouca diferença. A grande estrela é o vocalista Brandon Flowers.
O repertório teve pequenas alterações. O álbum mais lembrado novamente foi o debute, Hot Fuss (2004), com cinco canções. As mesmas da terceira passagem deles pelo País: All These Things That I’ve Done, Jenny Was a Friend of Mine, Mr. Brightside, Smile Like You Mean It e Somebody Told Me.
E as coincidências com a apresentação de 2013 continuaram nas faixas de Day & Age (2008). A diferença é que no show do último domingo eles abriram mão de This Is Your Life. Mantiveram A Dustland Fairytale, Human e Spaceman.
Se diminuíram uma canção de Day & Age, eles ampliaram do Sam’s Town, que teve um acréscimo. Além das repetidas For Reasons Unknown, Read My Mind e When You Were Young, incluíram This River Is Wild, que não é tão popular como as outras três.
Chama a atenção que o último disco dos caras, Wonderful, Wonderful, lançado no ano passado, passou quase batido pelo show. Apenas os dois primeiros singles foram apresentados: Run for Cover e The Man. Por fim, Battle Born (2012), o último antes de Wonderful, Wonderful, teve uma diminuição de quatro para duas representantes: saíram From Here on Out e Miss Atomic Bomb, entraram Runaways e The Way It Was. Ou seja, tiraram duas do último show para incluir as duas novidades.
As pequenas alterações no repertório são reflexos de uma banda acostumada a produzir hits. Abrir mão de um deles pode ser muito arriscado. Mas se isso não tem como alterar, Brandon Flowers empolga com a pose, os improvisos de última hora, além da carisma. O rock de arena do Killers ainda tem validade longa. E não estranhem se eles aparecerem novamente por aqui nos próximos dois anos.
Setlist
The Man
Somebody Told Me
Spaceman
The Way It Was
Shot at the Night
Run for Cover
Jenny Was a Friend of Mine
Smile Like You Mean It
For Reasons Unknown
Human
This River Is Wild
A Dustland Fairytale
Runaways
Read My Mind
All These Things That I’ve Done (com invasão de Liam Gallagher)
Bis:
When You Were Young
Mr. Brightside
